Quanto à oposição, essa perdeu a força. Pode não ter perdido a razão. Ao contrário, tem agora a oportunidade de se afirmar, se não como dona de uma política e de uma estratégia alternativa, pelo menos como a consciência crítica do poder autárquico.
Mas quem é a oposição?
Por opção sua ou por opção das estruturas locais, na sua lista só ele tinha força e experiência política. O resto da sua lista era, se me é permitido dizê-lo, uma lista fraca, inexperiente, sem recursos. Acima de tudo, pouco convincente.
Vairinhos «saiu da carroça» e deixou as segundas linhas. Impossível que os que ficaram se pudessem constituir como consciência crítica. Na Assembleia, quase o mesmo vácuo: Jamila Madeira e Hugo Nunes têm experiência política quanto baste. Terão capacidade, argumen-tos e dialéctica suficientes para enfrentar um PSD aguerrido, arro-gante e voraz? Acresce que arrastam o problema de não terem sido as primeiras escolhas algarvias na lista de deputados e de terem saído claramente derrotados. Fragilizados, pois.
Além disso, não têm mais ninguém atrás de si capaz de assumir a camisola de uma oposição a valer, na Assembleia Municipal.
Sobretudo, a partir do 5º elemento, só um vazio de gente oca ou talvez apenas cheia de si, de cada vez que olha para o seu próprio umbigo. Cinco elementos que, por junto… Melhor que não falemos nisso.
Mas, desta vez, a oposição tem mais duas forças na Assembleia. Duas? Bem, Farrajota, do CDS, nunca será oposição. Não conta para este discurso.
Resta o Bloco e a voluntariosa capacidade de Carlos Martins. Mas chegará?
Para já, chega. Ou tem chegado para se constituir, sozinho, um verdadeiro líder da oposição. Para além do facto de contar com quem lhe ajude, empenhadamente, a fazer um trabalho de casa, Martins tem um poder interior que se chama «convicção firme». Pode parecer estranho que se diga que uma força política que não tem na vereação qualquer elemento, e que na Assembleia Municipal só conta com um deputado, seja considerada na liderança da oposição ao poder de Seruca Emídio e Patinha Antão.
Não é nada estranho!
Veja-se o exemplo: Antes de apresentar o Orçamento e as Grandes Opções do Plano, o executivo social-democrata chamou as forças da oposição e propôs-lhes que apresentassem sugestões. O que se passou a seguir deixou de ser confidencial a partir do momento em que a questão foi comentada no seio do PSD:
O CDS balbuciou uma espécie de agradecimento pela atenção e pronto, falemos de outras coisas.
O PS fez a sugestão de umas «coisinhas» sem expressão e que, - “mesmo que realizáveis” (a expressão e respectiva informação vêm «de dentro» do PSD), pouco significariam em termos de desenvolvimento e progresso do concelho ou de bem-estar da população em geral.
Depois, os vereadores socialistas, a «dar uma de oposição», apre-sentaram uma declaração de voto. Dizem que inócua – e é capaz de ter sido, já que o PS/Loulé, sempre lesto em divulgar comunicados para a imprensa, sobre esta, nada disse. E o Bloco de Esquerda, que fez? Estudou a lição. Levou um punhado de sugestões. Muitas delas a raiar a utopia romântica e irrealizáveis, com certeza. Mas interessantes e condizentes com o seu ideário; e falou sobre iniciativas de cariz social, transportes e mobilidade, reabilitação urbana, energias, planeamento e ambiente e sobre desburocratização e transparência administrativa.
Depois, pegou nessas propostas e escarrapachou-as no seu blog, para que todos as conhecessem.
Seruca Emídio e os seus vereadores não tiveram vontade de rir. Oposição é isto.
* Recebido de um leitor identificado- Imagens: «Uma história aos quadradinhos», de Galiós
12 comentários:
Mas o BE é uma força política consciente, não é um saco de gatos como os partidos do bloco central!!!!!
Essa é a diferença!
Estar a comparar os deputados menicipais do PS com os do PSD é o mesmo que estar a comparar ..... com a feira de Castro Verde.
O Helder chega e sobra sozinho para arrumar essa parelha que voces acham que é experiente e não sei que mais: a Jamila não passa de uma menina mimada e o Hugo nem teve tomates para concorrer há Câmara. São esses os vossos heróis?
Nem é preciso falar no Dr. Patinha Antão. O Gilberto Viegas chega para o grupo todo: o Rui Lorenço já tem o que cria: ser alguem na ARS e se está a pensar que pode subir deve estar doido, a Helena está muito bem onde está como secretária e o Costa quer é sopas e descanso. Cão esses cinco que vocês acham os que servem?
Ora ora... só tem razão numa coisa: o resto não passa de lixo para encher.
O Luis Mealha está lá por ter sido vereador e os outros 3 que vem a seguir é só para a gente rir e nem falo da mulher do Lorenço depois daquelas cenas da ultima reunião da Assembleia que se vou que ou na está bem da cabeça ou o jantar estava muito com dimentado.
E eu estou convencido que o C.Martins é a muleta do PS ou um PS disfarçado, pronto. Mas eu sou amigo dele e não quero dizer mais nada.
Então e não falaram no gago? O moço acha que é um doutor e cada vez que abre a boca... LOL LOL
Força Carlos Martins mostra a essa malta que quem sabe sabe
Quero responder aí a esse anónimo que acha que o Carlos Martins é a muleta do PS. Não conhece o Carlos Martins!
Vairinhos e Hugo Nunes estão bem um para o outro são dois pavões que nunca fizeram nada de bom.
A unica coisa de jeito que fez o Vairinhos foi ajudar a fazer o Clube de Ténis. Mas o Hugo nem isso Quer dizer... nunca fez nada na vida e agora a ARS lá lhe deu um lugarinho no Hospital a até ver se algum deputado sai para ele voltar a assentar as nalgas na Assembleia da República. São os políticos que temos em Loulé.
R.S
Está aí uma perrgunta boa: qual oposição
Quem é o gago? o hugo?
Parabéns ao Carlos. Parabéns ao Calçadão pela análise precisa, objectiva, directa e sobretudo justa.
J.A.C.
O Bloco esmaga! Esses desenhos dizem muita coisa.
Mas quem queria o Lourenço que fosse líder da oposição??????
No mandato anterior o PS ainda tinha dois bons elementos pelo menos na Bancada do PS - o Farias e o Calçada e agora tem esse miuda e o outro ex-deputado que ainda tem muito que crescer para terem metade da competência desses...
mesmo que vocês não queiram, o PS tem feito oposição construtiva, quer na Câmara, quer na Assembleia.
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