Comunicado dá a conhecer o texto do Bloco

moção tem fundamentação ideológica de esquerda

A moção de censura contra o Governo do BE é, simultaneamente contra o PSD, por pertencer à “maioria orçamental” que aprovou o Orçamento de 2011, o PECII e o aumento do IVA.

O texto da moção, que será discutida no Parlamento em 10 de Março, foi ontem divulgado e as referências ao PSD de Passos Coelho, que já anunciou a abstenção do seu partido, são bem claras, se bem que nunca mencione a sigla dos sociais-democratas.

Em duas páginas, a moção tem uma fundamentação ideológica e de esquerda. Acusa o Governo de que adoptou uma “política económica e social que tem atingido essencialmente os trabalhadores sem emprego e os jovens da geração mais preparada”, e recusa o “gigantesco embuste da distribuição equilibrada dos sacrifícios” acabando por atacar a “estratégia agressiva” do executivo que encara o subsídio de desemprego “como um custo e não como um direito”.

O Bloco acusa o executivo de José Sócrates de, “apesar de ter sido suportado por uma grande maioria parlamentar nas mais importantes decisões económicas”, não responder ao desemprego, pobreza e precariedade. Mas se a referência ao PSD não está clara nas críticas, a verdade é que a moção tem a preocupação de lembrar que as medidas negativas do Governo também se aplicam aos sociais-democratas, que apoiaram grande parte das medidas de austeridade.

Hoje, Louçã dará uma conferência de imprensa para apresentar os fundamentos da moção; e a partir de segunda-feira, o BE vai desenvolver uma acção a nível nacional para explicar a sua moção.
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