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sábado, 10 de abril de 2010

O troca-tintismo

e quem não pode ou não quer estar na política
Outro e-mail recebido que merece esclarecimento:

"Caro José Carlos:
O seu partido, de facto, é um “troca-tintas”. Como é que vocês que foram contra eleições directas para a escolha do candidato a Quarteira “engolem” as palavras do vosso camarada António Seguro?
Podemos ler no vosso blog “Seguro defendendo a existência de eleições directas para a escolha dos líderes dos partidos, lamentou que os partidos se juntem mais para discutir as pessoas e o poder do que as ideias e propostas políticas”.
Este é de facto um bom argumento para vocês “pêessezinhos” reflectirem. Quem não percebe isso não pode estar na política.
"
jaberton@hotmail.com

Vamos lá esclarecer – e espero que definitivamente – esta questão de o «seu partido».

O Partido Socialista não é o «meu» partido. Nem me consta que seja de ninguém, ainda que reconheça que existem nele, como nos demais partidos, quem se julgue «dono» deles.

Não estou inscrito em qualquer partido e espero nunca me vir a inscrever. A minha independência de espírito proíbe-me a sujeição a leis de rolha e a obediências de voto. Logo, não me enquadro naquilo a que se reconhece que seja um «militante».

Tenho as minhas preferências, é certo, de acordo com as minhas convicções éticas, políticas e cívicas. E, com elas, é verdade que estou mais próximo do «socialismo democrático» do que daquilo que defende qualquer outro partido político. Pelo menos em Portugal.

Portanto, não me revejo nem em tudo aquilo que faz o PS (ou quem por ele decide), e muito menos me posso sentir incluído no «vocês» do leitor (a quem respondi directamente).

Não fui, não sou nem serei nunca, mais responsável pelos actos do PS para além da responsabilidade que pesa sobre o voto que meto na urna.

Se calhar, é por isso… que «não posso estar na política». Por mais nada. Mas, sobretudo, porque não quero.
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