É verdade que muitos eventos registaram um lustro excepcional (o caso do Festival de Música do Algarve e do Grande prémio de Moto-náutica) mas outros foram verdadeiros flops. Estamos a lembrar-nos da «fantástica» passagem de ano na Marina de Vilamoura – que não passou de um vulgar fogo de artifício; de um torneio de golfe – onde só os prémios foram ao nível «do que faz lá fora»; de uma «volta surf ao Algarve» - que não passou de uma regatazinha de minutos que depois teve continuação… em Espanha, levando atrás de si 17 mil contos; de uma passagem de modelos em Lagoa – que resultou em enorme desastre financeiro, até porque foi preciso improvisar o «Pavilhão do Arade»; e de um concerto de Luciano Pavarotti – desfile de «vips à portuguesa» a maldizerem o facto de os saltos altos se enterrarem na areia e do bluff de Paulo Neves a anunciar que o tenor iria cantar a duo com um cantorzito algarvio de quem nem recordo o nome…
Pois foi esse mesmo concerto que levou Neves a sentar-se agora no banco dos réus.
O tenor – que recusara várias localizações para o concerto, por causa do barulho dos aviões – anunciou que não actuaria para um auditório de menos de duas mil pessoas.
É claro que com bilhetes caríssimos - alguns deles chegavam a 40 mil escudos (200 euros) – o fracasso anunciava-se, pela pouca procura de ingressos.
Paulo Neves, nessa altura presidente da RTA, «encarregou-se» então de proceder a uma distribuição gratuita de 717 bilhetes para evitar o fracasso de bilheteira.
A empresa organizadora do concerto é que não esteve pelos ajustes e, vai daí, mandou Paulo Neves sentar-se em frente do juiz..
Dez anos depois, finalmente, o Ministério Público, acusa Neves de se ter apropriado dos cerca de 700 bilhetes em causa, avaliados em cerca de 17 mil contos, para os distribuir por amigos e convidados, em vez de os vender através da Região de Turismo - abuso de poder, participação económica em negócio e peculato.
Neves defende-se dizendo que essa distribuição de bilhetes se destinou a «evitar o escândalo» e acrescenta que não sabia que os bilhetes tinham sido entregues à RTA à consignação.
O pior é que no processo está um documento que prova o contrário. Vamos ver o que vai dar.
Mas, com a «celeridade» da justiça portuguesa, devemos ter de esperar outros dez anos… para sermos informados de que a questão prescreveu…
2 comentários:
Pois, eu nao sou do grupo dos amigalhaços do Paulo Neves, não pude ir ouvir o Pavaroti.
Amigos dele eram as Lilis Caneças, os Hermans e tipos desses tiveram bilhetinhos nas primeiras filas como se viu na televisão.
Agora que pague os 17 mil contos. Senão somo nós todos a pagar.
É uma tragédia! Acontece aos xuxalistas só! Faces ocultas, friports, concertos de pavarotis... tudo.
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