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segunda-feira, 25 de abril de 2011

As pétalas perdidas da flor de Abril

a culpa é só nossa: não soubemos eleger governantes capazes

Uma mistura amarga de calculismo partidário e eleitoral e de uma profunda irresponsabi-lidade política, a que teremos de ajuntar uma falsa ilusão arrastada anos a fio, que levou um povo a acreditar que a felicidade estava ali, ao voltar da esquina, através de um crédito fácil e barato, levou-nos a uma situação de consequências imprevisíveis, sob o controlo e o comando de FMI - que uns julgaram ser a salvação e de que outros tentaram escapar como o Diabo da cruz.

Há uns anos, também a entrada na então CEE nos foi «vendida» como sendo a porta para a felicidade e a fortuna, a igualdade social, financeira e económica entre os cidadãos, a união e a solidariedade entre as nações.

Depois criaram uma moeda comum e todo um povo ingénuo acreditou que um dia o salário de um operário alemão seria igual ao de um operário português, ou que o preço de um carro em Florença seria o mesmo se o mesmo carro fosse comprado em Quarteira, ou que a qualidade do serviço de saúde em Londres seria a mesma daquele que é praticado no hospital de Faro.

Venderam-nos os sonhos mas esses, que os venderam, não tiveram engenho de os transformar em realidade. Ou nem tentaram.

E assim, os ideais despertados na madrugada de um dia 25 de Abril foram tombando, um a um, à medida que se iam desprendendo as flores forjadas no sol da utopia; por culpa nossa, por culpa dos sucessivos governos inaptos que fomos ajudando a criar com os nossos votos de esperança.

Foi também, ainda no dealbar desse 25 de Abril de há quase 40 anos, que a esquerda portuguesa exigia que fossem os ricos a pagar a crise.

Não pagaram. Continuam a não pagar e, por isso, os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

E, se a nossa independência nacional era já ténue, essa incapacidade dos sucessivos governos, com os de Cavaco, Barroso/Santana e Sócrates à cabeça, essa maldição do crédito fácil, esses mercados abutres dum défice externo provocado, sobretudo, pelo desvario automóvel que ensandeceu as famílias, atiraram-nos para os braços dessa inevitabilidade que é a ditadura da «troika» - FMI, BCE, EC.

Sócrates suportá-la-á por conveniências pessoal e política; Coelho abraçá-la-á com a ilusão da amante perfeita; os partidos de esquerda e os sindicatos protestarão, comportando-se como os meninos que fazem birra mesmo sabendo que a mãe não pode comprar-lhes o último grito da play-station; e nós, os que não temos senão o salário controlado, os que sempre fomos vítimas da mistificação de lunáticos e incompetentes, vamos pagar, pagar e pagar.

Acham que isto é culpa do 25 de Abril?

9 comentários:

Anónimo disse...

Deixem lá o FMI governar!
O subsídio de Natal vai ser pago em papéis!

Amélia disse...

Isso mesmo: a culpa é nossa porque aceitamos ser (des)governados por escória!

Nuno Rasteiro disse...

Sugeria ainda que as baixas tivessem diferentes escalões consoante a gravidade, e que as menos graves tivessem também impacto reforma. Dou como exemplo a simples dor de cabeça, ou a pequena constipação, ou mesmo aquela unha do dedo do pé que dói, ou o filho de 18 anos que está doente e precisa de alguém ao lado dele, ou então, ficar em casa porque sim, dá jeito... Não existe sacrifício, existe sim o facilitismo, onde aos culpados se juntam os médicos de família que dão essas mesmas baixas

Anónimo disse...

Há maus políticos, hipócritas e interceiros, mas isso não me assusta, porque sei que na política é mesmo assim. Mas deste senhor Passos Coelho tenho medo, receio mesmo que venha a ser o responsável pela destruição total do estado social conquistado na revolução de Abril. Ele é um neo-liberal sem escrupulos, que anda de braço dado com capitalismo, pronto a instalá-lo definitivamente no nosso país. Se o português já vive mal, nas mãos deste senhor viverá pior ainda

J.M.D.G. - Luxemburgo disse...

É mais que justo que se implemente um sistema Bonus-Malus para os cidadãos activos e os passivos ! É uma questao de justiça. Tudo precisa de ser mudado ainda e o FMI pode preocupar-se em pagar/receber as dívidas mas não em fazer progredir Portugal.

Eu, um Sacrificado disse...

Se o FMI vem para tirara aos pobres não era preciso ter vindo. Porque essa façanha já os de cá sabem fazer, eu pensava que eles VINHAM propor que se taxa-se 25%, dos ordenados chorudos, de alguns gestores ou obrigar os senhores das instituições financeiras, a pagarem uma taxa sobre os lucros astronómicos, que tiveram com o Zé povinho ou a taxar as contas offshore. À mas estas medidas ião mexer no bolso dos culpados da crise, estava a esquecer-me deste pormenor, então levem-nos tudo e em troca dei-nos porrada, pode ser que a população abra a pestana.

Anónimo disse...

Sempre os mesmos a sacrificarem-se. Vamos a ver se a poupança é para toda a sociedade. Privada, cargos políticos, gestores, enfim, todos

Anónimo disse...

Ora tomem lá! Esta é para aqueles fanfarrões do bota abaixo que por aqui escrevem, mas que nunca passaram por estar situação. Pensavam que eram só balelas

Anónimo disse...

Então funcionários públicos, perante estas ameaças apadrinhadas pelos três partidos que nos governam desde o 25 de Abril, ps, ppd, cds, ides continuar a votar nos mesmos??? Se assim for, em verdade vos digo: só um 25 de Abril a sério é que vai endireitar isto...