Uma vez mais a Câmara de Loulé distribuiu uma nota de imprensa a dar conta do “programa de animação de Natal na baixa comercial de Loulé e Quarteira” que, segundo afirma, muito contentinha da silva, se destina a “levar o espírito de Natal às baixas das cidades e promover o comércio tradicional”.
Na nota, informa-se que o Pai Natal chegou a Loulé, numa parada com quatro ou cinco cavaleiros, uns mascarados de lavradores outros de “concursistas” e uns grupos montados em duas rodas.
Depois avisa que no próximo sábado, o Grupo Etnográfico do Caldeirão se exibirá, por alguns minutos, em Quarteira, às 15.00 horas, pois terá de estar em Loulé às 16.30; e que, no dia 13, haverá um desfile de automóveis antigos em Quarteira, às 15.00 horas, e do Clube BTT Terra de Loulé às 16.30, com distribuição de presentes.
Ora bem, eu não sei que tipo de propaganda se faz lá fora, é verdade, mas o que sei é alguma coisa do que se faz e do que se pode fazer.
A saudade da neve levou-me, neste rico fim-e-princípio-de-semana alargado, a paragens nortenhas; e o que por lá fui encontrando, a cada passo, a anunciar o Natal, deveria ser visito, observado e meditado por estes indivíduos que, intitulando-se de autarcas, falam em nome de espírito de Natal, em animação de ruas, em apoio ao comércio tradicional.
Vão lá e vejam, com os seus próprios olhos, já não falo em Mirandela (e que lindo presépio aquele dos Bombeiros!), nem das iluminações de Bragança (iluminações a sério, dessas que iluminam mesmo), nem das exposições e vendas dos postais idealizados pelos meninos das escolas, nem nos desfiles de “zés pereiras” que arrastam atrás de si miúdos e graúdos, nem das fogueiras alimentadas pelos matos das serras, permanentemente à disposição de quem passa ou de quem está, nem dos espectáculos itinerantes de marionetas, de teatro, das distribuições de castanhas, dos presépios em todas as montras, das dramatizações e cânticos das crianças de Izeda, e das Salsas, das iniciativas vivas, “de choque” da associação de comerciantes de Bragança, a identificarem-se com a região, com a forma de estar na sociedade dos bragantinos, e os “mascaretes” daquela manifestação de alegria contagiosa que é o Mascararte, as bandas em Alijó, indiferentes ao frio, percorrendo cada uma das ruelas do burgo…
Mas os autarcas que temos, usam palavras bonitas para o “comércio tradicional”… Mas recusam-se a olhar em volta. Fazem festas de bruxas, quando lhes apetece, fogem da neve como o diabo da cruz, não viram ainda a interessante preparação do «cepo» de Penedono...
Ah… e nem sonham, sequer, como sabe bem uma alheira bem assada pelas gentes de Mirandela.
1 comentário:
Então? Vocês não gostam das luzinhas?
Têm cada uma! Com uns ursinhos tão giros, era para estarem felizes da vida!
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