... ah, que foi forte, foi!...
Acordei com a cama a tremer, a jarra de flores da sala a cair com estrondo e a fazer-se em cacos e a gata, assarapantada, a saltar para cima da cama a miar e bufar como se tivesse visto cão.
Estremunhada, demorei tanto tempo a perceber porque é que a cama abanava que, quando percebi… o tremor de terra tinha acabado. O relógio da cabeceira marcava uma e trinta e seis.
Dizem que se sentiu durante oito segundos. Sei lá, a mim pareceu-me bem mais. Há que anos não sentia a casa a tremer.
Seja como for, seis graus na escala de Richter é obra! Dizem os livros que um terremoto com magnitude inferior a 3,5 é apenas registado pelos sismógrafo; entre 3,5 e 5,4 já pode produzir danos e entre 5,5 e 6, provoca danos ligeiros em edifícios bem construídos, mas pode causar maiores danos noutros (entre 6,1 e 6,9 pode ser devastador num círculo de 100 km de raio).
Parece porém, que este só foi sentido no Sul de Portugal, que teve o epicentro em pleno Oceano Atlântico, a 31 quilómetros de profundidade e a cem quilómetros a Sudoeste do Cabo de São Vicente e que a hora exacta foi 1.37 horas.
Tenho o relógio atrasado um minuto!
Dizem os jornais da manhã que não houve danos. Ai houve, houve: pelo menos, a jarra da sala deu a alma ao Criador!
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