A consciência cívica

os partidos e até onde vão os interesses da política local para além da segurança dos seus boys

Estamos a caminhar para umas eleições antecipadas para a formação de um novo parlamento e um novo governo e, pelo que já se viu, a pré-campanha faz adivinhar que até lá, atravessaremos um período de grande exaltação - no sentido mais negativo que o termo «exaltação» possa comportar.

Dessas eleições sairão, então, os deputados que representarão o Algarve e serão, junto do «poder central», os intérpretes dos anseios e aspirações das populações. Por isso, o jornal «barlavento», considerando que é necessário clarificar o que cada uma das «forças vivas» locais pensa relativamente aos compromissos que o próximo governo deverá assumir para com a região e quais as linhas de orientação que deverão ser seguidas com vista à sua evolução, tomou uma interessante iniciativa.

Vejamos o que o semanário escreveu:

“O «barlavento» convidou os representantes na região dos partidos com assento parlamentar e as principais associações patronais a responderem à questão «O que deve o Algarve exigir ao próximo Governo?».

Miguel Freitas (PS) foi o único dos convidados que não mostrou interesse em responder…"

Percebem?

Se há algum «senão» que possa ser característico do «barlavento» e do seu corpo redactorial não será, com certeza, uma descriminação do Partido Socialista regional. Ao contrário, é notório um certo pendor de simpatia por essa cor política.

Por isso, a «acusação» feita a Miguel Freitas veio dar razão às palavras por vezes cáusticas que aqui temos deixado sobre a personagem.

Miguel Freitas é… um balão. Um balão vazio, como todos os balões que só servem para enfeitar; para mais nada.

Temos escutado a Freitas frases altissonantes que lhe reflectem o carácter: quem o oiça, distante da realidade, pensará que tudo o que foi feito no Algarve, saiu de sua iniciativa, desde que o mundo é mundo, ou desde que ele se alcandorou a líder político local.

E então é vê-lo, empertigado, megafone do poder, desfilando junto aos ministros, reinando sobre a «boyada» que o rodeia e dele espera atenção e paga.

Entretanto, vai esperando que os algarvios – particularmente os seus congéneres socialistas – esqueçam que foi sob a sua liderança que o PS alcançou, no Algarve, os piores resultados de sempre, em todas as eleições.

Como já não há portos de pescas e lotas para inaugurar, como o hospital central já parece questão arrumada até haver dinheiro, como a Via do Infante vai mesmo ter portagens, como o «apoio» que deu ao Plano para a Costa Vicentina deu no que está à vista, como a regionalização e os respectivos tachos são coisas para países que têm dinheiro, como já não terá ministros para lhes servir de pau de cabeleira, como no Largo do Pé da Cruz não há espelhos onde o homem se possa remirar, parece que seria hora de procurar ver se no Patacão têm alguma coisita que ele saiba fazer.

O país precisa é de quem trabalhe. Não de megafones nem de balões.