a um ministro com as mãos limpas
Não somos economistas e não nos sentimos, por isso, abalizados para caracterizar a forma como Teixeira dos Santos geriu as finanças portuguesas, num momento tão difícil da história económico-finaceira de Portugal e do mundo.
Também por isso não alinhamos com os que, de uma forma clara, classificam negativamente a sua actuação.
Todos sabemos que seria bem difícil fazê-la agradando a gregos e troianos, quando outras economias europeias soçobram ou estão em vésperas de soçobrar, ou vivem com o credo ma boca temendo efeitos de uma crise tão incontrolável como os efeitos radioactivos da central atómica de Fukusima.
Percebemos em Teixeira dos Santos um homem persistente, um lutador, um homem honesto.
Por isso, não admira que, na entrevista que deu ontem à noite na TVI tenha repetido que, tendo sido o executivo "desautorizado", não tem condições para pedir auxílio externo.
Disse o ainda ministro das Finanças, textualmente: "O governo não tem legitimidade, não tem condições, não tem poder, não tem credibilidade que é necessária para poder merecer a confiança que é necessária por parte das entidades externas que nos podem ajudar".
E foi mais longe: " Tenho o telefone do senhor Trichet, posso ligar-lhe, neste momento, mas o que lhe vou dizer? Que conversa posso ter com ele? Não estou em condições de assumir o compromisso de que o País vais corrigir a situação em que se encontra". "A única entidade que pode assumir compromissos é o Presidente da República" – disse, respondendo, deste modo, ao «desafio» de Cavaco Silva quando, no seu discurso de dissolução da Assembleia da Republica, «exigiu» ao «actual governo» que assegurasse “os meios de financiamento necessários ao funcionamento da nossa economia”.
Pese a Cavaco Silva, mas nós concordamos com o ministro. E, decididamente, não podemos aceitar o fundamento hipócrita de Miguel Macedo que, perante estes argumentos, reagiu: “O governo está na plenitude dos seus poderes para pedir ajuda externa”.
Essa não lembrava nem ao maquiavélico Portas! Então o «futuro» governo quer que o governo «passado» se comprometa com o trabalho indecoroso?
Como dissemos no início, nem louvamos nem penalizamos o trabalho de Teixeira dos Santos mas acreditamos nele quando afirmou: “Estou estar de consciência tranquila em relação ao trabalho que fiz”.
Então, não lhe peçam demais e aceitem a sua denúncia: “O rosto do agravamento destas condições é conhecido e não pode fugir às suas responsabilidades".
8 comentários:
Se fosse mudar na continuidade já não seria mau...
Este tipo foi um gajo sério!
“O PS levou o país até à beira do abismo e agora está ali a tremer a ver se cai”, afirmou Menezes, à Lusa.
E eu acrescento:
O PSD tem estado a empurrar para ver se cai mesmo lá no fundo!
A Comissão Europeia explicou hoje, em Bruxelas, que um pedido de ajuda eventual que Portugal venha a fazer pode ser apresentado por um governo de gestão desde que tenha um “mandato” nesse sentido.
MAS PORQUE NÃO PEDE O CAVACO? NÃO QUER ELE SER PRESIDENTE E CHEFE DE GOVERNO????
Com a ++++ que fêz enquanto foi 1º ministro não aprendeu nada !!!!
Que idiotice - um governo que está demitido ir tomar decisões que comprometem o futuro de Portugal!
Lembram-se dos casos do Freeport e aquele dos sobreiros não sei donde?
Também foram governos demissionários e deu no que deu...
Quem desmanchou a cama que a faça se porventura vier a deitar-se nela.
Quando o Governo estava em plenas funções, foi derrotado na aldeia dos macacos por ter apresentado linhas de orientação par o PEC IV sem discussão prévia.
Agora que o governo é governo de gestão, os iluminados levantam-se porque o governo tem pelos poderes para negociar, não apenas linhas gerais de um plano a apresentar, mas a decisão de âmbito estratégico mais importante de todas: a entrada do FMI em Portugal
Tem razão, José Carlos, que estupidez!
O estratega deve andar pelo Palácio de Belém a meditar no plano B já que Teixeira dos Santos afirmou - e com razão - que no actual quadro político o estratega é o único "credível" internacional mente.
Agora sim, o governo de gestão já tem carta branca para comprometer o país. Agora o PSD respeita tudo e mais alguma coisa e ainda agradece.
Se Portugal não inverteu a sua queda para o abismo nem o crescer dos sacrifícios que os portugueses vão ter durante muito tempo, o que é que mudou afinal?
O que mudou é que estamos embriagados com as eleições e até já vemos luzes ao fundo do túnel. Vamo-nos estampar, alegremente, mas como estamos embriagados a euforia tomou conta de nós e nada mais importa.
Hipócritas de m****** !
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