Ezequiel Tomás traído pelo PS

e o seu lugar na assembleia de freguesia usurpado

A notícia chega na forma de e-mail não perfeitamente identificado mas, ao que conseguimos apurar, lamentavelmente, parece ter certos fundos de razão.

Ezequiel Tomás, do Partido Socialista, foi derrotado, de forma categórica, nas últimas eleições para a Assembleia de Freguesia de Quarteira. Nada que se não soubesse à partida: José Mendes, do PSD tinha o lugar solidamente garantido.

O PS andou mal aconselhado desde o princípio e apresentou uma lista com todos os condimentos para ser uma lista perdedora. Por junto, só o próprio Ezequiel e o «independente» Isidoro podiam exibir, perante os quarteirenses, alguma credibilidade.

Derrotado, Ezequiel garantiu, em entrevistas na imprensa, que iria cumprir o seu mandato até ao fim, correspondendo, assim, ao apoio recebido por muitas centenas de eleitores.

Mas, se Ezequiel andava mal aconselhado e mal acompanhado desde a primeira hora, fechou a campanha da pior maneira, lançando calúnias sobre o vencedor, o que lhe mereceu um processo, a correr nos tribunais.

Talvez abatido por esse passo em falso, Ezequiel Tomás pediu a suspensão do mandato para que fora eleito na Assembleia de Freguesia de Quarteira. Surpreendentemente, o seu lugar na chefia da bancada foi ocupado por um desconhecido da maioria dos quarteirenses, vindo das camadas dos «jovens turcos» do PS, que integrava a lista socialista como suplente, mas com ambições suficientes para entender que «em terra de cegos…»

Ezequiel retirou-se assim, temporariamente, do lugar que, se o mantivesse, lhe permitiria manter um certo prestígio e credibilidade.

Aconselhado a afastar-se por uns tempos, saiu discretamente, por certo com intenção de regressar, cumprindo, com honra, a promessa feita nas entrevistas nas quais garantia que desempenharia, até ao fim, o seu mandato como membro da Assembleia de Freguesia.

Mas, os mesmos que incentivaram Ezequiel a suspender o seu mandato, pelos vistos esconderam-lhe que “a suspensão que, por uma só vez ou cumulativamente, ultrapasse 365 dias no decurso do mandato constitui, de pleno direito, renúncia ao mesmo, salvo se no primeiro dia útil seguinte ao termo daquele prazo o interessado manifestar, por escrito, a vontade de retomar funções” (Lei 169/99 e seguintes).

Os 365 dias já quase passaram. Ezequiel não manifestou ainda “por escrito, a vontade de retomar funções”.

Isso significa que renunciou - e que o seu lugar pode ser ocupado pelo «jovem turco» suplente?!

Conhecendo-se a persistência de Ezequiel Tomás, não acreditamos que mentisse no que disse aos jornais; mas parece que podemos acreditar no e-mail que nos foi enviado, em que se afirma que, “depois de ter sido mal aconselhado ao persistir na sua candidatura, agora foi atraiçoado pelos que o incentivaram”.

Assim vai a política na nossa terra: a contribuir, com a sua migalha, para o descrédito dos políticos, desde os Presidentes da República aos primeiros-ministros, passando pelos aparelhistas, carreiristas, jovens turcos, ou meros oportunistas de ocasião.
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