e deve ser empurrado para a demissão, na comissão política 
Que há muito tempo entendo que Miguel Freitas não reúne condições para liderar o Partido Socialista no Algarve, não é novidade alguma para ninguém.
Ao próprio, tive oportunidade de afirmar pessoalmente que, ao contrário, era minha opinião que a sua presença como líder regional só tem prejudicado o partido - particularmente depois da humilhante derrota na região, nas eleições para o Parlamento Europeu – pelo que entendia que era altura de ele se retirar.
Mas, no entanto, insistiu e voltou a persistir em concorrer a presidente da Federação – um direito seu; como seu é o direito de não escutar ou ponderar as razões dos que não pensam como ele.
Já em Outubro de 2009, na sequência do desastre eleitoral autárquico, o «The best of Lagos» perguntava: “Qual a razão objectiva para Miguel Freitas ainda não se ter demitido?"
E ainda no passado dia 10 de Junho, neste mesmo sítio, voltei a evocar a atenção para a sua posição de «fragilidade» à frente da Federação do Algarve.
Em reforço da minha ideia, chamei à colação a opinião de Hélder Nunes que, mesmo junto do PS/Algarve, tem sido considerado muito próximo do Partido Socialista e do próprio Miguel Freitas e que, no «barlavento», o jornal que dirige, escreveu, preto no branco: “Miguel Freitas não tem condições políticas para liderar o PS Algarve”.
De nada serviu. Freitas assobiou para o lado, fingiu que ele e os líderes concelhios que o seguem nada tiveram que ver com a vexatória derrota dos socialistas que, no Algarve tomou a forma mais humilhante de todo o território continental e, numa atitude quase abjecta, correu a «colar-se» ao candidato que, de momento, parece reunir melhores condições para ocupar o lugar de José Sócrates, na liderança do partido.
Freitas não entendeu a grandeza do gesto de Sócrates. Preferiu tentar a sobrevivência política e a defesa dos seus projectos pessoais.
É lá com ele. Os homens têm o tamanho que a sua dimensão ética merece.
Mas a notícia caiu hoje, como uma bomba; e, uma vez mais, pela pena do «socialista» Hélder Nunes:
“ […] os presidentes de câmara socialistas vão realizar um encontro antes da Comissão Política para traçarem uma estratégica, que consta essencialmente em demonstrar que o partido necessita de se renovar e dar uma nova moralização à política".
E, num rasgo da sua habitual frontalidade, insiste: “Miguel Freitas será empurrado para a demissão na Comissão Política […porque este] não dá sinais de querer demitir-se”.
Diz Hélder Nunes que “os presidentes de câmara estão preocupados com o futuro do partido a nível regional e, muito provavelmente, vão empurrar Miguel Freitas para a demissão”.
Eu quero acreditar que, desta vez, finalmente, Freitas perceberá que o PS é mais importante que ele e assuma a posição de dignidade que a situação exige, seguindo o nobre exemplo de Sócrates.
Já agora, que os seus «pequenos» seguidores em todos os concelhos da região tenham a atitude de lucidez ética e moral de saírem pelos seus próprios pés, percebendo, de uma vez por todas, que as derrotas em eleições não são de apenas um homem; mas que castigam, também, a mediocridade daqueles que, «no terreno», têm a responsabilidade de preparar, planificar e executar as acções que conduzam a vitórias.