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quinta-feira, 3 de abril de 2008

Basta!

«no meu tempo é que era bom!»

A propósito do triste espectáculo do telemóvel na escola do Porto, sentimo-nos com toda a autoridade para dizer «Basta!», uma vez que o ‘Calçadão’ foi dos primeiros a dar a informação e a divulgar o vídeo.

Mas já enoja o aproveitamento que os media têm feito sobre o assunto. Quando lhes falta um “caso Madie”, um ajuste de contas dos gangs do Porto, uma manif em frente de S. Bento, jornais e televisões passam o tempo a «encher chouriços», explorando até à exaustão as imagens, os comentários, as «doutorices» de governan-tes e governados, pais e professores, psicólogos e psiquiatras e tudo o mais que estiver à mão.

Até o Procurador-geral e o Presidente da República têm qualquer ideia para debitar sobre o assunto, sendo já quase uma «moda» que todos nos armemos em moralistas para, com uma palavra «inteligen-te», culpabilizar e criminalizar os jovens deste país.

Quase sem excepção, a ideia dominante é: «isto está um caos; no meu tempo é que era bom – haviam ordem, respeito e disciplina».

Pois, e havia reguadas, bofetadas, ponteiradas e… medo.

Porque o medo não pode ser a base da disciplina e do respeito; porque a desresponsabilização de grande parte das famílias e da maior parte das escolas tem conduzido ao esvaziamento dos conceitos de educação e civilidade; porque cada um de nós esquece a sua quota-parte de responsabilidade, mesmo que não concordemos em absoluto com tudo o que ele diz, vale a pena ler o que hoje escreveu Leonel Moura.

E reflectir.

“Estes miúdos não são mais mal comportados do que nós o fomos no nosso tempo. Não são criminosos em potência como agora se pretende com uma extrema leviandade. Têm, e ainda bem, outras referências, outros interesses, outras ambições. Vivem num planeta diferente. Já agora, um planeta na maioria dos aspectos bem melhor do que o das nossas adolescências. Por isso e como diziam os Pink Floyd: «deixem os miúdos em paz»”.
in «Jornal de Negócios» - online, por Leonel Moura, 3 /Abril
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2 comentários:

João Martins disse...

Plenamente de acordo. E aquele não é claramente o retrato das escolas do país. Sugere-se que o Procurador da República e o Presidente Cavaco frequentem acções de formação sobre o funcionamento e o impacto dos media na sociedade. Os jovens de hoje em muitos aspectos sabem infinitamente mais que os mais velhos. Pense-se nas novas tecnologias e na educação ambiental só para citar dois exemplos flagrantes. Alguém ainda se lembra da escola primária salazarista das regentes primárias e dos seus métodos de ensino?
Parabéns pelo post!

Lourenço Anes disse...

Meu caro João:
Sobre o impacto dos media na sociedade… em meu entende, não são apenas as personagens que indica que deveriam frequentar essas acções de formação. Acho que os directores desses mesmos media e os próprios jornalistas teriam muito que aprender nessas acções.