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quinta-feira, 24 de abril de 2008

Na festa, somos todos vizinhos

a câmara de loulé paga um copo à malta

Foto: raphael korig
A Câmara de Loulé esclareceu: o princípio da «Festa dos Vizinhos» “é simples: na última terça-feira do mês de Maio, pessoas do mesmo prédio, do mesmo bairro, juntam-se entre vizinhos para celebrar os valores de solidariedade, fraternidade e tolerância entre todos. Convidar os vizinhos para beber um copo ou partilhar uma refeição pode não resolver os problemas sociais, mas este simples gesto pode ser um princípio. Conhecer os vizinhos ajuda à coesão social, a uma melhor vida em conjunto e cria novos laços de amiza-de e solidariedade entre pessoas que aprendem a conhecer-se.”

Que se propõe então a Câmara fazer? Fomentar esse espírito de vizinhança? Não é bem isso...

A autarquia propõe-se fazer “um jantar/churrasco com animação musical, em que os intervenientes sejam os próprios moradores dos bairros sociais e se fomente o convívio e o conhecimento desta população que ronda os 500 moradores. A entrada é livre, sendo todas as despesas suportadas pela Câmara Municipal de Loulé”.

Ficamos a saber três coisas:

Primeira: que os moradores dos «bairros sociais» sejam da Abelheira ou da Checul, em Quarteira, ou “dos bairros sociais de Loulé, junto ao Estádio Municipal nº1”, são todos vizinhos! (um caso-estudo de segregação social?).

Segunda: que a Câmara de Loulé é vizinha dos moradores desses bairros e, por isso “cria novos laços de amizade e solidariedade entre pessoas que aprendem a conhecer-se”.

Terceira: que começou a campanha eleitoral.
..

3 comentários:

João Martins disse...

Será que não é nos bairros sociais que os laços de vizinhança são mais fortes e os laços de pertença e de solidariedade maiores? Investigue-se primeiro....e depois vamos há festa...fomentar laços onde eles já existem? São dúvidas para pôr à discussão...

Camila disse...

Muito bem...

Faria apenas um reparo à imaculada apreciação do Lourenço.

A 3ª passaria e 1ª, a 2ª e por aí adiante.

Cumprimentos.

Lourenço Anes disse...

Meu caro João Martins:

Eu julgo que, nos quadros da autarquia há sociólogos.
O que não sei (saberão eles?) é o que lá estão a fazer. Tirando o trabalho feito na CPCJ, será que alguém pensa nos dramas sociais que perpassam transversalmente em todo o concelho?

A discussão que propõe é, sem dúvida, pertinente e necessária. Mas vai, com certeza esbarrar no cimento que reboca a consciência dos nossos autarcas, a sua arrogância e o desprezo pelo Povo. (veja-se e interprete-se o caso do abate das árvores. Quem não percebeu que todas as nossas dúvidas, toda a nossa revolta e perplexidade resvalaram numa couraça de estúpida indiferença daqueles que, de nós, só espera o voto?).

Assim… haja festa!: churrasco e um copo. E “não te esqueças, “irmão”, que quem te deu esta febra te pode dar outra no ano que vem… (se te portares bem no dia das urnas)”


Minha querida Camila:

Pensamos da mesma maneira. Só que por… pudor, não a quis pôr na primeira posição.
Mas como ainda falta mais de um ano… essa verdade será como o azeite…