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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Chegou o FMI. O mais difícil está para chegar

perdemos a independência nacional? ou… não a queremos?

Parece que os fiscais do FMI ou do FEEF ou da CE ou donde quer que sejam… chegam esta noite e vão começar a trabalhar rapidamente para ver se nos «entram» - ou garantem - 80 mil milhões de euros até ao dia 28 de Maio…

Vão ter muito que trabalhar para saber se as contas são tal qual diz o Teixeira dos Santos, ou se não passam de histórias da carochinha.

Se forem como diz o ainda ministro das finanças, pode ser que o dinheiro chegue dentro dos prazos, para que o Estado – que somos todos nós – possa pagar as dívidas a tempo e horas. Mas se as contas estiverem furadas… é melhor nem pensar.

É claro que sabemos que a culpa é nossa. Só nossa.

Nossa porque gostamos de viver no «sonho português» que não passou de ser aquilo que sempre foi: um regabofe displicente, infantil e imbecil. O sonho de riqueza de um povo pelintra.

Nossa porque, nos últimos 20 anos, nem fomos capazes de escolher um chefe – nem um sequer, que fosse competente e inteligente.

Lembram-se ainda do Soares? Sabemos que era incapaz de ler um dossiê. Mas, ao menos, sabia escolher os ministros.

E foi assim que deixou as contas em dia. Mas, a partir daí… Tem sido um descalabro total.

Começou com os governos de Cavaco, com a sua linha de acção: lucros para a banca, obras públicas, construção civil, esbanjamento para «gente fiel», com desculpas de modernização das pescas, da agricultura e das indústrias...

Assim se gastou um rio de dinheiro das ajudas da CEE que jorraram a partir dos anos 80. E, como diz o povo, que, com papas e bolos se enganam os tolos, assim se ganharam eleições sucessivas – os governos mostravam obra e as empresas construtoras do regime enchiam os cofres dos partidos, fingiam criar emprego com o mesmo ritmo a que obrigavam o Estado a fazer, em alta, revisão dos preços das grandes empreitadas.

A banca multiplicava-se em unidades que nasciam como cogumelos – do nada – e emprestava sem correr riscos, para bel-prazer dos seus accionistas.

O povão andava «na maior» - carro para cada elemento da família, casa própria, férias nas Caraíbas, câmaras de vídeo e plasmas. O «sonho português» corria sobre rodas.

Até que um dia, um banco qualquer da América de que nunca tínhamos ouvido falar, e uma das mais importantes empresas do Estados Unidos faliram. Foi o toque de clarim para a chegada de uma crise que «rebolou» até nós.

A partir daí, tudo correu mal. O país era, afinal, o que nunca sonháramos, nesse delírio de felicidade – um balão. Nada dentro; só expectativas frustradas.

Os cidadãos perceberam que não podiam pagar a prestação das férias cubanas e muito menos a do plasma e a da casa. O tapete de Arraiolos que tanto deslumbrara os primos da província e o BMW que o filho ostentava na universidade eram, agora, uma dor de cabeça.

A banca percebeu também que o dinheiro que pedia lá fora para emprestar cá dentro podia não regressar. As hipotecas sucederam-se e os bancos ficaram, de repente, donos de parques imobiliários que não têm comprador.

E o Estado – ou melhor, o governo? Esse, percebeu que a segurança social que lhe era tão querida ficava sem recursos, enquanto lhe faltavam meios para liquidar os deveres junto dos credores. Há para pagar os estádios construídos para um jogo de futebol, as auto-estradas onde o trânsito é tão intenso como no Sahara as caravanas de camelos; os institutos criados para cursos «interessantíssimos» como «gestão de plantações de espinafres» ou «engenharia de pintura de paredes», as parcerias público-privadas, cada vez mais privadas nos lucros e menos públicas nos utentes, os submarinos para defesa contra os ataques de Singapura às Berlengas e os blindados anti-motim para lutar contra o cadeado nas portas das escolas, as linhas de TGV para os espanhóis virem à praia a Lisboa, e tantas coisas igualmente «úteis».

O Estado ficou louco e os governos perceberam que qualquer tipo de reforma acarretaria apenas perca de votos.

Deixaram, então, a justiça tomar conta de si própria, tão incontrolável como inútil e cara; desviaram o olhar dos cerca de 700 institutos fundações e demais organismos criados para albergar «boys» inúteis e bem pagos só porque usam cartões partidários; cederam à chantagem de sindicatos em nome de direitos adquiridos.

A saúde e a educação resvalavam como pau de sebo: se as listas de espera eram enormes, continuaram gigantescas; os alunos, independentemente de «esta-tísticas simpáticas» já não sabem fazer uma conta nem interpretar um texto; e o desemprego deixou de resvalar em plano inclinado, para despencar em abismo. Assim acabámos com os parcos recursos, com as ajudas dos Quadros Comunitários de Apoio.

Sem agricultura, sem indústrias, sem frota pesqueira, matámos o presente e o futuro de décadas.

Agora vem o FMI e já se ouve vozes a bramar que vêm «os de fora» obrigar-nos a fazer o que – e como – eles querem. Que perdemos a independência nacional…

Perdemos? Ou deitámo-la fora?

Imagem 1 – Dream; autor: G.R.’Exp’; Imagem 2 – Dream in water – autor desconhecido; Imagens 3 e 4 Desespero – autores desconhecidos; Imagem 5 - Labirinto

25 comentários:

Anónimo disse...

Ésó a missão técnica do BCE, do FMI e da Comissão Europeia que inicia hoje os trabalhos junto das autoridades portuguesas para a preparação do memorando de entendimento que permitirá a Portugal receber apoio financeiro
Uma moedinha... não há aí um eurinho?

Sílvia Nobre disse...

Segundo a previsão de inflação do FMI, os preços deverão aumentar 2,4 por cento em Portugal este ano e outros 1,4 por cento no próximo. Vao ser lindo, em cima dos cortes salariais!!!!

L. disse...

Afinal vamos para eleições porque o PEC 4 era mau, mas agora PPCoelho " dá luz verde" ao PEC 4 para não ficar mal na fotografia da Europa.

Este tipo chama cata-vento ao JS mas parece que ainda é pior!!!!

Anónimo disse...

Nós não elegemos o FMI.
Elegemos o Governo e os partidos da oposição.

Anónimo disse...

O Passos Coelho volta a dizer que não aceita governar com Sócrates...
Quanto mais fala...mais enterra Portugal, neste momento de incertezas e de ajuda externa. Como reagem os técnicos do FMI, ao negociarem os termos da ajuda após ouvirem que o lider do PSD critica a eleição do lider do PS e de antemão rejeita aproximação? Será que acredita na possibilidade de "destituição" de liderança no PS, como o que ocorre com frequencia no PSD? Ou será que já se prepara para concordar com tudo que lhe seja apresentado por baixo dos panos e esse discurso é só para o populacho ignorante e desinformado? Como critica a formação de uma dívida que mais privilegiou aqueles que o apoiam, os banqueiros, grandes industriais, empreiteiros de obras públicas e patrões em geral?

Anónimo disse...

A sério que a responsabilidade da crise vergonhosa é do Sócrates e do PS?! Mas como é que se pode alegar tal barbaridade??!!! O Sócrates só está a liderar o país há 6 anos, e o PS há 15 anos (tirando 2 e meio, entenda-se). E não é que a responsablidade pela duplicação da despesa pública, para não falar no défice, no desemprego e na estagnação da economia só pode mesmo ser.... (aqui entra no palco boys do gabinete de propaganda-marketing PS, os quais depois brainstorming, apontam a ideia genial) ... "Bom, vejamos, sei lá, do Salazar, já conseguimos imputar-lhe tantos outros problemas com sucesso! Bom, ok, se calhar, já está um pouco gasto, e ao que dizem a obsessão dele era mesmo não ter défice, mas superavits, como os alemães. é melhor alguém que tenha criado défice. E se for do último ...

Sengo disse...

o problema verdadeiro do PSD é o ódio visceral apenas a Sócrates independentemente da validade e importância (ou não) das decisões do governo, por parte de toda a oposição ajudada por toda a comunicação social... e por esse ódio está o país todo a pagar...

Carlos Carvalho disse...

Que desilução este senhor passos coelho! ainda acreditei em si ao início! deu-me esperanças! sim... em vez de andar a discutir soluções anda a discutir resposnabilidades e ainda por cima acha que ele não as tem também... era isso mesmo que estamos a precisar deste senhor!
Não dá soluções. só se queixa. é para isso que ele quer ir para o poder? dr. passoa coelho. sócrates demitiu-se quando não tinha dinheiro? ele apresentou uma alternativa para as reformas e refinanciamento... o pec iv.
O senhor bloqueou-lhe essa hipótese! como queria que houvesse dinheiro se lhe bloqueou a única hipótese de financiamento que tinhamos à parte do fmi? tenha vergonha! agora vem o fmi. vai doer mais. vai ser o pec iv agravado!
De quem é a responsabilidade? acha que os potugueses são parvos? olhe, é como a media markt! eu é que não sou parvo!

Anónimo disse...

sou um independente de esquerda que estava a ponderar votar pela primeira vez numas legislativas no PSD, tanto mais que fui apoiante da candidatura de Fernando Nobre à Presidência da República, mas se o PSD apoiar o PEC 4 tal como está que prevê um autêntico saque a mais de um milhão de reformados com pensões a partir dos 480 euros, votarei novamente no BE

Anónimo disse...

Afinal o governo caiu porque Socrates não informou a oposição da negociação com o UE, mas hoje soube-se que Passos Coelho esteve várias horas à conversa com Socrates antes da decisão ser tomada,

Que estiveram a fazer? A namorar? ou a ver futebol na TV? Alguem acredita que não falaram no País e na crise???

Um inicio de pretensa governação com uma mentira tão baixa não merece mais comentários.

Ricardo Santos disse...

Então é assim...
1-governo (vulgo socrates) negoceia politica para a próxima lesgislatura (com o fmi) 2-psd apoia negociações do governo 3-psd ganha eleições 4-psd governa sem socrates pq ele não tem competência hum... há qualquer coisa que não bate certo! ou então não... e é a politica que temos!

Anónimo disse...

Mas que palhaçada vem a ser esta?
Então mas este Passos Coelho saiu do nada e já manda? Eu sou Português, nunca votei nele para cargo público algum, mas ele já decide o rumo da nação? Bom, mas fala muito bem! E é muito bem parecido! Assim... uma espécie de Neo-Cavaco, renovado, de ar mansinho, mas género bem definido e voz bem colocada! Aiii... que o capital ...Perdão, PSD, vende tão bem os seus produtos!

Eu ! disse...

Passos Coelho ataca Sócrates
É assim mesmo. Já não era sem tempo. Ao fim de 6 anos de governo tem dito que a culpa é dos outros. Já era tempo de alguém lhe dizer e verdade.

Anónimo disse...

E eu até admito votar PSD sem Passos Coelho!
"...admite governo com PS sem Sócrates..."!!! Mas este tipo quer mandar em casa dos outros?! Ridículo.

Anónimo disse...

Impõe-se uma nova Aliança Democrática, para salvar o que resta da nossa dignidade e impedir que sejamos anexados por Espanha.
Nem os submarinos do Portas nos salvavam!

Anónimo disse...

Bem pensado, Sr. Lourenço!

M. Catarina Soares Albergaria - Estoi, Faro disse...

Dá para rir: A Fenprof exortou hoje os professores a contestar judicialmente o corte dos salários, dizendo que este é um “tempo de protesto e não de silêncio”.
Pois protestem antes contra as pensões de 200 euros não protestem contra as medidas de cortes que o FMI lhe vai meter em cima!
Classe de preguiçosos bem pagos!
Estive a trabalhar no ano passado na Dinamarca e o meu filhote andou lá na escola e em cada sala havia 40 rapazes e os professores não se queixavam.
Quer dizer que há preguiçosos a mais nas escolas de Portugal! O FMI que olhe para isso.

Anónimo disse...

Por se falar em crise, em défice e tudo o mais, quanto é tem custado ao País, a todos nós a Fundação do senhor Soares e as mordomias de todos os ex-presidentes? Não se pode cortar nada por esses lados?

Albergaria disse...

Em qualquer empresa seja ela grande ou pequena é sempre exigido o curriculo.Que experiências de vida,(trabalho empresas,entidades publicas ou privadas)que estes governantes desde o 25/4/74 nos governam têem???Contam-se pelos dedos de uma mão aqueles que lhes é reconhecido mérito pelos serviços prestados.Na sua maioria são: enginheiros s/ canudo e nunca fizeram uma planta de uma gaiola.São advogados mas s/acesso há ordem depois de 20 anos a passear os livros.São professores nunca deram uma aula e não era o sítio onde gostavam de estar enquanto estudantes preferiam as queimas!! enfim com gente desta que esperavamos?

ABC disse...

Sócrates jamais quererá sair pelo seu pé do poleiro onde se entrincheirou, por duas razões: 1. Em primeiro lugar porque não é um estadista mas sim um menino deslumbrado e irresponsável, sem um pingo de sentido de Estado, contrariamente a Zapatero que mostrou ser capaz de sacrificar a sua ambição pessoal em nome do interesse nacional. 2. E em segundo lugar porque só um tacho político mantém Sócrates provisoriamente protegido do longo, longo braço da Justiça britânica... (em Portugal não há Justiça mas sim um Encobridor-Geral da República Pinto Monteiro ao serviço de Sócrates e dos seus amigos sucateiros, como se viu nestes seis anos e meio de socratismo que nos levaram à bancarrota, à pobreza e a esta tremenda humilhação nacional).

A.G. disse...

Näo é o FMI que vai mudar a nossa mentalidade gastadora. E a Merkel também näo. A independencia de Portugal foi restaurada no dia 1 de Dezembro de 1640.

Alice (no país das maravilhas, que é Potrugal)

M.C. disse...

Uma amiga minha, que nem o 9º ano tem, foi há dias convocada para fazer as Novas Oportunidades. Vai ter aulas durante 1 mês, e só precisa de um portátil. Vai sair de lá com o 12º ano feito. Assim vamos nesta república das bananas marxista-estalinista que em tempos foi um país...

Anónimo disse...

Não me vou marafar com a crise porque tenho o carro de mula dos meus avoz e tenho tambem figo torrado para comer: que bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

A miséria acaba de bater à porta!!!
E os pobres, cada vez mais, ficaram mais pobres por causa da ganancia dos ricos.Uma autêntica e deliberada perpetuação da situação. As origens que provocaram toda esta situação deveriam ser procuradas, analisadas ao minimo detalhe por peritos incorruptíveis, patriotas e solidarios com o verdadeiro povo português e os culpados deveriam ser severamente castigados. Só assim, com uma justiça imparcial, com juízes aplicados e isentos de corrupção é que, talvez, daqui a muitos anos os nossos filhos e netos poderão se orgulhar um pouco do país onde nasceram. Para mim já é muito tarde.A semelhança de boa gente, a minha indignação é imensa e a situação do país repugna-me a tal ponto que nem os meus proprios ossos aqui quero deixar....se tal me fôr possível

Marracho disse...

Vamos a ver se eu percebo.Segundo alguns comentadores é preferível um primeiro ministro incompetente que em seis anos duplicou a dívida do país e duplicou o número de desempregados(se fosse treinador de futebol há muito tempo que tinha sido despedido)a uma incógnita,era bom que tivessem pensado nisso há seis anos,quando o Sócrates também era uma incógnita,mas o que me confunde é que haja quem acredite que desta vez é que o homem vai salvar as finanças do país já que até aqui só o tem enterrado.Outra coisa que não entendo,se o homem tem afirmado que não governaria com o FMI porquê que está a concorrer a estas eleições?Será que se as ganhar vai passar a bola a outro ou vai dar a pirueta do costume e dizer que não foi bem isso que quis dizer,nós é que não entendemos bem.