“Terá de haver um limite”

uma no cravo e outra na ferradura

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região do Algarve, João Faria, em entrevista concedida ontem à Lusa, repetiu o que afirmara no decorrer da Assembleia Municipal de Loulé no passado dia 19: que só em Loulé há dois mega centros comerciais a quererem instalar-se no concelho - Ikea e Auchan - e que em Faro há mais pretensões como um outlet no Mercado Abastecedor da Região de Faro, a ampliação do Fórum Algarve e um Decathlon.

Segundo João Faria, se todas as pretensões se concretizassem, o Algarve iria ter cerca de 3 mil metros quadrados em grandes superfícies, por cada mil habitantes, uma média dez vezes superior ao resto de Portugal – que já é superior à europeia. Esta entrevista de João Faria caiu como sopa no mel, já que a impressão que deixou na Assembleia Municipal foi a de que já estaria bastante comprometido com a solução Ikea e terá ensaiado uma tentativa canhestra para «virar o bico ao prego» para não contrariar o ponto de vista dos deputados municipais socialistas.

Blogues e imprensa deram-se conta desse contorcionismo de João Faria que, segundo se diz, saiu da sala antes que pudesse ser dada resposta a uma questão de «réplicas» e «tréplicas». Por isso, essa entrevista «veio mesmo a calhar» (?).

Só que…

À Lusa, Faria fez questão de frisar que a Administração Central está ciente da "importância económica" de projectos como o Ikea, Aucham ou outros para a região e promete que os processos sejam céleres assim que entrem formalmente na CCDR, desde que estejam enquadrados na revisão de Planos Directores Municipais e que demonstrem a "importância do projecto".

Percebem a «nuance» e a intenção?