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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

FÁBULA DA TESE ABSURDA

das teorias dos conceitos (i)lógicos
Num dia lindo ensolarado, o coelho saiu da sua toca, com o notebook, e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou uma raposa que viu aquele suculento coelhinho tão distraído.
Sem disfarçar o apetite e a gula, aproximou-se curiosa e intrigada com a actividade do coelho e perguntou-lhe:
**** - Coelhinho, o que estás a fazer aí tão concentrado?
**** - Estou a redigir a minha tese de doutoramento. - disse o coelho sem tirar os olhos do trabalho.
**** - Hummmmmm... e qual é o tema da tua tese?
**** - Ah, é uma teoria que prova que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
**** - Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
**** - Absolutamente! Vem comigo à minha toca para te mostrar a minha prova experimental.
O coelho e a raposa entraram na toca. Poucos instantes depois ouviram-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois... silêncio.

Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido.

Pouco tempo depois, passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar da natureza por ter o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha curioso um coelho a trabalhar com tanta concentração e resolve saber o que se passa antes de o devorar.
**** - Olá, jovem Coelhinho. O que te faz trabalhar tão arduamente?
**** - A minha tese de doutoramento, caro lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, incluindo os lobos.
O lobo não se conteve com a petulância do coelho:
**** - Ah!Ah!Ah! Coelhinho! Apetitoso Coelhinho! isto só pode ser um despropósito, uma provocação. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores dos coelhos. Aliás chega de conversa...
**** - Desculpe-me, mas se quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Quer, por gentileza, acompanhar-me à minha toca?
O lobo nem quer acreditar na sua sorte. Ambos desapareceram na toca. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e... silêncio.

De novo o coelho regressa sozinho. Impassível, continua o trabalho de redacção da sua tese, como se nada tivesse acontecido.

Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensanguentados e peles de várias raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos.
Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, bem acomodado, satisfeito e bem alimentado, palita os dentes.

MORAL DA HISTÓRIA:

  • Não importa quão absurdo seja o tema da sua tese.
  • Não importa se o seu trabalho não tem o mínimo fundamento científico
  • Não importa se a sua investigação venha a provar sua teoria.
  • Não importa nem mesmo se as suas ideias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos.
  • O que importa é QUEM ESTÁ A APOIAR A SUA TESE ...

fonte: revista «Dirigir» - imagens de autor desconhecido (Net)
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2 comentários:

Anónimo disse...

Profe... entendi a mensagem.
Nem sempre é fácil de aplicar a receita...

José Carlos disse...

Não comento o que não é comentável... ;)