e a massa (cinzenta) que falta na câmara de Loulé
Em 24 do mês passado assentei aqui um post em que antecipava a notícia de que a Câmara aprovara a instalação, na cimenteira da Cimpor, de um silo para a queima de resíduos verdes da região.
O post encontrou eco, felizmente, na imprensa local e nos blogues louletanos Sebastião e Movimento A. C. Loulé, tendo este, dois dias depois, iniciado uma firme campanha, invocando o presidente da câmara: “aguardam-se esclarecimentos”!
Tais esclarecimentos sairiam no dia 26, em comunicado, em que se afirmava:
“Tal como em 2006, o executivo da Câmara Municipal de Loulé mantém a mesma postura de repúdio pela questão da co-incineração de resíduos que possam prejudicar a saúde pública, o ambiente, a qualidade de vida das populações e o desenvolvimento sustentável do Concelho de Loulé, e desta forma, continuará a chumbar qualquer pedido de licencia-mento que vá nesse sentido”.
É evidente que tal “repúdio” e tal ameaça de “chumbar” eventual licenciamento para queima de resíduos perigosos não descansou ninguém e o jornal Carteia, na sua última edição, reflectiu esta falta de tranquilidade e interrogou Mendes Bota, que respondeu:
“As cimenteiras têm um currículo de abuso ambiental pouco recomendável, não oferecendo quaisquer garantias de que, no início entram de mansinho com queima de biomassa vegetal, e não acabem a queimar resíduos perigosos. A Câmara Muni-cipal de Loulé diz que se limitou a licenciar a construção de instalações para este efeito específico e que obteve um docu-mento da Cimpor a garantir que ali serão apenas consumidos resíduos vegetais.A pergunta que se coloca é a de saber como pode a Câmara ficar descansada que não há abuso? Não tem autoridade nem competência para ir lá fiscalizar!”
‘Touché’! O Decreto-Lei 178 de Setembro de 2006 suprimiu às câmaras o parecer vinculativo na área de gestão de resíduos e a co-incineração, avançará se, eventualmente, obtiver o aval do Ministério do Ambiente.
Concluindo:
Portanto, ficam avisados os habitantes do Parragil e de Vale Judeu: o comunicado que o Dr. Seruca Emídio assinou vale o que vale: o preço do papel!
De borla, vai um recado ao Dr. Bota: veja lá se, no seu partido, explicam essas coisas ao executivo da câmara de Loulé, antes de este se “espalhar” em comunicados hipócritas!