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sexta-feira, 19 de março de 2010

Remodelação da praça da República – Loulé

a câmara "descobriu": as tílias estão doentes!
Imagem: fragmento de uma todo dos arquivos da CML
não se está mesmo a ver que as árvores estão doentes? Vejam lá! Mem sequer têm folhas !!!!

Em nota de imprensa, a Câmara de Loulé anuncia que “vai proceder em breve à remodelação do Largo Dr. Bernardo Lopes e Praça da República [para lhe dar] uma imagem renovada e uma nova funcionalidade a um dos principais pontos comerciais, onde se encontram edifícios emblemáticos como o Mercado Municipal, os Paços do Concelho ou a Universidade”. (sic. - pensávamos que se tratava de um instituto universitário!).

A nota acrescenta que o presidente da Câmara afirma que a ideia é “a sua readaptação a uma função mais social, mais pedonal, que possa ser utilizada mais como praça do que como rua ou estrada”.

E explica-se depois quais as alterações a introduzir: remodelação da faixa de rodagem, passeios e estacionamentos, além da rede de abastecimento de água, rede eléctrica e de iluminação pública e rede de telecomunicações.

Dois aspectos ressaltam da nota da autarquia:

Primeiro:

A afirmação de que “após uma análise dos serviços técnicos da Autarquia, no projecto foi contemplada também a substituição das árvores já que a maioria está doente”.

Uma vez mais, a Câmara justifica a sua sanha arboricida, destruindo agora as emblemáticas tílias daquela artéria. Este executivo deverá sentir-se realizado quando não houver uma só árvore digna desse nome em qualquer artéria do concelho!

Segundo:

O gabinete de informação da câmara ainda não entendeu a diferença entre o que é uma comunicação oficial e uma nota de propaganda ou um órgão de informação já que, mesmo depois da saída de Joaquim Guerreiro, que nunca o tinha entendido, volta a publicitar afirmações panegíricas, eventualmente proferidas pelo presidente, “Esta será uma valorização para o comércio, para a cidade, e mais um espaço público enriquecido que se pretende devolver à cidade”, frase que a nota atribui ao edil, tolerar-se-ia numa nota de reportagem. Nunca numa comunicação oficial.

Ou pensará o gabinete de propaganda da Câmara que está a ensinar aos jornalistas o que eles devem fazer?

A Quercus e a Almargem ficam caladas? Ninguém é sensível à destruição do habitat dos milhares de pardais das tílias da praça?

13 comentários:

Anónimo disse...

Caro Lourenço,

Felicito-o pelo post. É inadmissível. Se a associações ambientais ficarem mais uma vez na sua atitude relativamente passiva face ao abate progressivo das árvores do concelho, é caso para perguntar: para que raio servem as associações ambientais aqui em Loulé?

João Martins
Macloulé

Pilante disse...

Os paisagistas da câmara municipal de loulé assim como os seus responsáveis superiores são uns idiotas com uma imaginação superior especial e diferente (veja-se a colocação e a disposição do mobiliário urbano na Rua Vasco da Gama).
Pior a emenda que o soneto.

Pilante

Miguel Rodrigues disse...

Caro Lourenço Anes

Na Árvores de Portugal estamos seriamente preocupados com o tratamento que tem sido dado às árvores de Loulé, onde eu próprio moro há já alguns anos.

Vamos tentar obter mais informações sobre a apreciação do estado fitossanitário destes exemplares.

O que me surpreende é que, aparentemente, pretendem cortá-las TODAS porque "A MAIORIA está doente". Só por si, a frese já é descabida. Só vendo os relatórios da avaliação, que deveriam ser tornados públicos. Mas, com a intervenção pesada que se prepara, já estou a ver porque se diz que as árvores estão doentes.

Anónimo disse...

Incrível! Não aceito que porque «algumas» árvores estão doentes (dizem eles) abatam aquelas árvores enormes e que sãqo o que mais valoriza o largo!
bANDIDOS!

Anónimo disse...

O ENGENHEIRO GRAÇA NÃO É DISSO DAS ÁRVORES?
VEJAM LÁ SE DESCDOBREM O QUE ELE ANDA A TRAMAR.

Marta disse...

Mas está tudo doido? Quem pensa~m que são estes indivíduos para decvidirem sobre o património qaue é de todos?
Perderam a noção do ridículo?

Silvino R. disse...

Quem é que manda nas ruas e jardins públicos de Quarteira?
A câmara tem que interpretar com rigor os sinais e os pontos negros existentes que nos deixam em cheque quando os turistas nos questionam. Como é possível estas cadeiras, quem foi o responsável por esta disposição? Os marginais sem controlo "chusma impune" da noite irão dar-lhe o sumisso e os cidadõs que tudo pagam desta vez agradecem.

Anónimo disse...

Então e nós palhaços que somos, não reivendicamos investimento para Quarteira.
Afinal temos o que merecemos.
Viva os laranjinhas.
Qual mercado municipal, qual arranjos da escola D.Dinis, qual balneários no campos sintético, qual entregua dos armazens dos pescadores, qual fim do bairro da lata, qual etc... já estou cansado de aqui viver.
Tenho 48 anos de Quarteira e aconcelho todos aqueles que pretendem dar um futuro melhor para os seus filhos a ir viver para Loulé.
Já que os escolheram agora têm que levar com eles.
Pra breve será nomeado novo presidente de Junta esperem para ver.

Anónimo disse...

Quando o Batão era moço pequeno era uma mariquinhas sempre agarrado as saias da avó no mercado e tinha medo de subir as arvores.
Agora vinga-se delas cortando tudo. Vejam a merda que fez na avenida J. C. Mealha! Era uma avenida alegre e com arbustos e fores agora é uma coisa fria e sem prestimo

Graça disse...

Alguem sabe quantas árvores foram cortadas em Quarteira no último mandato?
Só na avenida Francisco Sá Carneiro foram para cima de 250 e teriam sido mais se as senhoras Esmeralda e Hortense não tivessem tido a iniciativa de fazerem um abaicho assinado e chamado a televisão.
Depois foram cortadas mais arvores na avenida de Ceuta, na avenida Mota Pinto, na rua Vasco da Gama, na Quinta do Romão, no estacionamento da escola dom Diniz e até as duas arvores que havia na rua Gago Coutinho.
Na avenida marginal, tiraram as paredes de harbustos e tudo ficou mais feio, mais desgraçado.
A cidade está mais fria, mais feia
Eu acho que é de proposito para não termos uma cidade mais bonita que a de Loulé e ficarmos a perder com Vilamoura.

Lourenço Anes disse...

Caro Miguel Rodrigues:

Quando os cidadãos perdem a vontade de colaborar e se demitem das suas capacidades cívicas, dá isto:

Quantas vozes se levantaram em Loulé contra o corte assassino das árvores da avenida? Quantos protestaram contra a razia das paredes de arbustos nessa mesma via? Quantos os que protestaram contra o que está a ser feito no parque municipal? Quantos os que levantaram a voz contra a «poda» feita à araucária do pátio do INUAF e que marcava o perfil da cidade de Loulé? Quantos os que barafustaram contra o abate das árvores do antigo hospital?
E em Quarteira, quantos os que ousaram levantar a voz contra o estúpido abate de centenas de árvores na avenida Sá Carneiro, apesar dos pareceres contrários de arquitectos paisagistas da Universidade do Algarve e de técnicos silvicultores?

Eu respondo: por junto, meia dúzia de cidadãos realmente preocupados e conscientes. Sempre os mesmos.

Em Loulé pretendeu fazer-se, no universo bloguístico, um abaixo assinado. Resultado: umas poucas dezenas de adesões.

Em Quarteira, uma cidadã promoveu um protesto contra o abate de 3 centenas de árvores. Pediu o apoio às associações ambientalistas. Apareceu uma escassa dúzia de pessoas na manifestação e os ambientalistas não se deram ao trabalho de responder ao apelo.

Fez um abaixo-assinado que reuniu centenas de assinaturas. Resultado? Os senhores do poder, com olímpico desprezo, deram uma única resposta: abateram centenas de árvores nas avenidas de Quarteira.

Seria bom, realmente, recolher e divulgar amplamente um relatório sobre o estado fito-sanitário das tílias que agora estão condenadas. Desmascarar a hipocrisia é preciso.

Por nós, colaboraremos dentro das nossas possibilidades, estaremos sempre contra a destruição da paisagem, contra o abate de árvores e contra a destruição dos habitats.

Mas se as associações ambientais não apoiarem estes movimentos, se estiveram mais preocupadas em defender um grupo económico contra outro nos seus interesses econónmico-financeiros e especulativos do que em assumirem a defesa do ambiente e a protecção do património…

Damos razão ao sempre preocupado João Martins do blogue MAC Loulé: «Se a associações ambientais ficarem mais uma vez na sua atitude relativamente passiva face ao abate progressivo das árvores do concelho, é caso para perguntar: para que raio servem as associações ambientais aqui em Loulé?»

Cumprimentos

L. A.

Miguel Rodrigues disse...

Caro Lourenço

Nós apenas podemos responder pela actuação da Árvores de Portugal. Esta associação foi criada muito recentemente e necessitamos do apoio de muitas pessoas que dêem peso às nossas iniciativas. Uma vez que somos muito poucos (e apenas em voluntariado) para dar resposta a situações que nos chegam de todo o país, torna-se impossível dar cobertura a todas elas. Todo o trabalho tem que ser feito via net e com a colaboração de pessoas em várias zonas.

Em Loulé, como moro na cidade, posso tentar saber mais alguma coisa que fundamente um protesto formal ou outra acção.

O Jardim do Príncipe Real, em Lisboa, está classificado e protegido por Lei, assim como várias das suas árvores monumentias. Ainda assim, a CM Lisboa destruiu completamente o espaço para uma das famosas "requalificações camarárias" que estão a desfigurar todo o país. Mas neste caso é mais fácil atacar o problema, pois trata-se de património classificado e há procedimentos a cumprir.

O problema é que, para rebater a teoria da doença das árvores, seria necessário uma nova avaliação feita por técnicos realmente habilitados. Mas isto custa dinheiro de que, infelizmente, não dispomos. No entanto, caso se fosse a tempo de angariar o montante necessário, um grupo de cidadãos poderia contratar uma empresa de arboricultura ou o Laboratório de Patologia Vegetal do ISA, em Lisboa.

Outra forma de poder actuar, é encontrar um número suficiente de cidadãos que se oponham a mais esta intervenção pesadíssima (canalizações, drenagens, pavimentos, lancis, etc., etc.) e veicular esta posição colectiva para a CML e para a comunicação social (local, regional e nacional).

Poderemos fornecer alguns contactos e vamos, já na próxima semana, dar destaque a esta situação nos nossos canais (blogue e twitter). Sei que é muito pouco mas não temos, de momento, capacidade para mais.

Até breve,
Miguel Rodrigues

Miguel Rodrigues disse...

Caro Lourenço

Antes ainda de ver o texto do João Martins, e sem saber de nada, passei há pouco no local. Seis já tombaram. Dos seis tocos deixados, apenas dois apresentam sinais de alguma podridão interior.

Infelizmente, não vamos ter tempo para as possibilidades de acções que lhe tinha sugerido antes. A CML não perde tempo.

A primeira vez que passei na Divisão de Espaços Verdes, há alguns meses, e expliquei a que vinha questionar, perguntaram-me logo "O senhor também é desses que andam aí a escrever sobre as árvores?" Respondi, orgulhosamente, que sim, mas que preferia só ter que escrever coisas positivas. Neste concelho, continua a não haver muito de positivo a falar no que refere a árvores.

Mas se há tanta pressa em avançar com estas acções, de forma a não dar muito tempo de reacção, isso também quer dizer que este grupo de pessoas que preocupam e que manifestam a sua opinião tem ganho relevância. A questão é não desistir.