sempre vieste!
És tu! És tu! Sempre vieste, enfim!
Oiço, de novo, o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
que Deus criou p’ra me abraçar, a mim!
Tudo é divino e santo, visto assim…
Fora-se os desalentos, os cansaços…
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes, os espaços!
Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vês tu em redor? – Não há ninguém!
A Terra? – um astro morto, que flutua…
Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente,
tudo o que é vida e vibra eternamente
é tu seres meu, Amor, e eu ser tua!
Flobela Espanca (1894 / 1930) in Sonetos - foto:autor desconhecido
FLORBELA ESPANCA nasceu em Vila Viçosa em 8 de Dezembro; morreu em Matosinhos, em 8 de Dezembro. Casou pela primeira vez em 8 de Dezembro.
Hoje, 8 de Dezembro, dia da Padroeira de Quarteira, é pois, também, o que poderíamos chamar de dia de Florbela, a mulher cuja vida tumultuosa e inquieta transformou em poemas de uma sensibilidade chocante e comovente, da mais alta qualidade, carregada de erotismo e feminilidade.
Baptizada com o nome de Flor Bela de Alma da Conceição, seu pai só reconheceria a paternidade anos depois da morte da poetisa. Foi a primeira mulher que, em Portugal, frequentou o curso de Direito, na Universidade de Lisboa, quando já era titular de uma licenciatura em Letras.
Edita os seus primeiros livros, «Livro de mágoas», em 1919, e em 1923, o «Livro de Soror Saudade», onde incluirá grande parte da produção anterior.
No dia em que perfaz trinta e seis anos, Florbela, sozinha, sentindo-se doente e desamparada, suicida-se. “Com Florbela morre, não talvez a maior poetisa do seu tempo, mas uma das que, mais agudamente e sem temor, exprimiu as grandes contradições da sensibilidade feminina nas suas paixões. Ao mesmo tempo, com uma certa ingenuidade, impregnada das verdades simples ou complexas do que é a mulher, na convergência da cultura e do ser.”
Oiço, de novo, o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
que Deus criou p’ra me abraçar, a mim!
Tudo é divino e santo, visto assim…
Fora-se os desalentos, os cansaços…
O mundo não é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes, os espaços!
Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vês tu em redor? – Não há ninguém!
A Terra? – um astro morto, que flutua…
Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente,
tudo o que é vida e vibra eternamente
é tu seres meu, Amor, e eu ser tua!
Flobela Espanca (1894 / 1930) in Sonetos - foto:autor desconhecido
FLORBELA ESPANCA nasceu em Vila Viçosa em 8 de Dezembro; morreu em Matosinhos, em 8 de Dezembro. Casou pela primeira vez em 8 de Dezembro.
Hoje, 8 de Dezembro, dia da Padroeira de Quarteira, é pois, também, o que poderíamos chamar de dia de Florbela, a mulher cuja vida tumultuosa e inquieta transformou em poemas de uma sensibilidade chocante e comovente, da mais alta qualidade, carregada de erotismo e feminilidade.
Baptizada com o nome de Flor Bela de Alma da Conceição, seu pai só reconheceria a paternidade anos depois da morte da poetisa. Foi a primeira mulher que, em Portugal, frequentou o curso de Direito, na Universidade de Lisboa, quando já era titular de uma licenciatura em Letras.
Edita os seus primeiros livros, «Livro de mágoas», em 1919, e em 1923, o «Livro de Soror Saudade», onde incluirá grande parte da produção anterior.
No dia em que perfaz trinta e seis anos, Florbela, sozinha, sentindo-se doente e desamparada, suicida-se. “Com Florbela morre, não talvez a maior poetisa do seu tempo, mas uma das que, mais agudamente e sem temor, exprimiu as grandes contradições da sensibilidade feminina nas suas paixões. Ao mesmo tempo, com uma certa ingenuidade, impregnada das verdades simples ou complexas do que é a mulher, na convergência da cultura e do ser.”
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1 comentário:
Comovente a vida desta grande poetisa!
Apesar do trágico final, vai continuar viva para sempre através da sua poesia.
Obrigada ao Calçadão, pela sensibilidade demonstrada e por ter trazido até aqui esta grande poetisa!
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