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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Carta aberta ao presidente da câmara

só há desenvolvimento quando há estratégia

Entre as mensagens que entraram nos últimos dias na caixa de correio do ‘Calçadão’, entendemos que a que se segue é do maior interesse e que poderia, perfeitamente, ter sido assinada por qualquer de nós.

"Gostaria de dar resposta, em carta aberta, à entrevista que o sr. presidente da CML, deu ao «Correio da Manhã», do dia 26 de Março de 2008, em nome de uma consciência louletana, que anseia pela honestidade e frontalidade.

RESPOSTA

Acontece(u)

Numa sociedade democrática e desenvolvida, compete a um autarca e, por maioria de razão, a um candidato anunciado para um novo ciclo de poder, explicar aos seus munícipes, o que acontece, o que aconteceu e o que acontecerá no concelho, se ele continuar na liderança.

Chame-se prestar contas ao aconteceu. Dir-se-ia que o acontece faz parte da campanha das autárquicas do próximo Outono. Quanto ao acontecerá, poderia e deveria ser a estratégia que o autarca pretende seguir para o desenvolvimento do concelho.

Em artigo de opinião publicado recentemente, num matutino nacional, o sr. presidente da Câmara de Loulé elogiou a agenda de eventos do Parque das Cidades. Seja com o verbo no passado ou no presente - aconteceu ou acontece - vale a pena os louletanos e, quiçá, os algarvios fazerem um exercício de memória, essencial para se avaliar; 1.) a prestação de contas; 2.) a presente campanha; 3.) as opções futuras dos que querem liderar a câmara de Loulé.

Comecemos então pelo que aconteceu:

Aconteceu que há uns anos a Via do Infante foi projectada como a espinha dorsal, uma estrutura viária que se encarava como a âncora das acessibilidades, essencial ao desenvolvimento da nossa região.

Aconteceu que Loulé, pela sua centralidade, foi dotada de três nós de acesso à Via do Infante, sendo o principal e de maior movimento - o Nó Loulé Sul - o que faz a ligação ao Aeroporto/Faro, a Loulé, a Almancil e à orla costeira Quinta do Lago/Vale de Lobo.

Aconteceu que, anos depois, foi projectado o Parque das Cidades, também servido pelo referido nó, com diversas valências, estando agora a funcionar o Estádio do Algarve.

Aconteceu em todos os eventos importantes que atraiam espectadores de toda a região, haver gigantescos engarrafamentos, a transbordar pela Via do Infante, que de via rápida se transforma em lenta.

Aconteceu também que no Parque das Cidades foi projectado, e bem, dado o investimento publico da estrutura, o Hospital Central da Região, mais o Laboratório de Análises Regional (já construído).

Acontecerá que a maioria do trânsito das unidades de saúde vai também circular maioritariamente pelo Nó Sul de Loulé, o que dá acesso ao Parque das Cidades.

Acontecerá, num futuro muito próximo (2012), a circulação de milhares de veículos - neles incluindo ambulâncias - que se deslocam de e para o Hospital Central, se vai juntar ao tráfego de e para aeroporto, nas partidas e chegadas dos turistas, e ainda as deslocações devido a actividade económica gerada nos concelhos de Loulé e Faro.

Acontecerá que a requalificação da EN 125, associada à construção da Circular Exterior de Faro, já em concurso público, prevê a ligação à via Loulé/Faro próximo do Nó Loulé/Sul, ou mais exactamente o nó Hospital/Parque das Cidades/Aeroporto.

E entre o que aconteceu e o que acontecerá, o que e que acontece?

Acontece, por tudo o que atrás foi dito, que este é o momento de o sr. presidente da Câmara de Loulé estar atento, e que seja capaz de conjugar o verbo acontecer no futuro, mas de forma a alertar os organismos nacionais como as Estradas de Portugal e a ANA, Aeroportos SA; as entidades regionais como a CCDR e o Turismo do Algarve, mas também as associações empresariais, para o que acontecerá a curto prazo: o estrangulamento da principal porta de entrada viária do Algarve, se não se tomarem medidas que travem a destruição deste eixo central da regido.

A entrada de Faro, em especial nas alturas festivas é um (mau) exemplo.

O que acontecerá à força centrifuga de Loulé (como diz o sr. presidente) quando os acessos forem difíceis e congestionados, porque faltou estratégia de desenvolvimento?

Os louletanos não querem ter de justificar aos netos, no futuro, que aconteceu a força centrifuga se ter transformado em centrípeta apesar dos estudos e dos meios disponíveis, para evitar essa situação.

acontece desenvolvimento quando há estratégia para construir o futuro que acontecerá. Sem isso, ficaremos a lamentar mais tarde o que aconteceu devido a decisões erradas.

Qual e a sua escolha, senhor presidente? "
(ass.) consciencia.louletana@gmail.com

6 comentários:

Anónimo disse...

Belíssimo e pertinente post! É pena que o Dr. Seruca muito provavelmente não lhe dê a devida atenção!

ABC disse...

Ora, isso foi escrito por um "zaratrusta" qualquer... É a força do palavreado à procura de leitores distraídos.
O Calçadão anda distraído também, e se calhar muito encandeado por aquelas paredes amarelas que ficam mesmo na vizinhança... Até lhe pintam as paredes de casa também.
Calçadinha nova, paredes caiadas. O ambiente fica agradável na explanada da pastelaria nova e então vá de escrever, escrever, escrever para dar nas vistas.
Mas fico sem preceber: o tal espécie de zarastutra quer o ikea nos terrenos da garvetur? Amigos amigos... associações a parte. Porque parece que é isso que está em causa porque não se percebe este arrazoado todo à volta dos Nós da Via do Infante para o Parque das Cidades.
Irra!
E depois faz tanta confusao como o Sr. Presidente com as forças centrifugas e centripetas... pois centripetas é PARA DENTRO... por isso é assim que deviam transformar-se as forças para essas estratégias de desenvolvimento.
Isto é demais, desculpem lá!

Anónimo disse...

Os PS não sabem o que hão-de inventar! Bwem, pelo menos sabem conjugar o verbo acontecer!
Vamos então veo o que LHES acontecerá em Outubro!

Anónimo disse...

O Dr. Seruca não vai dar atenção a isso. Não é sensível aos amuos da oposição!

Anónimo disse...

Parece-me uma critica bastante ponderada e razoável, esta "Carta Aberta". Entendam "critica" no bom sentido e não no sentido perjurativo. Mas, porque é que as respostas vão sempre de encontro á politica ou interesses privados. O Presidente da CML deve defender os interesses de Loulé, parece-me que ao escolher a localização no parque das cidades não está a beneficiar Loulé mas sim Faro. Centrar o IKEA mais proximo de loulé, beneficia os municipes e o comercio local, pois, não afasta os utilizadores das grandes superficies, da cidade de Loulé. Vejam o exemplo de Faro (Jumbo) e da Guia. Também não me parece que o congestionamento dos nós seja benéfico, a menos que os politicos facciosos assim o entendam, ou que existam outros interesses que desconhecemos e que possam vir a ser conhecidos. Também me parece que aqueles que pensam que o Sr. Presidente, não deve dar a devida atenção a estas noticias, são os que tornaram o sentido de governação da CML, estagnada, egocêntrica e deficiente, capaz apenas de olhar para o seu "umbigo" e não para os municipes. Deixem as politiquices de lado, e abram os horizontes para os problemas concretos do futuro de Loulé. Deixem-se de mesquinhices, ou caso não saibam fazer mais nada, então não comentem. Um debate sobre este assunto, promovido pelo Sr. Presidente, em conjunto com as restantes forças politicas, associações empresariais, associações de comerciantes e municipes com interesse, parece-me o mais indicado. Sirvam os Louletanos e não se sirvam deles.

Louletano Triste disse...

Pois anónimo... mas como está a ver, estas coisas parecem ser assuntos que não merecem grandes comentários aos louletanos...
Infelizmente.
Preferem comentar folares e mal-dicências a tratar de assuntos sérios e que comprometem o futuro