Entre as mensagens que entraram nos últimos dias na caixa de correio do ‘Calçadão’, entendemos que a que se segue é do maior interesse e que poderia, perfeitamente, ter sido assinada por qualquer de nós.
"Gostaria de dar resposta, em carta aberta, à entrevista que o sr. presidente da CML, deu ao «Correio da Manhã», do dia 26 de Março de 2008, em nome de uma consciência louletana, que anseia pela honestidade e frontalidade.
RESPOSTA
Acontece(u)
Numa sociedade democrática e desenvolvida, compete a um autarca e, por maioria de razão, a um candidato anunciado para um novo ciclo de poder, explicar aos seus munícipes, o que acontece, o que aconteceu e o que acontecerá no concelho, se ele continuar na liderança.
Chame-se prestar contas ao aconteceu. Dir-se-ia que o acontece faz parte da campanha das autárquicas do próximo Outono. Quanto ao acontecerá, poderia e deveria ser a estratégia que o autarca pretende seguir para o desenvolvimento do concelho.
Em artigo de opinião publicado recentemente, num matutino nacional, o sr. presidente da Câmara de Loulé elogiou a agenda de eventos do Parque das Cidades. Seja com o verbo no passado ou no presente - aconteceu ou acontece - vale a pena os louletanos e, quiçá, os algarvios fazerem um exercício de memória, essencial para se avaliar; 1.) a prestação de contas; 2.) a presente campanha; 3.) as opções futuras dos que querem liderar a câmara de Loulé.
Comecemos então pelo que aconteceu:
Aconteceu que há uns anos a Via do Infante foi projectada como a espinha dorsal, uma estrutura viária que se encarava como a âncora das acessibilidades, essencial ao desenvolvimento da nossa região.
Aconteceu que Loulé, pela sua centralidade, foi dotada de três nós de acesso à Via do Infante, sendo o principal e de maior movimento - o Nó Loulé Sul - o que faz a ligação ao Aeroporto/Faro, a Loulé, a Almancil e à orla costeira Quinta do Lago/Vale de Lobo.
Aconteceu que, anos depois, foi projectado o Parque das Cidades, também servido pelo referido nó, com diversas valências, estando agora a funcionar o Estádio do Algarve.
Aconteceu em todos os eventos importantes que atraiam espectadores de toda a região, haver gigantescos engarrafamentos, a transbordar pela Via do Infante, que de via rápida se transforma em lenta.
Aconteceu também que no Parque das Cidades foi projectado, e bem, dado o investimento publico da estrutura, o Hospital Central da Região, mais o Laboratório de Análises Regional (já construído).
Acontecerá que a maioria do trânsito das unidades de saúde vai também circular maioritariamente pelo Nó Sul de Loulé, o que dá acesso ao Parque das Cidades.
Acontecerá, num futuro muito próximo (2012), a circulação de milhares de veículos - neles incluindo ambulâncias - que se deslocam de e para o Hospital Central, se vai juntar ao tráfego de e para aeroporto, nas partidas e chegadas dos turistas, e ainda as deslocações devido a actividade económica gerada nos concelhos de Loulé e Faro.
Acontecerá que a requalificação da EN 125, associada à construção da Circular Exterior de Faro, já em concurso público, prevê a ligação à via Loulé/Faro próximo do Nó Loulé/Sul, ou mais exactamente o nó Hospital/Parque das Cidades/Aeroporto.
E entre o que aconteceu e o que acontecerá, o que e que acontece?
Acontece, por tudo o que atrás foi dito, que este é o momento de o sr. presidente da Câmara de Loulé estar atento, e que seja capaz de conjugar o verbo acontecer no futuro, mas de forma a alertar os organismos nacionais como as Estradas de Portugal e a ANA, Aeroportos SA; as entidades regionais como a CCDR e o Turismo do Algarve, mas também as associações empresariais, para o que acontecerá a curto prazo: o estrangulamento da principal porta de entrada viária do Algarve, se não se tomarem medidas que travem a destruição deste eixo central da regido.
A entrada de Faro, em especial nas alturas festivas é um (mau) exemplo.
O que acontecerá à força centrifuga de Loulé (como diz o sr. presidente) quando os acessos forem difíceis e congestionados, porque faltou estratégia de desenvolvimento?
Os louletanos não querem ter de justificar aos netos, no futuro, que aconteceu a força centrifuga se ter transformado em centrípeta apesar dos estudos e dos meios disponíveis, para evitar essa situação.
Só acontece desenvolvimento quando há estratégia para construir o futuro que acontecerá. Sem isso, ficaremos a lamentar mais tarde o que aconteceu devido a decisões erradas.
Qual e a sua escolha, senhor presidente?
"(ass.) consciencia.louletana@gmail.com
6 comentários:
Belíssimo e pertinente post! É pena que o Dr. Seruca muito provavelmente não lhe dê a devida atenção!
Ora, isso foi escrito por um "zaratrusta" qualquer... É a força do palavreado à procura de leitores distraídos.
O Calçadão anda distraído também, e se calhar muito encandeado por aquelas paredes amarelas que ficam mesmo na vizinhança... Até lhe pintam as paredes de casa também.
Calçadinha nova, paredes caiadas. O ambiente fica agradável na explanada da pastelaria nova e então vá de escrever, escrever, escrever para dar nas vistas.
Mas fico sem preceber: o tal espécie de zarastutra quer o ikea nos terrenos da garvetur? Amigos amigos... associações a parte. Porque parece que é isso que está em causa porque não se percebe este arrazoado todo à volta dos Nós da Via do Infante para o Parque das Cidades.
Irra!
E depois faz tanta confusao como o Sr. Presidente com as forças centrifugas e centripetas... pois centripetas é PARA DENTRO... por isso é assim que deviam transformar-se as forças para essas estratégias de desenvolvimento.
Isto é demais, desculpem lá!
Os PS não sabem o que hão-de inventar! Bwem, pelo menos sabem conjugar o verbo acontecer!
Vamos então veo o que LHES acontecerá em Outubro!
O Dr. Seruca não vai dar atenção a isso. Não é sensível aos amuos da oposição!
Parece-me uma critica bastante ponderada e razoável, esta "Carta Aberta". Entendam "critica" no bom sentido e não no sentido perjurativo. Mas, porque é que as respostas vão sempre de encontro á politica ou interesses privados. O Presidente da CML deve defender os interesses de Loulé, parece-me que ao escolher a localização no parque das cidades não está a beneficiar Loulé mas sim Faro. Centrar o IKEA mais proximo de loulé, beneficia os municipes e o comercio local, pois, não afasta os utilizadores das grandes superficies, da cidade de Loulé. Vejam o exemplo de Faro (Jumbo) e da Guia. Também não me parece que o congestionamento dos nós seja benéfico, a menos que os politicos facciosos assim o entendam, ou que existam outros interesses que desconhecemos e que possam vir a ser conhecidos. Também me parece que aqueles que pensam que o Sr. Presidente, não deve dar a devida atenção a estas noticias, são os que tornaram o sentido de governação da CML, estagnada, egocêntrica e deficiente, capaz apenas de olhar para o seu "umbigo" e não para os municipes. Deixem as politiquices de lado, e abram os horizontes para os problemas concretos do futuro de Loulé. Deixem-se de mesquinhices, ou caso não saibam fazer mais nada, então não comentem. Um debate sobre este assunto, promovido pelo Sr. Presidente, em conjunto com as restantes forças politicas, associações empresariais, associações de comerciantes e municipes com interesse, parece-me o mais indicado. Sirvam os Louletanos e não se sirvam deles.
Pois anónimo... mas como está a ver, estas coisas parecem ser assuntos que não merecem grandes comentários aos louletanos...
Infelizmente.
Preferem comentar folares e mal-dicências a tratar de assuntos sérios e que comprometem o futuro
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