Karl Marx, in "O Capital"
No sistema actual, o trabalhador produz bens que não lhe pertencem e cujo destino, depois de prontos, escapa ao seu controlo.
Deste modo, o trabalhador não se pode reconhecer no produto de seu trabalho e não tem percepção daquilo que criou como fruto das suas capacidades físicas e mentais; trata-se de algo que ao trabalhador, aparentemente, nunca terá qualquer utilidade.
Aquilo que criou - o produto do seu trabalho -, apresenta-se-lhe como algo estranho e por vezes hostil, e não como o resultado normal de sua actividade e do seu poder de modificar livremente a natureza.
Assim sendo, se o produto do trabalho não pertence ao trabalhador, é porque esse produto pertence a outro homem que não o trabalhador. A quem pertence? Quem se apropria de parte do fruto e do próprio trabalho operário? A resposta é de Marx: ao capitalista, ao proprietário dos meios de produção.
1 comentário:
Primeiro de Maio, Dia Internacional do Trabalhador. Hoje, não mais que um mero feriado, inteiramente dedicado à propaganda política, à propaganda dos novos e questionáveis valores que garantem mudar o mundo para melhor, à propaganda da reaceitação de antigos e ultrapassados valores que garantem voltar a pôr o mundo nos eixos, à propaganda pessoal, à propaganda das falsas mentalidades que se escondem por baixo de telhados de vidro... Que é o Trabalhador, neste dia, se não o aproveitado em nome do qual todo este oportunismo encontra a oportunidade de se fazer ouvir? E deste modo, que atenção é verdadeiramente dada à mente do Trabalhador, à honra do seu Trabalho, ao suor desse que faz com que as sociedades actuais ainda não estejam perdidas, e em que residem todas as esperanças para combater a assustadora situação de que a cada dia mais nos aproximamos? Parece-me, infelizmente, que o Dia do Trabalhador não é o dia do Trabalhador.
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