Empregos de luxo dos «boys» do PS

ordenados imorais em tempo de aperto de cinto

Sou daqueles que costumam encolher os ombros perante as inevitabilidades: o que tem de ser, tem muita força.

É por isso que acolhi, com o tal “aperto de coração” de que falou Sócrates, as duras medidas de austeridade cujas consequências no meu quotidiano e no quotidiano do comum dos portugueses são imprevisíveis.

Fechar o estabelecimento perante a falta de clientes será, com certeza, inevitável para a nossa massa de pequenos empresários – aqueles que não temos subsídios, não vivemos de favores e não temos cargos políticos. É a vida.

Conformemo-nos com os 46 contos que custaram os livros do mais velho dos filhos que entrou no «secundário», agora, que lhe cortaram o abono de família.

Conformemo-nos com o aumento nos descontos da patroa que tem a pouca sorte de ser funcionária do Estado.

Conformemo-nos com os aumentos que aí vêm, directa ou indirectamente provocados pelo IVA.

Conformemo-nos por nunca termos tido oportunidade de viajar mais além de Huelva.

Conformemo-nos por não podermos antever quando será possível reformar o Toyota de 13 anos.

Conformemo-nos por já não podermos mandar fazer aquela ponte que tanto queríamos, porque as despesas do odontologista já não terão cabimento nas contas do IRS. O que tem de ser…

Mas, passados dois ou três dias de o primeiro ministro, com aquela cara de quem tem pena de tudo e de todos, com o tal aperto no coração, ter vindo apertar-nos o pescoço numa ameaça de sufoco, depararmo-nos com o que hoje nos conta um espantoso artigo da revista «Sábado» sobre «Os empregos de luxo dos boys do PS» é repugnante e, em lugar do tal encolher de ombros de resignação, só me dá vontade de dar uns murros na mesa e um grito de revolta.

Se eu preciso apertar o cinto, como posso tolerar que haja tipos a quem o Estado paga, por ano, fora as mordomias, 285 mil, 198 mil, 151 mil, ou 83 mil, 49 mil, ou mesmo 26.821 euros por ano?!...

Leia o «Sábado» de hoje, folheie rapidamente até à página 48 e depois, se tiver cartão de militante do Partido Socialista, corra até à sede mais próxima ou escreva de imediato ao engenheiro Sócrates e exija o seu emprego de boy.

E, se não lho derem, rasgue o cartão. É que nesta «Animal Farmer» há socialistas que são mais socialistas que outros...
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