O graffiti – arte e vandalismo

para agir é preciso entender de que falamos

Imagem: «A MANCHA BRANCA EM BOMBING QUARTEIRENSE» - uma montagem de Galiós, sobre a interpretação livre do retrato de José Mendes, um precioso trabalho de Menau
O leitor Menau enviou-nos um extenso e-mail em que expressa a sua revolta pela incompreensão de autarcas e autoridade policiais.

E, porque o entendemos como um grito de revolta de um sincero artista - só como tal - decidimos reproduzir, adaptando-os, os excertos que julgámos mais significativos.

Mas, desde já, prometemos voltar ao assunto, porque é importante que se entenda o que está em jogo.

Como é importante entender a falta de estratégia que os autarcas revelam para erradicar a praga de «paredes sujas» que conspurcam Quarteira.

Por mais «manchas brancas» que inventem e que temos a certeza que se irão esfumar em… nada.

Estamos fartos de mentiras e fachadas, publicadas em jornais, de modo a parecer que estão a promover algo de bom, quando na realidade é tudo ao contrário.

No Domingo passado, dia 20 de Junho de 2010, quando um grupo de artistas, elaborava uma grande parede já toda riscada no túnel de Quarteira - pintura essa elaborada em pleno dia, pinturas essas que costumam demorar dias inteiros a elaborar - mais um vez apareceram 6 GNRs do posto de Quarteira, impondo a sua autoridade abusiva e agressiva - desta vez sem nos apontarem armas, coisa que é costume – mas, mesmo assim, foram brutos e pouco comunicativos e compreensivos, levando mais de 500 euros em latas de spray (…).

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Apanham-nos porque, ao contrario dos ladrões e das pessoas que vandalizam a cidade, nós trabalhamos em pleno dia, demoramos várias horas a elaborar a nossa arte e não fugimos às autoridades (pois apanharem os que riscam a cidade não conseguem; porque actuam de noite e são muito rápidos para eles!)

Dá raiva ser artista de graffiti (halloffame) em Quarteira; o que apetece é deixar a vertente artística do graffiti e enveredar e promover a vertente do bombing, que consiste só em demarcar e riscar todo o que seja espaço público ou privado, em vez de incentivar as pessoas para fazerem coisas bonitas, em espaços que não prejudiquem ninguém!!

Para quê lutar por algo melhor pela nossa cidade, se somos sempre nós (os que dão a cara) a sermos os prejudicados?!

Depois vem José Mendes, presidente da junta de freguesia de Quarteira, para os jornais, falar que apoiam o graffiti e tentam promover algo de bom para nós. Só mentiras, nada é feito e nada muda.

Há vários anos que tento fazer algo de bom pela imagem da cidade de Quarteira! Mas o que recebemos? - Nada; nenhum apoio, nenhuma ajuda! Nenhum sítio é disponibilizado para que as pessoas que pintam possam pintar à vontade e promover a arte!

Não percebem que são as autoridades que criam essa revolta nos pintores e, como não os deixam desenvolver como artistas, continuaram a ver, ano após ano, mais vandalismo e menos arte!! (…) Não promovem a Arte! Somente criam motivos para a revolta, que dá voz ao vandalismo.

Já disse, Menau: voltaremos ao assunto. Porque é muito importante para Quarteira acabar com esse bombing de graffiti, que nos envergonha. E muitíssimo mais importante que as campanhas propagandísticas de «manchas brancas».
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