Na sequência do post que lançámos na passada 6ª feira sobre o abate das tílias da Praça da República em Loulé, foram várias as reacções de leitores que juntaram à nossa a sua indignação.
Motivados, logo os autores do blogue «Árvores de Portugal» prometeram ir tirar a limpo as razões que presidiram ao acto da autarquia.
É desse blogue que transcrevemos o post hoje produzido:
“Dezasseis tílias foram abatidas este fim-de-semana na Praça da República. A intervenção foi anunciada numa nota de imprensa poucos dias antes de começar o abate. Em vários blogues da cidade deu-se conta do que estava anunciado, sem se suspeitar que iria começar logo no Sábado seguinte, prolongando-se os trabalhos para o Domingo, 21 de Março. Como é óbvio, e dada a quase total falta de informação por parte da Câmara Municipal de Loulé (CML), as opiniões, tanto dos autores como dos leitores destes espaços, onde me incluo, foram de consternação e revolta.
Loulé tem um longo historial no que respeita a abate de árvores com pouca ou nenhuma informação prestada aos cidadãos, quer na sede de concelho, quer em Quarteira, o que constitui um terreno fértil para a desconfiança das pessoas. Para piorar a situação, na notícia do jornal Barlavento On-line pode ler-se:
- Após uma análise dos serviços técnicos da autarquia, no projecto foi contemplada também a substituição das árvores, já que a maioria está doente
não se referindo qualquer estudo realizado por especialistas em arboricultura ou patologia vegetal.
Apesar de alvo de algumas críticas, por parte de comentários anónimos, a Árvores de Portugal só hoje manifesta a sua posição, pois apenas no dia de ontem, segunda-feira, 22 de Março, nos foi possível obter as informações e opiniões dos responsáveis da CML, neste caso do vice-presidente da autarquia.
Afinal, as dezasseis árvores foram avaliadas por uma empresa de arboricultura, perfeitamente habilitada para realizar este tipo de trabalho, ao contrário do que foi noticiado. Coloca-se imediatamente a principal questão: porque não foram informados os munícipes deste facto? É a primeira vez que o actual executivo municipal recorre a uma empresa especializada em arboricultura, pois nos anteriores casos de abates o aconselhamento técnico ficou a cargo de um engenheiro agrónomo, da Direcção Regional de Agricultura do Algarve. Incrivelmente, nada disto foi veiculado para os canais de informação, locais ou regionais, ou da própria câmara, como é o caso do boletim municipal.
Consultei o relatório de avaliação do estado das árvores, produzido pelos técnicos da empresa e com data de 17 de Novembro de 2009, e as recomendações para cada um dos exemplares nele constantes. Doze das dezasseis tílias teriam que ser abatidas devido a problemas sanitários (podridões de origem micótica, maioritariamente) e biomecânicos, principalmente ao nível da parte aérea (das pernadas e ramos). O sistema radicular não apresentava problemas de maior.
Também é referido, para vários exemplares, que estes problemas se deviam a intervenções desajustadas como, por exemplo, podas mal executadas e rolagens. Esta parte do relatório é particularmente significativa, pois reforça a culpa, ainda que indirecta, da autarquia neste triste episódio, uma vez que foram as intervenções mal conduzidas, no passado, que levaram a este desfecho no presente.
As restantes 4 árvores necessitavam de diferentes graus de intervenção, nomeadamente de podas de redução da copa e de remoção de ramos doentes, no sentido de proteger as pessoas e bens. Assim, os autores do documento afirmam que não lhes repugnaria o abate da totalidade dos indivíduos. A opção final da CML por esta solução, segundo o vice-presidente da autarquia, deveu-se ainda ao facto de estas árvores irem ficar fora do alinhamento das outras que vão ser plantadas, aquando da requalificação do praça. A substituição das árvores abatidas será em número igual e da mesma espécie, mas num alinhamento diferente, ficando mais afastadas das fachadas dos edifícios.
A minha opinião pessoal, quanto aos motivos apresentados para o abate destes 4 exemplares em concreto, é que dificilmente são suficientes para justificar tal opção.
Teria sido preferível a opção de conservar estas árvores, com as intervenções estritamente necessárias para garantir a sua conservação, pelo menos até ao desenvolvimento das novas árvores que vão ser plantadas. Este facto reforçaria ainda a mensagem de que a autarquia apenas teria abatido árvores com graves problemas de sustentação, garantindo a confiança das pessoas nos decisores técnicos e políticos.
Fica ainda a questão da data escolhida que, qual acto de supremo humor negro, coincidiu com a Dia da Árvore. A justificação que me foi avançada prende-se com questões de trânsito (menor ao fim de semana) e com o facto de a requalificação do espaço ter início na próxima semana. Na minha opinião, a facilidade com que se tomou esta opção não respeita, de forma alguma, a sensibilidade das pessoas e parece indicar total desinteresse por essa questão.
A verdade é que, ainda que todo o apressado processo possa ter sido feito na maior boa fé, a CML será sempre culpada de vários- “pecados”, a saber:
- Não informou, nem preparou, a população da sua cidade (excepto numa reunião com os comerciantes da Praça) para o abate de árvores que marcaram a infância e a vida de milhares de pessoas (em tempos havia, inclusivamente, uma escola primária neste local); basta consultar os blogues referidos no início deste texto, para compreender a fundamentada indignação de várias pessoas que, de um dia para o outro, e sem qualquer explicação, viram desaparecer árvores que fizeram parte das suas vidas durante vários anos.
- Não publicou os resultados da avaliação realizada a estes exemplares, de forma a facilitar a consulta por qualquer pessoa, o que teria permitido uma discussão mais esclarecida e fundamentada desta intervenção (o que é, inclusivamente, nefasto para a própria imagem destes responsáveis). Desta discussão poderia ter resultado, por exemplo, a opção de poupar os 4 exemplares referidos que não apresentavam perigo iminente de queda. A autarquia manifestou uma estranha pressa na realização da acção, o que impediu a discussão do processo e o evitar do mal-estar generalizado entre boa parte da opinião pública louletana.
- No fundo, e para concluir, na minha opinião, os decisores técnicos e políticos desta câmara manifestaram grande sobranceria relativamente às preocupações dos seus próprios munícipes. A pressa e falta de esclarecimentos, o supremo mau gosto na data escolhida, levaram à transmissão de uma excelente mensagem de deseducação ambiental com danos, eventualmente irreparáveis, na capacidade dos munícipes acreditarem, de futuro, na boa vontade de qualquer intervenção da CML nos espaços verdes da cidade.
Na entrevista com o vice-presidente da autarquia, e como é nosso hábito em várias situações como esta, fiz questão de deixar algumas sugestões, acolhidas com interesse, principalmente no que refere à informação e preparação das populações para situações deste tipo.
As câmaras municipais possuem vários suportes de informação, aos quais recorrem com frequência e que seriam de toda a utilidade para veicular estas informações, nomeadamente os boletins municipais, páginas Web e imprensa local, entre outros.
Seria excelente que esta situação pudesse servir como um caso de reflexão para outras localidades do país, onde constantemente as pessoas são confrontadas com abates e podas de todos os tipos, em grande parte injustificadas e não fundamentadas tecnicamente, sem a mais mínima informação de quem decide.
Pela nossa parte, colocamos os nossos canais de comunicação inteiramente dispor para a divulgação de situações que beneficiem as árvores e as pessoas que delas podem usufruir. Devo louvar o empenho que Miguel Rodrigues e a Associação Árvores de Portugal puseram na destrinça desta questão. É sempre de admirar e louvar quando alguém dá estes exemplos de cidadania activa.
Mas que me desculpe o Miguel Rodrigues: apesar das suas boas intenções e do seu acto desassombrado, continuo cheio de dúvidas.
Primeiro, porque no caso das árvores de Quarteira, a mesma câmara que agora terá recorrido aos serviços de uma “empresa de arboricultura, perfeitamente habilitada para realizar este tipo de trabalho” (e eu não ponho em dúvida o que o Miguel afirma), desprezou os pareceres dos professores universitários que discordaram da decisão de abater centenas de árvores das avenidas.
Segundo, porque se torna demasiado suspeito que só agora surja o “relatório de avaliação do estado das árvores, produzido pelos técnicos da empresa” que o Miguel refere, pois a própria nota da autarquia, como se pode confirmar aqui, especifica que “após uma análise dos serviços técnicos da autarquia, no projecto foi contemplada também a substituição das árvores já que a maioria está doente”.
Mas a terceira razão para as minhas dúvidas tem muito mais pe-so, já que são argumentos do próprio presidente da Câmara que, a propósito da sugestão apresentada para que mandasse realizar um estudo sobre a instalação de grandes superfícies no concelho, afirmou, na Assembleia Municipal, no passado dia 19, que os estudos reflectem sempre a opinião de quem os encomenda.
Nem mais! Se é o presidente que o afirma…
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14 comentários:
Caro Lourenço
Obrigado pela referência ao texto.
Não questiono, de forma alguma, a idoneidade da empresa, apenas o que foi feito depois do relatório. A CML teria aqui uma oportunidade de dar um excelente exemplo a nível nacional e perdeu a oportunidade.
Mas ainda há opções que se podem tomar para minimizar o resultado final, quer em termos de comunicação quer no que refere às árvores do projecto de requalificação.
Bem observado. Não se percebe por que motivo a Câmara contrata apenas um parecer de uma empresa especializada em arboricultura. Seria para legitimar a sua posição?
A resposta está dada: "Os estudos servem para pagar a uns amigos advogados e defender o que nós quisermos", Seruca Emídio dixit na última Assembleia Municipal.
A mim também me parece-me que é uma historia mal contada e que há por aí gente a querer cobrir as asneiras da CML-LC !!!!!
Quem se f..eu fomos nós que deixamos de ter aqui aquele aspecto lindo e emblemático que tinha a nossa praça da républica.
Tudo o resto são chachadas, para não justificar coisa nenhuma, o que de resto jé estamos habituados.
Gostava de saber quem se responsabiliza pelo abate das 4 árvores que eram identificadas pelo relatório como estando sãs. Crime ambiental, é disto que se trata.
Senhores comentadores BE Loulé e "fulano de tal anónimo"
Nem a Árvores de Portugal nem eu, pessoalmente, nos dispomos a duvidar gratuitamente de qualquer entidade, pública o privada. O texto que escrevi pretende apenas tentar esclarecer a situação, valendo-se de factos comprovados.
A nossa associação e os seus elementos antes dela ser fundada, sempre promovemos a ideia de que é absolutamente necessária a opinião de verdadeiros técnicos qualificados, como os arboricultores, no que toca a intervenções nas árvores.
No entanto, sabemos que na maioria das vezes isto acontece com a desculpa de restrições de orçamento. Seria, assim, aceitável contratar DUAS empresas para fazer o mesmo trabalho? Nesse caso, esta seria uma prática a adoptar de forma sistemática em todas as outras situações onde se pedissem pareceres, incluindo advogados, juristas e outros consultores, o que me parece perfeitamente desproporcionado e despesista.
Olá Miguel,
O problema desta estória é que a confiança dos cidadãos na autarquia já era. E a confiança é daquelas coisas que quando são quebradas já não voltam. O problema foi mesmo a sequência de abates que faz todo o sentido. Ou melhor, não faz sentido nenhum. Quarteira, Rua da Ancha, em frente ao mercado, no parque municipal, na avenida José da Costa Mealha, no hospital velho, no Vale do Garrão, um pinhal quase inteiro. E assim não há pareceres técnicos que resistam. O que há é em nome de uma estética da cidade um verdadeiro arboricídio. O resto são tretas. Que me desculpe o Miguel. É que há uma racionalidade científica e uma racionalidade social. E a racionalidade científica sem a racionalidade social é cega. E a racionalidade social sem a racionalidade científica é vazia. Com a racionalidade social quero eu dizer que os cidadãos da cidade contam e devem ser escutados.
Abraços e mais uma vez parabéns às Árvores de Portugal.
João Martins
macloulé
(CONTINUAÇÃO)Quando, no caso específico das tílias, se critica o recurso a uma empresa de arboricultura, gostaria que me explicassem o que está errado:
a) Foi a câmara ter recorrido apenas a uma empresa de arboricultura? Deveria ter recorrido a duas ou a três?
b) Ou o problema foi ter recorrido a uma empresa de arboricultura para avaliar árvores?! Deveria ter recorrido aos próprios técnicos da CML? Ou a alguma das dezenas de empresas sem qualquer técnico de arboricultura e que todos os anos destroem, rolagem após rolagem, centenas de árvores por todo o país?
c) Ou será que o problema está nesta empresa de arboricultura em concreto? Alguém possui dados que apontem para o facto do estudo ter sido encomendado, entenda-se comprado? Ou é a competência técnica desta empresa que está em causa?
Por último, chamo a atenção para um aspecto que me parece de particular importância. Quando um técnico de arboricultura avalia uma árvore e chega à conclusão que esta apresenta sérios problemas de segurança, que não podem ser solucionados, tal não significa que a árvore vá cair no dia a seguir. Também não significa que a árvore vá cair pela base; podem cair apenas alguns dos seus ramos. Mas o perigo é real, está presente e pode causar vítimas. Pode levar dias, semanas, meses ou anos, muitos anos. E o problema é mesmo esse, como qualquer acidente acontece quando menos se espera.
Ora perante um documento técnico como este o que deve fazer um decisor político? Proceder ao abate da árvore ou confiar na sorte? E se essa árvore cair e provocar danos, sejam humanos ou materiais? Quem é que assume essa responsabilidade?
Honestamente, aqueles que criticam uma câmara por cortar uma árvore que apresenta sérios problemas mecânicos, comprovados por arboricultores, não seriam os mesmos que, em caso de acidente, criticariam essa mesma câmara por nada ter feito para o evitar?
Por isso, amigos, e com toda a frontalidade, com tantas coisas para criticar a CML, quanto à gestão ruinosa do seu património arbóreo, porque é que se insiste em criticar, à luz dos dados conhecidos, a única decisão acertada que a câmara parece ter tomado nos últimos anos?
Considero, muito sinceramente, que a persistência na crítica à decisão de encomendar um estudo a uma reputada empresa de arboricultura, retira argumentos à nossa luta e torna-a um pouco incoerente, como já disse atrás: o ter cão e o não ter…
Desculpem-me mas ninguém ama mais as árvores do que eu…ninguém! Mas criticar o recurso a uma empresa de arboricultura para avaliar árvores parece-me tão absurdo como criticar uma pessoa com problemas de coração por recorrer a um cardiologista.
Com amizade,
Em 17 de Maio de 2007 escrevi, na sombra verde:
“O verbo requalificar tem em Portugal um curioso e quase que exclusivo significado, isto é, destruir o que já existe.
Em Loulé, na Avenida José da Costa Mealha, chegou a hora das árvores...
Não nego, pelo que é visível em duas das fotografias que aqui publico, que alguns dos troncos estivessem em avançado estado de podridão e que fosse necessário proceder ao seu abate.
Mas será que esta situação se aplicaria a todas as árvores? Qual foi a entidade responsável por essa avaliação técnica? E será que a gestão que é feita dos espaços verdes nas cidades portuguesas, com as sucessivas e mal executadas podas, não condenará as árvores a um limitado tempo de vida e a uma consequente morte prematura?
Para além de todas as questões ambientais inerentes a estes abates, será que uma correcta gestão do património arbóreo não seria também proveitosa para o erário público? ”
Este foi o primeiro de vários textos que tenho escrito sobre os abates de árvores no concelho de Loulé. Critiquei e critico em Loulé, o que critico em qualquer município do país, independentemente da cor política de quem o governa; ou seja, a intervenção nas árvores deve ser feita por quem percebe de árvores, nomeadamente por arboricultores habilitados para tal.
Assim sendo, sempre critiquei e critico, no caso específico de Loulé, o facto da respectiva câmara nunca ter explicado as razões para esses abates e/ou podas (como no caso da araucária), nem ter tornado públicos os estudos que, supostamente, os justificariam. E critico anos e anos de má manutenção que aceleraram a degradação das árvores e as tornaram mais susceptíveis a problemas fitossanitários, criando eventuais situações de falta de sustentabilidade.
Deste modo, levo 3 anos de textos dedicados aos abates no concelho de Loulé e lembro que, pelo meio, houve uma petição lançada pelo António Rocha, que publicitei na sombra verde a 8 de Abril de 2008. Teve 66 assinaturas, sessenta e seis assinaturas! Foi assinada por mim e por outras pessoas que conheço e que, como eu, não são de Loulé, mas de certeza que não foi assinada por todos os anónimos que agora criticam tudo e todos. Porque, desculpem-me o desabafo, se as câmaras fazem o que fazem deve-se, em primeiro lugar, à passividade, inércia e cumplicidade da maioria dos seus munícipes.
Mas o que não pode ser feito, a meu ver, é criticar uma câmara, simultaneamente por ter cão e por não ter. Dito por outras palavras, no caso das tílias, pode-se criticar a CM de Loulé por várias questões:
a) Por não ter divulgado as conclusões desse estudo, nomeadamente até organizando uma sessão pública de esclarecimento com presença dos técnicos de arboricultura em causa, e onde todos os cidadãos pudessem colocar as questões que pretendessem.
b) Por, das 16 tílias, ter abatido 4 que não apresentavam perigo de queda;
c) Pela pressa com que procedeu aos abates, sem respeito pela sensibilidade das pessoas e com o mau gosto de ter escolhido o fim-de-semana do Dia da Árvore.
d) E, por último e mais importante, por anos e anos de falta de uma correcta manutenção das árvores que propiciaram o aparecimento dos problemas fitossanitários nas tílias em causa.
O que não me parece coerente e justo é criticar uma câmara, qualquer que ela seja, porque adjudicou a uma empresa de arboricultura a análise do estado fitossanitário de um conjunto de árvores. Ou seja, critica-se a câmara quando o não fez no passado...mas também quando o fez agora, no presente, no caso das tílias! (CONTINUA)
Quem fala como este comentador Pedro é certo que, uma de duas coisas: ou não entendeu nada do que leu ou...
... ou não sabe o que se passou na Assembleia Municipal.
Quem disse que os estudos servem para dar a ganhar dinheiro a quem faz estudos para que estes digam o que quem paga quer dizer, não foram os comentadores!
FOI O DR. SERUCA. O mesmo que o comentador Pedro quer desculpar ou parece querer desculpar.
Vá lá fazer as fotografias dos troncos serrados das tílias e veja se está lá alguma... a ameaçar queda.
É um perigo que possam cair ramos?!... pois é! e também pode cair um avião ou o helicóptero dos Bombeiros. Ou a caca dos passarinhos que sujavam os carros todos.
E o comentador Pedro pode falar à vontade porque não sendo de cá, não sabe o simbolismo daquelas árvores para a cidade. Nem sabe que o ódio às tílias era o ódio dos comerciantes e dos senhores que estacionam os carros na praça aos passarinhos cagões.
E agora já não têm de se preocupar. Os passarinhos não fazem cócó em cima dos seus pópós.
Só que ter amor às sombras verdes é ter também amor aqueles que se acolhem ao seu abrigo: neste caso os pardais, milhares e milhares de pardais que este nao não terão já abrigo naquele largo.
Vai demorar muitos anos, se é que mais alguma vez ouviremos de novo aquele chilrear que conferia à praça uma diferença, uma personalidade.
Fique tranquilo, homem: agora pode ir à procura de sombras verdes para outra freguesia porque em Loulé só as que sobrarem do Parque Municipal.
O seu amigo e correlegionário Seruca já se encarregou das restantes!
Apesar de não ter por hábito responder a quem não se digna sequer assinar o que escreve, sempre digo ao autor do "como os entendo!":
a) Fica claro para o anónimo, ou anónima, que mandar fazer o estudo fitossanitário a uma empresa de arboricultura lhe é indiferente. Para mim não é! Provavelmente o senhor, ou a senhora, ficaria mais descansado se a dita análise tivesse sido feita por si, ilustríssimo conhecedor da matéria, a quem basta fotografar tocos para saber logo como estava a árvore. Fantástico, tipicamente à portuguesa, toda a gente percebe de tudo e, logo, toda a gente percebe de árvores!
Ter uma especialização em arboricultura, ter anos de serviço em defesa das árvores e provas dadas vale nada. Basta a qualquer pessoa chegar ali e olhar para a árvore e já está o diagnóstico feito!
b) Depois, o senhor, ou senhora, parece também não perceber que ao fazer o discurso que faz, põe em causa a honorabilidade dos responsáveis da dita empresa. Mais uma vez, não o afirma textualmente, antes prefere a insinuação.
Porque não vai directamente à Câmara, como fez o Miguel Rodrigues, pede uma cópia do relatório e o manda avaliar por quem o senhor muito bem entender, a ver se detecta falhas no mesmo? Aliás, nem seria preciso, pois quem avalia o estado de uma árvore apenas por uma fotografia, como o senhor, de certeza que saberá, logo ali, arrasar o dito relatório e quem o escreveu.
E, de caminho, e como fez o Miguel Rodrigues, faz as críticas às pessoas, cara a cara. Porque curiosamente, o Miguel, que também não é de Loulé, deu-se ao trabalho de ir à Câmara, mas, muitos que se dizem louletanos, não se dão ao trabalho de ir lá confrontar as pessoas, antes as preferem criticar no conforto do lar, ao computador.
Só que há aqui um problema, ir à Câmara, como fez o Miguel, dá trabalho e é preciso dar o nome e a cara. Não se pode lá ir em anonimato.
c)Não sou de Loulé, o que me dá a vantagem adicional de nada ter de ambições políticas nesse concelho, nem ter o mais mínimo interesse nas politiquices locais.
d) Apesar de não ser de Loulé assinei uma petição pela defesa das árvores da cidade, em 2008? Também a assinou senhor anónimo? Ou só lhe agradam as caixas de comentários onde se pode deixar insinuações anónimas?
e) Há mais de 3 anos que tenho um blogue que denuncia atropelos às árvores por todos o país. Há muitos mais anos escrevo em jornais, como os da minha terra, criticando o que por aí se fazia, e faz, às árvores.
Neste momento sou, e com muito orgulho, presidente da Associação Árvores de Portugal.
Precisamos de pessoas que amem as árvores, mas dão que dão a cara e o nome.
Se precisar de me dizer mais alguma coisa, ou tiver alguma dúvida, agradecia que mas dissesse cara a cara. E não se preocupe, facilmente me encontrará em todas as acções de defesa das árvores, em Loulé ou noutro lugar.
Eu não me escondo!
Coitado! Aprendeu a ler e escrever... mas não sabe interpretar!
Paciência. Não perco tempo!
António Augusto Bento Brito Cunha Castelar David Dionísio Eduardo Edmundo Francisco Fausto Guilherme Guerra Henrique Hugo Idalécio Ilídio José João Etcoetra...
Agrada-me a particular rapidez com que me responde e o interesse que demonstra na minha pessoa, quer no meu nível de suposta iliteracia, quer nas minhas supostas amizades.
A mim preocupam-me as árvores há muitos anos e continuarei a dar a cara e o nome de baptismo por elas, em Loulé e onde for.
Ao senhor é indiferente se uma árvore cai, apesar de estar saudável, por um lamentável acidente que não podia de modo algum ser evitado ou se, pelo contrário, esta cai apesar de haver provas que tal era um risco iminente.
Se provocar vítimas de nada lhe interessa, o que interessa é a demagogia. Afinal de contas, para o senhor, se os aviões também caem, de nada adiantam os estudos fitosssanitários feitos por quem sabe muito mais de árvores do que o senhor alguma vez saberá.
O senhor terá decerto inúmeras qualidades, mas decerto que não gostará mais de árvores do que eu. Porém, a mim, não me é indiferente saber se estão saudáveis ou não.
Ao senhor, ou ao senhora, é-lhe indiferente o conteúdo de todas as críticas que faço à CM de Loulé de há 3 anos a esta parte. O que lhe interessa, na tentativa de diminuir o valor das minhas opiniões, é tentar colar-me ao poder político de Loulé, julgando que assim me cala. Engana-se! Não estou nisto por politiquices…
Quando quiser discutir factos estarei aberto para os discutir consigo, cara a cara. Quando quiser perder parte do seu tempo livre, como eu faço todos os dias, à defesa das árvores, será muito bem-vindo para ajudar as Árvores de Portugal. Terei todo o prazer em falar consigo…pode até trazer o “António”, o “Augusto”, o “Bento” e companhia
Se prefere continuar escondido no anonimato, fazendo considerações pessoais sobre a minha pessoa, não conta mais comigo e com o meu tempo.
Reafirmo: sempre que houver acções de defesa das árvores, não politizadas, no concelho de Loulé, poderá encontrar-me por lá. Mas algo me diz que prefere o conforto do sofá.
Foi um prazer. Respeitosos cumprimentos,
Pedro Nuno Teixeira Santos
Não te canses , Pedro. Realmente, quando as pessoas têm vontade de dizer mal, não há lógica que nos valha. E se no processo de atacar um político for preciso acusar ou, pior, insinuar a culpabilidade de terceiros, pois faça-se.
As árvores ou qualquer outra causa, só têm a perder com a ajuda destas pessoas, quando são usadas como mera arma de arremesso para atacar alguém. Claro que esta(e) senhora(or) anónima(0) vai já dizer que estou a defender o presidente da câmara. Enfim. Se é para aí que lhe dá.
Infelizmente este país está pejado de treinadores de bancada ou, neste caso, de sofá. Mérito a muitas outras pessoas deste concelho que se esforçam e que sabem agir em prol do que é importante.
A Internet e os blogues são os meios mais democráticos de sempre, depois do voto. Pena é que nem todos saibam dar-lhe o melhor uso, uma vez que se permite o "espertismo" anónimo.
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