Aos 25 anos, trocara a enxada pela bicicleta. Depois, naquele seu ar desajeitado, «besta de força», vontade de ferro, conquistou – mais que etapas e provas – o coração de um povo que, com ele, se sentiu rei do mundo.
Foi o “maior” nos Alpes, deixou as águias para trás nos Pirinéus, enganava-se a meter as mudanças das bicicleta mas acabava ao sprint, mesmo com uma "mudança" inferior, à frente de todos. Até que um dia 10 de Maio, na avenida Infante de Sagres, em Quarteira, um cão derrubou um pelotão inteiro.
Agostinho bate com violência no pavimento. Vai para a residencial, dali segue para o hospital de Loulé e depois para Faro. Tudo tempo perdido: não havendo especialista em Neurocirurgia, tem de seguir para Lisboa; mas por helicóptero seria difícil. Vai de ambulância. Entra em coma, no caminho. Permanece assim dez dias, até que a morte o levou.
Na sua fulgurante carreira, alcançou, em 1978 e 1979, o terceiro lugar na Volta à França. Em 1979 é também ele, o jovem camponês, filho de camponeses, a quem, no meio velocipédico chamavam Quim Cambalhotas, que conquista a vitória na etapa rainha do Tour, que termina em Alpe d’Huez, mais de dois minutos à frente do segundo classificado.
Quarteira guarda dele, para sempre, a triste recordação da sua última etapa.
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