se conseguir esquecer o mundo cão que o rodeia
A Páscoa, segundo a tradição cristã, celebra a morte do Redentor. Daquele que terá vindo ao mundo para trazer a paz, e equidade e a justiça social a todos os homens.
A justiça? Que justiça? Num mundo em que a mancha da injustiça social alastra como azeite, Portugal – país católico e crente – não é, com certeza um exemplo saudável, à luz das doutrinas de Jesus.
Como falar em justiça social num país onde, na "justiça comum", só o número de processos tributários que aguardam por decisão aumentam à media de mil por ano, e 1 milhão e 600 mil processos entopem os corredores dos tribunais? Se a justiça escasseia nos tribunais…
Como falar em justiça social numa terra onde o fosso entre ricos e pobres se alarga em cada dia, sendo os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos?
Por tudo isso, a Páscoa vai-se reduzindo, de ano para ano, às paredes dos templos, mas celebra-se, mais e mais, nas estradas que trazem os portugueses ao Algarve, para preparar as férias de Verão, e nas prateleiras atulhadas de coelhos e ovos de chocolate.
Eduardo, o guarda-redes herói do dia, em Setúbal. Foto: Virgílio Rodrigues - Record
Este ano, a Páscoa foi mais cedo; tão cedo como só em 2228, daqui a 220 anos, voltará a ser. Por isso, os hotéis encheram, já que ainda praticam os preços da época baixa.
O país da bola veio ver o final de uma nova competição futebolística.
Mas os veraneantes apanharam chuva e frio. Só o guarda-redes do Setúbal mereceu ganhar o folar, ao defender três grandes penalidades que valeram uma taça.
E você, meu caro, está a ter umas boas mini-férias? Faça por esquecer as contrariedades, compre um pacotinho de amêndoas e… tenha uma boa Páscoa!
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