agora já estamos em campanha… e antes, era o quê? 
O debate final deste serão, entre José Sócrates e Passos Coelho, na RTP, ficou marcado pelas críticas do primeiro-ministro às posições do líder do PSD, enquanto este apontou o dedo às responsabilidades do secretário-geral do PS.
Logo a começar, Sócrates confrontou Passos Coelho com textos que, na qualidade de administrador da Fomentinvest, escreveu sobre a economia portuguesa em 2009 e sobre a saúde. Era à volta destes temas que o ainda primeiro-ministro pretendia centrar o debate.
Para isso apresentou um texto assinado por Coelho em que este, em 2010, assumiu a dimensão internacional da crise financeira portuguesa e até defendia as posições tomadas pelo Governo de Sócrates.
Mas na sua primeira intervenção, o líder do PSD exigiu que Sócrates discutisse as suas responsabilidades no estado das finanças e no problema do desemprego. Acusou Sócrates de pretender fugir às suas responsabilidades enquanto primeiro-ministro, depois de deixar o país à beira "da bancarrota", com 700 mil desempregados, de ter cortado salários e prestações sociais.
E quando já nem o moderador conseguia controlar o rumo dos acontecimentos, viu-se que, neste primeiro round, a vitória pendia claramente para Sócrates que, como hoje ouvi não sei onde, “não vive neste mundo
Na segunda parte, Passos Coelho foi recuperando: "O senhor vai a votos como primeiro-ministro – disse - mas tem grande dificuldade que tem em discutir as suas responsabilidades”.
Ao que José Sócrates respondeu: "Sou responsável por todas as medidas difíceis, nunca virei a cara às dificuldades, mas o senhor é responsável pela abertura de uma crise política, que levou Portugal a pedir ajuda externa".
E pronto: estávamos no «de sempre» com os mesmos argumentos de um e outro, que já não vamos tendo paciência para escutar.
E já não terão sido muitos os que ouviram Sócrates lembrar ao líder do PSD: “Ninguém ganha eleições só fazendo críticas".
No final do encontro, apenas um ponto mereceu o consenso dos dois responsáveis: ambos os líderes garantiram que só ocuparão o cargo de primeiro-ministro se "o povo" assim o decidir.