Congresso do Partido Socialista

ele perguntou: está comigo todo o ps? o congresso respondeu: sim

“A escolha vai ser entre um governo liderado pelo PS ou um governo liderado pelo PSD”, disse hoje Sócrates, na abertura do XVII congresso do partido, em Matosinhos, referindo-se às eleições de 5 de Junho.

“Só a concentração de votos no PS poderá travar a agenda liberal, aventureira e perigosa da direita contra os serviços públicos e pelo recuo da protecção social do Estado”, afirmou, no seu discurso de quase 48 minutos, apesar de ter levado consigo um discurso escrito de apenas 18 páginas.

José Sócrates garantiu, repetidamente, que não tem medo das eleições “nem do julgamento democrático dos portugueses”.

E durante o seu discurso, que foi interrompido dezenas de vezes pelos aplausos entusiásticos dos congressistas, as críticas mais duras de José Sócrates foram centradas no PSD e em Pedro Passos Coelho.

O secretário-geral foi impiedoso, explorando, por vezes de forma irónica, ou mesmo cáustica, as falhas dos adversários; particularmente, contra a intenção declarada de Passos Coelho de pretender privatizar, mesmo que só parcialmente, a Caixa Geral de Depósitos e sobre a precipitada afirmação deste em «recusar» coligações com o PS, desde que isso inclua o actual líder do partido.

Este erro de ingerência «na casa dos outros» poderá ter feito mais pela união do PS e mesmo pelo apelo ao voto nos socialistas do que pela desunião do partido «rosa», num momento em que há quem pretenda encontrar soluções para uma eventual substituição de Sócrates caso este apenas consiga uma maioria relativa.

Sócrates, magnífico «jongleur» de palavras soube explorar, a seu favor, o erro de Passos Coelho. "Não estamos em tempo de embarcar em aventuras perigosas", disse o socialista, no duro ataque aquelas que têm sido as propostas do PSD.

O líder socialista estava já em plena campanha eleitoral e, soube pôr as propostas laranja em contraponto com as do PS.

O PSD - denunciou -, tem políticas "ultraliberais", que visam acabar com o "tendencialmente gratuito" para a Educação e Saúde e impor o "despedimento livre" no mercando laboral.

Já ao som da banda sonora do «Gladiador», o ainda primeiro-ministro, levantou o congresso, em peso, quando perguntou: “Só preciso de saber uma coisa neste congresso. Só preciso de uma resposta – e há muitos portugueses que querem conhecer essa resposta: está o PS comigo? Estão comigo todos os socialistas neste combate? Está comigo todo o PS?”.

O congresso respondeu, num monumental aplauso, como raramente se terá visto nos últimos anos, em Portugal.

Daí a pouco sabiam-se as reacções da oposição. Pela boca de Relvas, soube-se que «o país precisa é de quem governe e não de quem use as palavras como um pugilista.

Pois. Sobretudo para quem use cada soco para derrubar as falácias de quem ainda não apresentou uma só solução...