
Hoje, os rumores tornam-se realidade, depois de o presidente da Câmara de Loulé ter dito ao «Correio da Manhã» que “o nó do aeroporto da Via do Infante, perto do Parque das Cidades, é apontado como a localização provável”, ainda que reconhecendo que, para tal localização “surgem vozes discordantes, devido a dificuldades no trânsito, quando ali vai nascer um hospital e os acessos ao estádio, em dia de jogo, são complicados”.
Vamos por partes:
O grupo sueco IKEA está a pensar em construir uma loja no Algarve e tenciona fazê-lo no concelho de Loulé. A alternativa não passa por qualquer outra zona do Alagarve.
Trata-se de um investimento da ordem de 200 milhões de euros, que poderá dar empregos directos e indirectos a cerca de três mil trabalhadores. Estamos, pois, a falar de uma coisa “em grande” – nada mais que a maior unidade da multinacional na Península Ibérica.
A empresa parece fazer depender a sua decisão do preço dos terrenos e das contrapartidas que lhe venham a ser exigidas por parte da autarquia louletana. Caso contrário, a alternativa a Loulé deverá passar pela cidade andaluza de Huelva.

E é aqui que começa a porca a torcer o rabo.
Os entraves e os velhos do Restelo já estão a alinhar frente às tribunas:
- Apolinário, percebendo que a localização em Faro está fora de questão, aponta para a solução a sul do «Parque das Cidades», a meio caminho entre Faro e Loulé. Quer colher alguns benefícios para o seu concelho e até se entende essa posição. Tanto mais o "negócio" permitiria "ajudar nos encargos à empresa que gere o Estádio Algarve".
. - Elidérico Viegas diz que a instalação de uma loja e de um centro comercial do IKEA no Algarve "não traz nenhum valor acrescentado para a região nem para a sua principal actividade, o turismo" e opõe-se à localização perto do nó do aeroporto.
- A associação de comércio ACRAL considera que é uma - "péssima notícia. O IKEA não traz nenhuma vantagem para o Algarve e a criação de postos de trabalho é ilusória, pois muitos, no comércio tradicional, vão desaparecer."
É evidente que a localização da unidade da IKEA junto do Parque das Cidades não nos parece uma boa ideia. Neste ponto, somos concordantes com os que defendem que o Parque das Cidades deve ser dotado de equipamentos que sirvam a região e a generalidade dos cidadãos, e não estar ao serviço de outros interesses.
A localização sugerida pelo presidente da Câmara - as antigas instalações da Unicer – parecem uma sugestão correcta. Mas há que ser lestos nas decisões a tomar.Ou então… vamos todos – o senhor Elidérico e os seus hotéis, inclusive – comprar o mobiliário da IKEA… a Huelva.