“[…] será que ninguém reparou que o ‘pobre e oprimido’ professor [Charrua] mentiu com os dentes todos? Se é verdade que o seu processo disciplinar é inadmissível e preocupante, não é menos verdade que o despacho de acusação - cujo conteúdo, sublinhe-se, não foi contestado nem por Charrua nem pela sua advogada - é claríssimo e desmente a versão que o professor sempre fez passar aos media - a de que se teria limitado a dizer uma piada sobre a licenciatura de José Sócrates. Chamar "filho da puta" ao primeiro-ministro (a frase exacta é: "somos governados por uma cambada de vigaristas e o chefe deles todos é um filho da puta") não é uma graçola inocente - é um insulto a Sócrates e à sua mãezinha.
[…] Mas é igualmente um facto que o 'heróico professor' Charrua, que anda para aí a armar-se em vítima da liberdade de expressão, não teve coluna vertebral para assumir publicamente o que se passou e as palavras que proferiu. […]
in “Diário de Notícias”, 31/jul, por João Miguel Tavares, jornalista
O professor sabe perfeitamente que infringiu um preceito punível pelo Estatuto Disciplinar. Armar-se em vítima só serviu interesses político partidários do mais baixo nível.
Será possível que, um dia, sejamos capazes de fazer da política uma coisa “séria”?!