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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eleitores fantasmas e interesses dos políticos

no algarve há 51.506 eleitores fantasmas
Depois das recentes eleições para a Assembleia da República, conheceu-se a existência de mais de 930 mil eleitores-fantasmas. Isto é, no mínimo, incompatível com um sistema democrático saudável.

Reparemos que este número equivale a 10% de abstenção técnica.

Num estudo efectuado pela Lusa, revela-se, por exemplo, que todos os concelhos dos distritos de Bragança e Vila Real têm mais eleitores do que habitantes!

Ora esta informação ajuda a compreender a dimensão do problema e remete para uma das eventuais causas da desactualização dos cadernos: o proveito que, localmente, se pode retirar da existência de dados inflacionados nos cadernos eleitorais.

O interesse dos políticos eleitos é contrário a uma redução eficaz do número de eleitores-fantasma.

Enquanto as regalias dos eleitos resultarem directamente do número de eleitores – o salário de um vereador de Câmara, por exemplo, depende disso – sempre haverá uma resistência local a toda e qualquer tarefa que o STAPE desenvolva, no sentido de ter cadernos eleitorais actualizados.

Um estudo científico feito pelos politólogos Luís Humberto Teixeira e José António Bourdain, revela que, no distrito de Faro, haverá 51.506 eleitores fantasmas, o que corresponde a 17,21% dos eleitores recenseados.

Ora, o concelho de Loulé passará, na próximo mandato, a ter nove vereadores, em vez dos sete actuais, mercê de um acréscimo significativo no número de eleitores…

Entre as consequências negativas da desactualização dos cadernos eleitorais figuram ainda a transmissão de uma ideia errada acerca da participação dos portugueses, fazendo-os parecer menos interes-sados do que realmente são, e há também a possibilidade de a taxa de abstenção técnica poder impedir um referendo de ser vinculativo.

Além desse efeito, poderão registar-se outros ainda mais graves: A distribuição dos mandatos de deputados à Assembleia da República é feita com base nos cadernos eleitorais. Uma vez que estes cadernos contêm centenas de milhares de eleitores fantasma que não se distribuem de forma proporcional pelos diferentes círculos, há uma elevada probabilidade de a verdade eleitoral sair distorcida.

Há sinceridade nisto – nestes cadernos? Não sei… mas estou desconfiado que, como na conhecida canção, pelo menos em Loulé, «não há, não há, não há, não há».

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem isso é verdade mas veja o meu caso.
Sou Estudante Universitário e comprei uma casa, tendo sido obrigado a mudar a minha residencia para Lisboa, por questao de emprestimo a habitaçao.
Contudo decidi continuar recenseado em Quarteira por considerar que é a minha Terra, ainda que neste momento a minha residencia seja outra.
E dia 11 lá estarei para votar (e nunca sequer falhei umas eleiçoes).
Nao é questao de eleitores fantasma o que se trata sao pessoas que nao votam e pronto.
Prova disso é o facto de nao se darem ao trabalho de mudar a freguesia de recenseamento.
Nao votam no Algarve, da mesma maneira que nao votariam noutra qualquer zona.
Mas o Cartao do Cidadão vai resolver esse problema penso eu.
Quando eu tiver que tirar o meu Cartao de Cidadao serei automaticamente transferido para Lisboa.
E como eu, todos aqueles que sao verdadeiramente fantasmas.