semana de culinária com nome e preços para inglês ler e comer
Começou, na sexta-feira passada, uma semana gastronómica em Loulé, a que os organizadores - da forma mais pirosa e subserviente em que os portugueses são «os maiores» - designou por «Loulé Restaurant Week» - como se a língua portuguesa fosse uma coisa inferior, de que se envergonham.
Mas, tirando esta humilhante situação, patrocinada pela Câmara Municipal, reza a publicidade que o evento “permitirá aos amantes da boa gastronomia comer bem e pagar pouco em alguns dos mais conceituados restaurantes do Algarve”.
Fica-se entusiasmado com a ideia, não é? Em época de crise, dar possibilidade de comer bem e pagar pouco parece coisa de quem está preocupado com o bem estar da população, tanto mais que a dita publicidade vinca que “o espírito da iniciativa passa por possibilitar o acesso democrático à restauração de alto nível e à gastronomia de qualidade, tornando acessíveis restaurantes muitas vezes integrados no segmento de luxo”.
Olá!!! De luxo, sim senhor, leu bem e deve ter ficado entusiasmado com a ideia. Ainda por cima, no preço da refeição, um euro destina-se à Associação dos Amigos dos Animais Abandonados de Loulé, que mantém o canil de São Francisco, na sede do concelho.
Quem pois não ficará encantado em ir a um restaurante dito «de luxo», papar como um rei, ajudar uma obra benemérita e, ainda por cima, pagar pouco?
Pouco? Pois, os organizadores dizem isso. Quanto? – estarão os leitores a perguntar. Vinte euros. Quatro contos por cabeça, em linguagem antiga.
Ou seja, um casal por uns meros oito contos pode tomar uma rica refeição, sim senhor. Se tiver filhos… bem… um bocadinho mais: se for um filho, só mais quatro contos; se forem dois, serão mais oito mil escudos. Ou seja, por oitenta euritos, pode comer … «à inglesa». E nem pense em levar a sogra e a cunhada. Faça contas.
Mas, pelos vistos, vinte euros por cabeça é “pagar pouco” por um almocinho para os senhores da «Restaurant Week de Loulé», que recomendam “marcação prévia” para o “acesso democrático” ao repasto.
Em Loulé não deve haver crise. Ou então… ganha-se por lá muito bem!
3 comentários:
O Dr, Emidio pode muito bem pagar esses preços eu queria-o ver a almoçar barato com 20 euros para dar de comer aos meus 3 filhos!
Isso só nos contos de fadas. Acordem para a realidade, porque eles são mesmo todos mafiosos.
Esses que organizam essas refeições económicas recebem pensores de 600 euros?
Se assim for, dá-lhes para o jantar de um mês !!!!!!!
Enviar um comentário