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- desde o dia 14 de Junho de 2007

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ponto final

o meu adeus
Na passada quarta-feira quis pôr este ponto final. Já não pude: quando dei por mim, o computador tinha sido desligado e metido numa caixa, num camião.

Quem passa por experiências de mudanças sabe que é assim… durante dias, não sabemos das nossas coisas. E nem, nos apetece saber.

Sentimos que os nossos tarecos estão a ser violados por mãos estranhas e, assim, a nossa vida fica a nu, como a nu fica a casa que durante tanto tempo foi o nosso castelo.

Tudo me traz agora recordações e a melancolia mergulha-me como num banho de óleo. Esta casa não é minha. Não me apetece que seja minha. As pessoas que encontro na pastelaria não são os companheiros e amigos da bica na marina. São gente que nada me diz. Nem sei se será gente ou autómatos. Nem me interessa.

As condições de vida que me criaram (e para a qual posso garantir que jamais contribuí) levaram-me a esta «solução final». Que fazer? Nada. O país entregou há décadas os nossos destinos a incompetentes. E cada incompetente é sempre substituído por um mais incompetente ainda.

Vamos ver se comigo acontecerá como reza a lenda de Camões, que teria dito, no leito em que agonizava: “ao menos, morro com a Pátria” (porque, não tenhamos dúvidas: esta vai morrer, entregue pelo seu carrasco decisivo, Passos Coelho, aos algozes do capital que baptizaram de Troika).

Só me resta uma consolação: é que mesmo apossando-se do poder da Europa, nem desta vez os alemães a conseguiram conquistar e dominar.

Mas deixemos essas coisas da política e da porcaria de governos que temos escolhido, e que, uma vez aflitos, tomam como alvo, os pobres e a dita classe média. Que um raio os parta!

Este blogue não podia ter acabado sem que me fosse dada a possibilidade de nele deixar a minha última palavra. Que é mais que uma palavra de saudade. É uma palavra que começa por ser de agradecimento. Aos meus companheiros de labuta neste 'Calçadão', que sacrificaram horas e horas do seu próprio descanso para que as novidades pudessem chegar aos nossos leitores, muitas vezes antes de chegarem às redacções dos jornais. Às suas famílias e à minha, porque souberam compreender que tentávamos prestar um serviço público gratuito. Obrigado, Ana. Obrigado . Obrigado Rui.

Obrigado.

Outro agradecimento vais para os nossos leitores (uma média de 355 diários), alguns deles a acompanhar-nos desde a primeira hora, certinhos como um relógio antigo. Também eles nos ajudaram muito, mandando-nos informações para que pudéssemos melhorar a nossa prestação, ou enviando-nos o seu estímulo.
Aos nossos colegas «bloguistas» também vai dirigido o nosso obrigado, pelo carinho, apoio e colaboração.

Jamais esqueceremos o «Mas certamente que sim», o «Fata Morgana», o «MAC Loulé», o «Margens de Erro», o «Cachimbo de Magritte», o «Praça da Republica» e outros cujo nome agora não me ocorre.
Também temos um lote de desculpas a apresentar: primeiro, aos nossos leitores fieis, a quem «fugimos» sem dar cavaco»; depois, aos muitos que nos enviavam correio electrónico e a quem não pudemos responder, por falta de tempo ou por preguiça.

Àqueles que «atacámos», a esses não vamos pedir desculpas. Fomos sempre directos e verdadeiros. A quem assentava a carapuça… ficou muito bem assente.

Desculpas também aos meus concidadãos Rogério e Zé Soares, ao arquitecto João Pedroso, ao inspector Eduardo Geraldo, à Rosália, ao professor Catarino, os quais, sem quaisquer culpas no cartório, se viram, por vezes incomodados, como sabemos, confundidos com os autores do blogue e acusados de serem «atiradores de farpas».

Desculpas ainda para o concelho de Loulé, para a cidade de Quarteira e para todos os Quarteirenses, a quem agora abandonamos à imprensa local (?) atenta, veneradora e obrigada ao poder constituído.
Mas, perdoem: as últimas e definitivas palavras vão direitinhas para a minha equipa. Eles conseguiram a proeza de me «molharem os olhos» com os seus últimos posts.

Bem hajam, amigos.

Adorei trabalhar convosco; guardo-vos no coração, naquele cantinho mais reservado. Onde só cabem os bons.

Até sempre!


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lágrimas de amor

calçadão: um exercício de cidadania e democraticidade
Foram quatro anos com um significado e uma grandeza excepcionais. Quatro anos em que, nas voltas do «Calçadão» juntámos uma equipa fantástica.

Lourenço conduziu sempre, com a sua magistral batuta. Foi um líder, quase um pai. Só dessa forma conseguimos manter, sem nos desviarmos um milímetro das nossas convicções, uma coesão, uma lealdade e uma constância impares.

Cada um de nós olha a politica por uma face diferente do prisma. Mas isso, se causou algumas perplexidades naqueles que preferiam que olhássemos todos da mesma forma para aquilo que nos rodeia - como se, para tal, hão bastasse o monocórdico seguidismo da imprensa que temos -, não impediu um trabalho conjunto e equilibrado.

Ao Lourenço ficámos a dever este extraordinário - e não difícil - exercício de cidadania este exemplo do que deve ser democracia.

Hoje, o «Calçadão» chega ao fim. Mas os laços de carinho e admiração mútua que unem esta equipa perdurarão in perpetuum (esta vai agradar à Ana).

Honra-me ter pertencido a este grupo.

As lágrimas que nos rolaram nas faces, durante o jantar de Sábado, foram sentidas. Mais do que disse o Lourenço no seu post, não foram apenas lágrimas de saudade.

Foram de amor.

Isto faz-se?!...

volta já! e depressa, pá! faz favor!

A partir de hoje vou ficar mais descansado porque não vou receber mais daqueles telefonemas incómodos do Lourenço:


– Então, pá?! Estão dois posts prontos há mais de cinco horas e tu não os mandas para o ar?

(Pois! O Lourenço não percebeu ou fingiu que não percebeu que isto de arranjar «bonecos» para todos os posts não é assim, do pé para a mão).

Nunca tive jeito para a escrita mesmo quando os outros me desafiaram para escrever umas coisas a que chamaram contos infantis, não me senti à vontade; mas nos momentos vagos, lá ia juntando os bonecos para ilustrar os posts

Agora o blog chega ao fim. A equipa morre aqui.

Morre? Não morre!!! Vou estar cheio de saudades das nossas conversas.

(Anarca comunista, eu, Zé Carlos?! Anarca era a tua bisavó italiana, meu xuxa socrático…)

Ana: nunca te disse que tens uns olhos lindos? (Sabes? Na hora do adeus é mais fácil dizer essas coisas sem soar a oco).

Por fim, tu, Lourenço, meu amigo. Telefona quando quiseres; eu faço os bonecos todos que quiseres. Vai à tua vida. Vê se este Pinócoelho te deixa endireitar a vida e volta. Faz outro blog. Eu gosto de discutir contigo. Porque gosto de te abraçar.

Volta logo que possas. Sei como te é penoso deixar o teu Algarve. Volta. O Algarve precisa de ti. Loulé precisa de ti. Quarteira precisa de ti. Vilamoura precisa de gente como tu.

E nós estamos a morrer de saudades, mesmo antes que te vás.

Obrigado Calçadão

quatro anos que guardarei no cofre do meu coração
Quando há pouco mais de quatro anos, o meu amigo Lourenço me convidou para esta aventura, comecei por recusar. Conhecia, há muito o José Carlos e as suas convicções socialistas. Pensei que desta relação só poderiam vir desentendimentos e a minha natureza é avessa a discussões ou a ambientes azedos.

Mas era difícil recusar qualquer convite do Lourenço Anes, mais próximo das minhas convicções e, quando ele aceitou que eu pudesse usar o blogue como um instrumento didáctico, comecei a abanar. Demais, sabia que no seu convívio, tinha muito a ganhar, muito a aprender.

Na altura, leccionava Poesia Contemporânea e, depois de ter ficado assente que bastaria a contribuição de um post semanal, acabei por aceitar. Foi assim que, durante meses, os meus alunos encontraram no ´Calçadão´ tema para os seus trabalhos escolares.

Depois, faltou a saúde e foi então que percebi em que equipa eu «caíra». Encontrei nos companheiros do blogue a amizade, o interesse, o carinho que me deu forças num momento difícil.

Por isso, hoje o meu coração está a chorar: esta equipa nunca deveria desfazer-se. Vou sentir a falta deles. Vou sentir a falta do ´Calçadão´.

Sem eles, fiquei mais pobre. Sem eles, sinto-me só.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Antes do adeus…

quando a saudade chega antes da partida
No sábado juntámo-nos todos á volta duma mesa, num jantar em que se estreitaram laços, se recordaram emoções e em que, por vezes, os olhos se recusaram a ficar secos.

Nós os quatro, alguns amigos e muitas recordações acumuladas ao longo destes quatro anos de vida deste blogue.

Amanhã cairá o pano. Começará uma nova vida, uma vida cheia de incertezas, é certo, mas da qual tentaremos evitar os espinhos que se adivinham.

Foi um jantar lindo. Talvez o primeiro jantar que, na vida, me foi especialmente dedicado – só a mim – mas que nos juntou todos – colaboradores e amigos – em laços apertados de saudade.

No Domingo já não abrimos o estabelecimento. Faz-me saudades olhar para esta sala, agora vazia.

Partirei ainda esta semana. O Calçadão partirá antes, deixando-me mais só; deixando os trezentos e pico leitores diários e regulares sem a companhia habitual. A nós deixa-nos cheios de angústias e saudades. Aqueles a quem fomos incómodos ficarão, de certo, aliviados.

É a vida: os alcatruzes da nora – quando uns partem vazios, deixam lugar para que outros cheguem, trazendo frescura e esperança.

As despedidas… ficam para depois. Bem hajam.


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Nunca mais empresas municipais sem lucros!

nunca mais imbecilidades executadas por inframouras!
Na próxima semana o governo vai entregar um diploma no parlamento sobre o novo enquadramento jurídico do sector empresarial local.

A finalidade do diploma será impor novas regras de transparência, incentivos a fusões das empresas municipais, e penalizações para quem não cumprir a lei.

Relvas, em nome do governo, disse que se pretende uma “redução do sector empresarial local”, impondo, para já, “a suspensão sine die da criação de novas empresas municipais”.

As câmaras terão a obrigação de prestarem “toda a informação”, sob pena de verem reduzidas as transferências do Estado, explicou o ministro. Nos casos em que a informação “não seja considerada suficiente [serão] retidos 20 por cento dos duodécimos das transferências para as respectivas autarquias

Os autarcas, com ou sem pelouro, ficarão impedidos de assumirem cargos remunerados nestas empresas; “já houve um tempo para avaliar e agora é um tempo para agir” pelo que, por lei, a “real dimensão do sector empresarial local tem de ser totalmente clarificada”, afirmou Relvas.

Pois é, quando as empresas municipais tiverem de prestar contas e se registarem prejuízos, forem encerradas, talvez deixemos de nos deparar com tanta imbecilidade, com tanta vacuidade, ostentação de novo-riquismo e tanta petulância como a que foram demonstradas aqui em Vilamoura, no último ano.

Provavelmente, uma – senão a principal razão – para eu hoje estar a cumprir a penosa tarefa de retirar os bens pessoais do meu estabelecimento ficará na conta dos prejuízos provocados pela estupidez de terem reduzido a avenida da Marina a uma só faixa de rodagem, ainda por cima ladeada por estacionamentos paralelos – mais morosos, portanto – que obrigou à colocação de semáforos e não evitou as longas e penosas bichas como nunca se viram em Vilamoura, a tirarem a vontade aos veraneantes de se aproximarem da zona.

Raios partam os boys que na empresa municipal Inframoura tiveram essa infeliz ideia! Ainda por cima, sem consultarem ninguém. Prejudicaram os turistas e lixaram os empresários.

Agora expulsem essa corja, ministro Relvas. Para mim, já vão tarde.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Assim nos trata o poder central

macário não gostou de ser ignorado
Macário Correia, presidente da Câmara de Faro, em nota enviada hoje à comunicação social, lamentou hoje não ter sido informado ou convidado para participar numa visita que o ministro da Saúde realizou ao Hospital Central do Algarve.

Diz que soube da visita do ministro Paulo Macedo por uma "informação puramente particular".

E, porque não foi informado pelas "vias oficiais e protocolares usuais [praticadas] há dezenas de anos, por vários Governos", Macário fez o que lhe competia: deixou o ministro a coçar-se sozinho.

Fez bem.

Se o governo pretende menosprezar os algarvios, por que raio haviam os algarvios de prestar vassalagem ao seu representante?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ele é muito visual

e está feliz porque tem muitas iniciativas para nosso desespero
Quando uns anunciam o desespero, sentem no corpo as dores do desemprego, as falências, o governo da nação está feliz, como se vê…

Carlos Moedas, secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, foi hoje o espelho do triunfo, quando anunciava à comissão parlamentar que acompanha a aplicação das medidas impostas pela troika, que "o ritmo do nosso trabalho durante estas semanas foi praticamente de uma medida por dia".

Ao todo - disse Moedas -, desde que o governo tomou posse, já aplicou 22 medidas e para Setembro - disse ainda - que estão previstas mais 70 iniciativas: 25 de imediato, onde se inclui "a redução das deduções fiscais para os cuidados de saúde em dois terços".

Lindo!

Entretanto, este governo tira surpresas todos os das da cartola. Este Moedas assemelhava-se hoje a uma educadora de infância, a mostrar aos párvolos um «boneco» sem qualquer conteúdo, para dizer que não pretende chegar «aqui» mas sim «aqui», numa espécie de gráfico com duas trajectórias de redução do défice, sem quaisquer ordens de grandeza.

Pois aplique lá nais essas 70 medidas de que falou. Depois disso não lhe pesarão os suicídios de muitos que entrarem em desespero.

O meu amigo Simão ainda vive «às sopas» da mulher; mas só até ao fim do mês de Setembro porque também ela vai perder o emprego. A Carla anda às voltas com o banco; tem quatro meses de atraso da prestação da casa. A minha irmã voltou para Viseu porque o que ganha mal lhe chega para pagar a renda; deixou o carro num stand para ver se lho vendem. O Lourenço fecha na próxima semana, o seu «estaminé», como ele costuma dizer.

Nada de novo: o Moedas tem um gráfico. Ele diz: “Sou muito visual”.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Perder a esperança

quando o negócio não dá, é melhor fechar a porta

Passos Coelho já o tinha prometido durante a campanha eleitoral e por isso, não havia que admirar. O Governo entrou forte e feio: aumentou o IRS, lixando os salários; subiu os preços dos transportes, sem explicar porquê; facilitou os despedimentos criando a instabilidade nas famílias; acabou com as «golden shares», beneficiando os grandes empresários.

Aquilo que criticara no governo anterior foi repetido, com agravante: apostou nas receitas, protegeu os mais ricos e pôs à beira do suicídio os que já tinham atingido o limiar da pobreza.

No entanto, Coelho definira como objectivo atacar as despesas, cortar, cortar, cortar e chegou a afirmar ter uma lista de cortes a efectuar de imediato. Deve ter rasgado a lista e esquecido do que disse. A quem muito escreve em juvenis «facebooks», costuma faltar o tempo para coisas mais sérias.

Assim, já anunciou que os próximos alvos… são mais do mesmo: aumentos de preços na electricidade e no gás, talvez volte a subir o IVA para os impensáveis 25%, acabou de «desviar» mais fundos de pensões.

O ministro das Finanças, com aquele seu ar de verdugo aéreo, já anunciou o que aí vem: o PIB voltará a cair e irá assim até 2013 - pelo menos, uns dez meses de recessão, durante os quais desaparecerão mais de 100 mil postos de trabalho.

Parece que é o trágico destino que nos foi imposto pela troika. As coisas são como são: o programa da troika ainda só agora começou e em Julho, o consumo privado em Portugal baixou 3,4%, a maior descida desde 1978.

Mas, por agora, vou esquecer que, em 2013, a dívida esperada é de 115% do PIB, com a economia estagnada. Não sei como Passos Coelho julga que vai descalçar a bota.

E, por agora, nem isso me interessa.

Porque, desculpem lá, também tenho de pensar em mim.

A queda do consumo é, no mínimo, trágica. Os pequenos empresários sentem o sufoco.

Esperei que o mês de Agosto pudesse dar um sopro de esperança ao meu negócio. Mas Agosto já não é o que foi.

Parece que os hotéis de Vilamoura estão quase cheios; mas, se estão, é com turistas de meia-tigela, que não gastam um cêntimo para além da hospedagem.

Se, quando os empresários da sede de freguesia de Quarteira se lamentam, pensam que os de Vilamoura têm razões para estar felizes… desiludam-se. Nunca, desde que abri o negócio, os lucros mal deram para pagar a respectiva renda. Aconteceu agora, em Junho e em Julho. Agosto não irá salvar nada. A entrada de um cliente é quase motivo para uma festa.

Resta-me fechar a porta e é o que irei fazer no final do mês. Avisei o senhorio, que levou as mãos à cabeça: «- E agora?».

Não sei como será o «agora» do senhorio. Mas sei que o meu futuro próximo passará por ir mudar de ares, já que chegou o momento em que decidi que não irei mais trabalhar para pagar - que quase é o mesmo que pagar para trabalhar.

Felizmente para eles, um dos meus empregados arranjou trabalho em Luanda e marchará ainda esta semana. Outro, casado com uma manicura que ficou desempregada, decidiu regressar ao Brasil no final do mês. A terceira… com muita pena minha, tratarei de regularizar a sua situação para que passe a receber subsídio de desemprego, já que acordámos a rescisão por mútuo acordo.

Com as Finanças, está tudo tratado: não tenho dívidas e cessarei a actividade a partir do último dia de Agosto.

Por mim, lançarei a toalha ao chão. Sem direito a subsídio de desemprego, irei à procura da companhia de filho e netos. Pode ser que, lá pela capital encontre alguma oportunidade para me não sentir inútil…

domingo, 21 de agosto de 2011

«Cataplana Experience» em Vilamoura

inovar, cozinhando na cataplana
A 3ª edição do Cataplana Experience volta à Marina de Vilamoura, de 31 de Agosto a 3 de Setembro, encerrando a temporada gastronómica do programa Allgarve’11

O evento terá espectáculos de «show cooking» e contará com um «mercado gourmet» com mostra e venda de produtos.

Na varanda do Hotel Tivoli, haverá demonstrações e degustações de pratos elaborados em cataplana, por chefes conceituados.

A entrada no «mercado gourmet» e no «show cooking» é gratuita nas sujeita a marcações e as degustações durarão das 19:00 horas à meia-noite.

sábado, 20 de agosto de 2011

Acabem com o regabofe!

que se lixe a madeira e todos os jardins que lá houver Continua o regabofe e continua a «transparência» à portuguesa.

Depois do chefe do governo e o seu ministro das Finanças terem «descoberto» um buraco financeiro «colossal» que, despudoradamente, deixavam no ar a sugestão de que era um buraco escondido pelo governo anterior, foi preciso a troika chegar cá e dizer preto no branco: vocês sabem que existem aquele espécime a que chamam o dr. Jardim e o seu incontrolável governo…

Só então o ministro das Finanças, timidamente, veio abordar, com pinças, o assunto.

Ora o senhor Alberto João, para além das façanhas e má-criação com que diariamente nos presenteia, apresenta uma região endividada até ao absurdo.

Todos lhes vão tolerando a estupidez e a inépcia - desde o senhor Silva ao senhor Pinto de Sousa - foram perdoando a cretinice do «gestor» duma Madeira, arruinada economicamente, falida,há décadas a ser financiada pelo continente.

Com mais desigualdades sociais que qualquer outra região de Portugal, continua a ser o paraíso do nepotismo, do compadrio empresarial e político, que o dr. Jardim tem fomentado.

Falemos sem papas na língua: a Democracia tem como seu maior pilar o interpretar a vontade do povo.

Foi por essa Democracia que em 1974 e 75 demos a independência às colónias. Custa-me a perceber porque é que, neste lamentável caso, ainda nunca se pôs a hipótese de fazer um referendo para que o povo determine o que quer para a Madeira.

Portugal tem hoje um governo de maioria absoluta e apesar de ainda não se ter visto nenhuma coragem por parte desse governo (a não ser no corte do subsidio de Natal, no aumento do gás, da electricidade e dos transportes, tudo continua à espera do corte nas chamadas «gorduras» do Estado, cortes que tanto reclamavam quando estavam na oposição), todas as «gorduras» se mantêm; todas as incompetências continuam «numa boa».

Era altura de cortar. Cortar com um passado que nos envergonha, com gente que nos humilha, com mal agradecidos, arrogantes.

Por mim, passaria muito bem sem ter de encarar com uma figura semi-ébria num qualquer chão da Lagoa, a vociferar baboseiras e insultos. Passaria muito bem sem ter de pagar com os meus impostos os luxos do senhor Jardim.

Será que o PSD e o CDS têm medo do dr. Jardim, essa figura pícara que demorou dez anos para tirar um curso de Direito com uma classificação de gargalhada?

Afinal a troika foi clara: mais uma vez, o «desvio colossal» das Finanças públicas deve-se à gestão cretina e megalómana do dr. Jardim e à «venda» do BPN.

Por que razão Passos Coelho escondia o facto, deixando no ar a suspeição de que o «colosso» se devia a Sócrates e a Teixeira dos Santos?

É altura de usar «transparência» – porque não chega falar nela. É altura, tambén, de deitarmos o lixo fora.

Se é preciso alguém que dê o pontapé de saída, ele aí vai: Independência para a Madeira, já!

E os madeirenses que façam o que quiserem com os seus jardins.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

VERGONHA! Ai está o que (ainda) faltava

compadrio era «costume»; agora passa a ser «lei»!
O projecto de diploma sobre o recrutamento de dirigentes superiores na função pública consagra a possibilidade de o ministro rejeitar os três candidatos pré-seleccionados por concurso. Quando isto acontecer passa a ser o ministro a sugerir três candidatos à Comissão de Recrutamento.

Aos poucos começa-se a saber o que vale a «transparência» do governo de Passos Coelho. Já se delineia claramente, que o compadrio e a corrupção estão na agenda desse governo. Não para serem combatidos. Não. Apenas para pôr em forma de lei aquilo que todos sabíamos que se fazia… mas se fazia ainda com uma capinha de decoro.

Deixa de haver razão para esse mínimo decoro. O «concurso» que fora anunciado para todos os cargos públicos serão apenas uma poeira lançada aos olhos dos incautos.

A notícia, dada pelo «Jornal de Negócios» reflecte ponto por ponto, o teor do diploma a que hoje tivemos acesso através de um membro da «mesa das negociações».

Uma vergonha! - O projecto de diploma explica que o "membro do Governo pode não apenas escolher entre três candidatos pré-seleccionados por concurso, como ainda recusar as três opções”.

E mais ainda: “Caso isso aconteça e se crie um impasse, a lógica do processo inverte-se: passa a ser o próprio ministro a sugerir os três candidatos à comissão que será criada para assegurar a independência no recrutamento”.

Independência? Que descaramento!

Nem Salazar fez «melhor» que isto!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

As reformas que saem da cartola

mudam as moscas; o resto fica na mesma…
A «novidade» saiu no «Diário Económico» de hoje. Os novos dirigentes superiores da Administração Pública terão de estar licenciados há mais de 12 anos.

Num governo que prometeu já que só o mérito deve ser premiado… não começa mal.

Nem descobriu ainda a forma de se não desdizer a si mesmo!

Repare-se: para os professores, que têm usufruído de progressão por antiguidade, o governo acha (e bem) que idade e antiguidade não são sinais de mérito.

Para os dirigentes da administração pública, o diploma de licenciatura é como o vinho do Porto: quanto mais antigo melhor!

Mérito? Que interessa o teor de açúcar, o aroma ou a graduação do vinho? É antigo, basta.

Para os dirigentes da administração é o mesmo. Pode ser um incompetente qualquer, mas com um diploma velhinho. Provavelmente, emoldurado ao lado do cartãozinho… Assim, pode subir, direitinho, a director-geral ou presidente de qualquer coisa.

Nas «nomeações» destes dirigentes superiores da administração pública – cuja «comissão» passa de três para cinco anos – continua a regra da «escolha» entre os três «aprovados» em concurso (serão 1211, ainda segundo o «Económico»).

Estes «superiores passam a usufruir ainda de «prémios de gestão» (Perdão… como disse?!...)

Para as chefias de segundo grau (4574 entre subinspectores gerais, vogais, etc), bastará um diploma com oito anos «de fermentação».

Quanto aos restantes funcionários também serão contemplados, é claro: ficarão com o direito de pagar cada vez mais impostos e de viverem cada vez pior. Como todos nós.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Comboio de alta velocidade nas cambalhotas de Coelho

decisão de parar tudo... afinal não está tomada
Durante muitos meses o PSD e o actual primeiro ministro atacaram José Sócrates por causa do TGV - o comboio de alta velocidade. Que era um luxo, que era um desperdício, que não era oportuno, que se ganhassem as eleições parava tudo. Acabou o TGV! Fim.

Nunca se lembraram, o PSD e o seu presidente, dos compromissos internacionais nem do que o abandono do projecto iria custar.

Agora, que estão no poder… lá tiveram que ouvir os outros. E o que os outros – neste caso, os espanhóis – tinham para dizer, não lhes era nada agradável.

O ministro, Santos Pereira, lá foi a Madrid, hoje, todo pimpão. Ouviu das boas e voltou murcho. Fez uma declaração e (como já começa a ser hábito neste governo «trans-parente») sem direito a perguntas dos jornalistas.

E que disse? Nada! Ou melhor, disse que… disse ao ministro espanhol que “em relação ao comboio de alta velocidade […] a intenção é chegar internamente a uma decisão em Setembro”.

Ai a decisão agora já não está tomada? Não é parar?

Não sabemos como lhas «cantou» o ministro espanhol. Mas esse ficou na sala e respondeu às perguntas que lhe quiseram pôr. Não quis humilhar Santos Pereira nem o governo de Passos Coelho. Ainda assim, insistiu: a Espanha mantém os seus objectivos no que toca à ligação em alta velocidade entre Madrid e a fronteira com Portugal, numa altura em que todos os troços dessa ligação estão licitados, adjudicados, em fase de execução ou, em alguns casos, terminados.

E foi mais longe, o ministro espanhol: “o governo português precisa de tempo para estudar as formas, os custos e, em Setembro, haverá uma resposta definitiva, não apenas com a linha de Madrid Lisboa, mas também entre Porto e Vigo”.

As palavras foram mesmo essas: «formas» e «custos». A bom entendedor…

E o povo português também vai entender: o que ontem para o governo de Passos Coelho era uma deliberação definitiva… agora é definitiva só até Setembro. Depois se fará como o governo socialista sempre disse que tinha de se fazer…

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Protestos contra portagens cada vez mais suaves

cada vez menores as concentrações
A ideia era fazer um cordão humano entre Vale da Venda e Patacão para protestar contra a introdução de portagens na Via do Infante.

Umas duas dezenas de «convocados» apareceram. José Vitorino, patrono de causas perdidas, apareceu também, com meia dúzia de «apóstolos».

Aquele punhado de gente não deu nem para cordão nem para cordinha.

Um fiasco, como seria de esperar, perante o excesso de conformismo com que o Zé Povinho tem enfrentado a vaga de «assaltos» à carteira e ao bem-estar, de que temos sido vítimas. Uns, por passividade, outros por angélica inocência de quem quer acreditar ainda que a culpa foi do «outro».

Assim se vai perdendo o «direito à indignação».

Quanto às portagens… Passos Coelho tem estado calado mas, perante estes fracos protestos (protestos?! – não, murmúrios) é capaz de perceber que é altura de passar das palavras às obras. Nessa altura se confirmará que o governo se está borrifando para o facto previsível de que portajar a Via do Infante trará consequências graves para a região.

Entretanto, os promotores anunciam estarem dispostos a encetar novas formas de luta “ainda mais”(?)tumultuosas, "assim que sair a resolução do Conselho de Ministros a definir o preço das portagens, as discriminações positivas".

Vasconcelos, da comissão promotora, afirmou que “Isto é o início de um conjunto de acções que iremos ter no futuro contra a introdução de portagens”.