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quarta-feira, 2 de abril de 2008

Fazer atletismo em Quarteira

só se for no quarteirense?
n
Relativamente ao e-mail que ontem publicámos, enviado por um amigo nosso, depois de uma série de consultas, estamos em condições de poder comentar o que se passou na sessão de câmara que se realizou em Quarteira, no dia 26 de Março:

Artur Domingos, um já antigo atleta de gabarito foi, durante vários anos, treinador de atletismo no Quarteirense. A certa altura, porém, as relações entre ele ou entre a secção de atletismo e a direcção do Quarteirense ter-se-ão deteriorado a tal ponto que o treinador terá preferido abandonar o clube.

Sabe-se que, muitas vezes, as relações de afecto que se estabelecem entre os treinadores das chamadas «modalidades pobres» e os seus atletas fortalecem-se de tal forma que, ao sair o treinador, os atletas preferem segui-lo para outros clubes.

Neste caso, Artur Domingos não foi para outro clube: porque o artigo 46º da Constituição da República Portuguesa diz que “os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal”, o treinador preferiu rodear-se dos seus pupilos e criar a sua própria agremiação.

Nasceu, deste modo, o Centro Desportivo de Quarteira, clube que mantém em actividade nada menos que sete dezenas de atletas federados e mais uns quantos não federados.

Ora, um clube de atletismo não faz sentido se não tiver condições para treinar, a menos que a sua única modalidade seja a corrida de fundo, em estrada.

O Estádio Municipal de Quarteira tem uma pista de tartan e Artur Domingos, convicto de que a letra da Constituição da República é para ser cumprida, porque esta, no seu artigo 70º, diz que “os jovens gozam de protecção especial para efectivação dos seus direitos económicos, sociais e culturais, nomeadamente (…) d) Na educação física e no desporto”, e acrescenta que “o Estado, em colaboração com as famílias, as escolas, as empresas, as organizações de moradores, as associações e fundações de fins culturais e as colectividades de cultura e recreio, fomenta e apoia as organizações juvenis na prossecução daqueles objectivos”, por várias vezes procurou ir, com os jovens que treina, utilizar a pista.

Com grande espanto, tem-lhe sido vedada essa utilização e, por isso, Artur tem, repetidamente, dirigido à autarquia um pedido de audiência que, sistematicamente, tem sido ignorado.
Para pôr as coisas em pratos limpos, Artur Domingos, munido de toda a documentação, foi assistir à reunião da Câmara, mas, apesar das suas repetidas afirmações de que não pretende qualquer subsídio mas apenas a utilização de um bem público, o presidente da Câmara, de forma pouco coerente, ter-lhe-á sugerido que a sua saída do Quarteirense se destinou apenas a ir mamar na teta do subsídio autárquico e que o Quarteirense poderá sempre receber quem pretenda fazer atletismo.

Paulo Bernardo, vereador com o pelouro do desporto, por sua vez, terá por várias vezes tentado confundir o treinador (e a assistên-cia?) dizendo que a Câmara só atribui subsídios aos clubes que têm «utilidade pública».

De nada serviram as insistentes afirmações de Artur, repetindo até à exaustão que nunca pediu qualquer subsídio. Paulo Bernardo fingiu (?) que não percebeu.

Mas o pior ainda estava para vir: a certa altura José João Guerreiro, presidente do Quarteirense pediu a palavra e falou, falou, falou, numa clara tentativa de humilhação do treinador, a quem chegou a acusar… de que a sua mulher trabalhou para o Quarteirense e recebia até «uma pequena quantia»…

Depois do escândalo que foi a lavagem de roupa suja da Apromar, numa sessão da Assembleia de Freguesia de Quarteira, veio agora o presidente da Câmara a Quarteira permitir que uma reunião autárquica se transformasse numa assembleia de ajuste de contas do Quarteirense…
E os atletas de Artur Domingos, continuam sem lugar para treinar!
..

8 comentários:

João Carlos Santos disse...

Durante 8 anos fui atleta do Clube Desportivo Recreativo Quarteirense, até que chegou uma altura em que era impossível a modalidade crescer no clube devido a um série de condicionantes internas ao clube.

Sempre respeitei o Quarteirense como o grande clube de Quarteira e sempre respeitarei, mas ao longo dos anos tenho vindo a perder o respeito pela sua direcção.

Deste modo, decidi embarcar juntamente com o Artur Domingos neste projecto como Técnico de Lançamentos. Assim nasceu o Centro Desportivo de Quarteira.

Estamos aqui pelo desporto, pelos jovens e por Quarteira!

João Santos
Vice-Presidente
Técnico de Lançamentos

Anónimo disse...

Tá mais que visto que o presidente do Quarteirense move-se bem no meio.
Isto da liberdade só é válido quando a alguns, que se julgam importantes, convem.

João Martins disse...

Caros amigos. porque achei que o assunto era de interesses público, atrevi-me mais uma vez a utilizar o vosso post.

Agradeço que se desejarem que o retire me informem pois imediatamente o farei.

Abraços

Anónimo disse...

Esse presidente do Quarteirense, infelizmente para Quarteira e para o Quarteirense é quem é... O que o move, não percebo mas acho que lhe ia mais a jeito aquele seu bar de ambiente... muito esquisito.
Era bom que se esclarecessem as condições como foi parar a presidente de um clube que, sinceramente, merece mais... A eleição que não houve e a ida do Faria para a Associação de Futebol de Faro têm histórias muito mal contadas. Porque não investigam vocês no Calçadão?
Quanto ao presidente da Câmara, é de vistas tão curtas como ele: se existe um clube é para se lhe dar dinheiro mas só se for para gastar em futebol... A formação e as modalidades amadoras são só o pretexto para se lhe atribuirem verbas desfarçadas de contratos programas. Ora vão dar banho ao cão...

Anónimo disse...

É esquisito isso de para se praticar desporto ter de se clube estar inscrito num clube. Então para os miudos andarem de bicileta no Calçadão, também terão de se inscrever na Federação de Ciclismo e pedir licença à Câmara?

Anónimo disse...

Só temos o que merecemos !!!
Afinal fomos nós que os escolhemos.
Viva a pilantragem que gere esta Autarquia.
Já agora se não se pode subsidiar os jovens para praticar desporto, como explicam que o Louletano tem para a Natação o que todos vemos.
E os subsidios para os dois grupos de motars de Quarteira.

Camila disse...

Como compreendo a situação, expresso desde já a minha repulsa sobre a atitude descriminatória que se está a fazer em Quarteira.

Infelizmente não é caso único no Concelho.

Este tema trazido de forma pertinente pelo calçadão inspira-me e merecerá da minha parte oportunamente com o devido destaque, uma outra abordagem sobre o que se passa em Loulé.

O meu apoio e solidariedade ao atleta e clube em causa.

Lourenço Anes disse...

Para todos vós, meus amigos, só tenho uma consideração a fazer: não havendo, no concelho qualquer órgão de informação livre e independente do poder instituído, cabe-nos denunciar, alertar, gritar.
Talvez isso provoque, aos detentores do poder, algum mal-estar que os faça pensar e - tenhamos esperança - os faça reconhecer e corrigir os seus erros.

Ou então, é possível que os espíritos mais lúcidos da nossa sociedade percebam que, para a próxima, precisamos fazer melhores escolhas sobre os que devem dirigir os destinos do concelho...