mas há sinceridade nisso?
Ficámos a saber que a Câmara Municipal de Loulé decidiu a “deslocali-zação” de três reuniões públicas para a cidade de Quarteira.A primeira vai ser já no próximo dia 27 e vai realizar-se no seu “horário habitual, ou seja, a partir das 14h30”.
Dizem eles que “visto tratarem-se de reuniões públicas, as mesmas estarão abertas a toda a população que poderá vir até aqui expor directamente os seus problemas ao executivo municipal ou, simplesmente, assistir ao que é deliberado nesse dia”.
Tirando o facto de, naquela autarquia, não se saber o significado da palavra “deslocalização” (porque, se soubessem, não diriam asneiras, uma vez que não se pode confundir “deslocalizar” com “deslocar”), à primeira vista, esta atitude dos autarcas até se nos afigura meritória.
A ideia não é nenhuma novidade. Em muitos concelhos portugueses, esta medida é posta em prática, com regularidade, sem que o facto mereça parangonas nos jornais. Mas também em Quarteira a ideia não é nova. Recordo-me de que, quando o professor Vairinhos era presidente da Câmara, se realizaram algumas reuniões públicas, em Quarteira.
A diferença está em que, nesse tempo, tais reuniões tinham lugar à noite (e até me parece que algumas foram ao Sábado) pois, nessa altura, todas as pessoas interessadas podiam assistir…
Com o actual executivo louletano, porém, parece que tal “deslocalização” não passa de uma fachada para iludir os tolos (ou para nos fazer de tolos)…
Às 14h30?! E quem vai assistir a uma reunião da Câmara às 14.30?! Os desempregados? Os reformados? Ou os que, tendo algum assunto para ali tratar, vão ser obrigados a faltar ao trabalho?
Ora bolas, meus senhores, tenham algum respeito pela nossa inteligência! Reuniões durante a tarde, em dia de trabalho? Com que intenção? Servir a Comunidade?
Não, senhores, não nos enganam. Neste caso, o que parece interessar é “ser notícia”... mas não perturbar a vidinha dos senhores da Câmara de Loulé, que podem assim realizar o seu trabalhinho dentro do “horário habitual”; ou seja, dentro das horas de expediente.
Interessa-lhes lá que os munícipes assistam, ou não, a reuniões - “públicas”!...
Decoro, por favor!