à pedra da lareira
«...na parede das cozinhas (no Alentejo) se vê a «boneca»... ou frade, de tijolo, o que... se correlaciona com o Lar familiaris.» - Leite de Vasconcelos, Religiões da Lusitânia
"O espírito da Casa se encarna,
em ti ganhou feições, tomou feitio.
Quem hoje, desprezada, o lume ampara,
por ela o lume ardeu, temente e pio.
A gente dalgum dia em ti criara
um deus familiar, sem atavio.
Eu me persino, ó minha Pedra-de-Ara,
e sobre ti o invoco e propicio!
De pais a filhos, num cortejo imenso,
altar doméstico, tu és a fala
dessa ascensão carnal d'aonde eu vim!
E assim à tua face, quando penso
que a vida que me deram hei-de dá-la,
sinto a Imortalidade dentro de mim! "
ANTÓNIO SARDINHA (1887 – 1925) (in Epopeia da Planície)
António Maria de Sousa Sardinha nasceu em Monforte, em 9 de Setembro de 1887. Viria a falecer, em Elvas, no dia 10 de Janeiro de 1925, com apenas 35 anos de idade. Vida demasiado curta, mas suficiente no entanto, para a vastidão da sua obra nos campos da poesia, da filosofia, dos estudos peninsulares, da crítica de ideias.
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, com 21 anos; tendo entretanto concorrido aos jogos florais hispano-portugueses, realizados na Universidade de Salamanca, aí obteve o galardão máximo com Lírica de Outubro, em 1909.
Defensor da democracia orgânica própria do Sindicalismo, Sardinha desencanta-se com a política seguida pelos governos republicanos, bem como com a realidade que o regime implantou em Portugal nos diversos campos - político, económico, social e religioso. Isso levou António Sardinha à ruptura com o seu passado republicano, convertendo-se à religião católica e ao ideal monárquico.
Em Abril de 1914, conjuntamente com Hipólito Raposo e Alberto Monsaraz, lança a revista Nação Portuguesa, órgão do Integralismo Lusitano, onde se mostra defensor da instauração da monarquia orgânica, tradicionalista e antiparlamentar.
Um ano depois, concorre à Faculdade de Letras de Lisboa, à cadeira de História com a tese Valor da Raça, sendo classificado com mérito absoluto.
Poeta, historiador e político, destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, tornando-se um verdadeiro condutor da intelectualidade portuguesa do seu tempo.
Da sua obra poéticas, destacamos: Tronco Reverdecido (1910), Epopeia da Planície (1915), Quando as Nascentes Despertam (1921), Na Corte da Saudade (1922), Chuva da Tarde (1923), Era uma Vez um Menino (1926), O Roubo da Europa (1931), Pequena Casa Lusitana (1937).
Dos estudos e ensaios, como da sua intervenção no seio do Integralismo Lusitano, falaremos noutra altura.
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"O espírito da Casa se encarna,
em ti ganhou feições, tomou feitio.
Quem hoje, desprezada, o lume ampara,
por ela o lume ardeu, temente e pio.
A gente dalgum dia em ti criara
um deus familiar, sem atavio.
Eu me persino, ó minha Pedra-de-Ara,
e sobre ti o invoco e propicio!
De pais a filhos, num cortejo imenso,
altar doméstico, tu és a fala
dessa ascensão carnal d'aonde eu vim!
E assim à tua face, quando penso
que a vida que me deram hei-de dá-la,
sinto a Imortalidade dentro de mim! "
ANTÓNIO SARDINHA (1887 – 1925) (in Epopeia da Planície)
António Maria de Sousa Sardinha nasceu em Monforte, em 9 de Setembro de 1887. Viria a falecer, em Elvas, no dia 10 de Janeiro de 1925, com apenas 35 anos de idade. Vida demasiado curta, mas suficiente no entanto, para a vastidão da sua obra nos campos da poesia, da filosofia, dos estudos peninsulares, da crítica de ideias.
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, com 21 anos; tendo entretanto concorrido aos jogos florais hispano-portugueses, realizados na Universidade de Salamanca, aí obteve o galardão máximo com Lírica de Outubro, em 1909.
Defensor da democracia orgânica própria do Sindicalismo, Sardinha desencanta-se com a política seguida pelos governos republicanos, bem como com a realidade que o regime implantou em Portugal nos diversos campos - político, económico, social e religioso. Isso levou António Sardinha à ruptura com o seu passado republicano, convertendo-se à religião católica e ao ideal monárquico.
Em Abril de 1914, conjuntamente com Hipólito Raposo e Alberto Monsaraz, lança a revista Nação Portuguesa, órgão do Integralismo Lusitano, onde se mostra defensor da instauração da monarquia orgânica, tradicionalista e antiparlamentar.
Um ano depois, concorre à Faculdade de Letras de Lisboa, à cadeira de História com a tese Valor da Raça, sendo classificado com mérito absoluto.
Poeta, historiador e político, destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, tornando-se um verdadeiro condutor da intelectualidade portuguesa do seu tempo.
Da sua obra poéticas, destacamos: Tronco Reverdecido (1910), Epopeia da Planície (1915), Quando as Nascentes Despertam (1921), Na Corte da Saudade (1922), Chuva da Tarde (1923), Era uma Vez um Menino (1926), O Roubo da Europa (1931), Pequena Casa Lusitana (1937).
Dos estudos e ensaios, como da sua intervenção no seio do Integralismo Lusitano, falaremos noutra altura.
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1 comentário:
Antonio Sardinha, gran amigo de España
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