Meu coração tardou. Meu coração
Talvez se houvesse amor nunca tardasse;
Mas, visto que, se o houve, houve em vão,
Tanto faz que o amor houvesse ou não.
Tardou. Antes, de inútil, acabasse.
Meu coração postiço e contrafeito
Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, num rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.
Mas não. Nunca nem eu nem coração
Fomos mais que um vestígio de passagem
Entre um anseio vão e um sonho vão.
Parceiros em prestidigitação,
Caímos ambos pelo alçapão.
Foi esta a nossa vida e a nossa viagem.
FERNANDO PESSOA (1888 - 1935)
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa, em 13 de Junho de 1888 e morreu na mesma cidade, em 30 de Novembro de 1935.
Por tanto que se tem escrito e por tudo o que é conhecido sobre Pessoa, vou limitar-me a transcrever aqui o que sobre ele diz a Wikipédia.
Com a publicação deste poema da nossa modernidade, findo o “ciclo” dos primeiros nomes do Grupo Modernista.
.
“É considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, ao lado de Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua juventude na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, e trabalhou no jornalismo,
na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos.
A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e obra, além do facto de ser o maior autor da heteronímia.
Morreu de problemas hepáticos aos 47 anos, na mesma cidade onde nasceu, tendo sua última frase sido escrita na língua inglesa, com toda a simplicidade que a liberdade poética sempre lhe concedeu: "I know not what tomorrow will bring... " ("Eu não sei o que o amanhã trará")”.
----------- Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
----------- Não há nada mais simples.
----------- Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
----------- Entre uma e outra todos os dias são meus.
----------- Fernando Pessoa/Alberto Caeiro
Talvez se houvesse amor nunca tardasse;
Mas, visto que, se o houve, houve em vão,
Tanto faz que o amor houvesse ou não.
Tardou. Antes, de inútil, acabasse.
Meu coração postiço e contrafeito
Finge-se meu. Se o amor o houvesse tido,
Talvez, num rasgo natural de eleito,
Seu próprio ser do nada houvesse feito,
E a sua própria essência conseguido.
Mas não. Nunca nem eu nem coração
Fomos mais que um vestígio de passagem
Entre um anseio vão e um sonho vão.
Parceiros em prestidigitação,
Caímos ambos pelo alçapão.
Foi esta a nossa vida e a nossa viagem.
FERNANDO PESSOA (1888 - 1935)
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa, em 13 de Junho de 1888 e morreu na mesma cidade, em 30 de Novembro de 1935.
Por tanto que se tem escrito e por tudo o que é conhecido sobre Pessoa, vou limitar-me a transcrever aqui o que sobre ele diz a Wikipédia.
Com a publicação deste poema da nossa modernidade, findo o “ciclo” dos primeiros nomes do Grupo Modernista.
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“É considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, ao lado de Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua juventude na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, e trabalhou no jornalismo,
na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos.A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e obra, além do facto de ser o maior autor da heteronímia.
Morreu de problemas hepáticos aos 47 anos, na mesma cidade onde nasceu, tendo sua última frase sido escrita na língua inglesa, com toda a simplicidade que a liberdade poética sempre lhe concedeu: "I know not what tomorrow will bring... " ("Eu não sei o que o amanhã trará")”.
----------- Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
----------- Não há nada mais simples.
----------- Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
----------- Entre uma e outra todos os dias são meus.
----------- Fernando Pessoa/Alberto Caeiro

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