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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Há seriedade na selecção dos arquitectos?

seruca escolheu arquitecto para o centro cultural
Foto de Siza Vieira, de autor desconhecido
usam os protagonistas de qualidade para o pro-jecto e ao mesmo tempo para o show necessário

Em entrevista publicada no domingo dia 24 no Diário de Notícias, Siza Vieira, o mais conceituado arquitecto português de todos os tempos, denunciava a desonestidade com certos autarcas.

”O acesso ao trabalho dos mais novos é difícil e não deixa de ser triste que quando uma pessoa está cheia de energia tenha dificulda-de em obtê-lo. Quando já está a necessitar de um ritmo diferente começa a aparecer trabalho, o que resulta numa distribuição muito desigual. E depois há os concursos, mas os resultados destes também acho que não têm sido especialmente bons.

Pergunta - Quer dizer que os resultados são viciados?

Eu não lhe chamo viciados mas há uma coisa que se verifica interna-cionalmente: como é obrigatório fazer concurso para as obras públi-cas, acontece com muita frequência que os políticos de determinada cidade queiram o arquitecto X para a pôr no mapa e usem os prota-gonistas de qualidade para o projecto e ao mesmo tempo para o show necessário. Então, se é importante a cidade ter esse arquitec-to X, mas como é obrigada a fazer um concurso, chama outros também, mas ganha o escolhido pela cidade. Isso é frequentíssimo.

Pergunta - Também se sente usado nesses processos de escolha por parte dos políticos?

Eu agora não faço concursos. Já os fiz e fiquei desencantado porque uma coisa é que o que se apresenta - tem de ser com grande impac-to visual, embora possa não corresponder a uma solução correcta - e serve para ganhar o concurso mas depois o que realmente se projec-ta é refeito - serviu para impressionar - e já não é nada daquilo. Neste momento não faço concursos por essa razão mas também porque não tenho dificuldade de acesso a trabalho”.

São declarações oportunas, já que, como se sabe, Seruca Emídio escolheu, por sua “alta-recriação” o arquitecto que, por 300 mil euros, deverá desenhar o futuro Centro Cultural de Quarteira.

É caso para deixar no ar a pergunta: “Mas há honestidade nisso?” E não me digam que Siza Vieira não sabe do que fala…
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2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Quem ganhará com essa contratação directa? Só o Souto Moura? Hummm deve haver mais gente pelo meio...