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sexta-feira, 12 de março de 2010

Orçamento passou só com votos do PS

bota terá apresentado uma declaração de voto
Imagem: foto tirada esta tarde durante a intervenção de Teixeira dos Santos
Uma maçada! Estes debates na Assembleia da República já não atraem ou prendem atenções nem convencem ninguém.

Olhando para aquele hemiciclo, agora muito «enfeitado» com os computadores – quase todos a mostrarem exactamente o que está à vista de todos, e que é o que a televisão da AR quer mostrar para o exterior – pressente-se o desinteresse, e fica-se com o sentimento do déjà-vu: rostos enfastiados ou profundamente distraídos, intervenções a repetirem exaustivamente as mesmas ideias, os mesmos chavões.

Foi o que nos aconteceu hoje, sexta-feira, ao partilhar o enfado que se reflectia nos rostos dos próprios deputados, ouvindo as mesmas palavras mil vezes repetidas, ainda por cima, sabendo-se como tudo iria terminar, perguntamo-nos a nós mesmos: que estamos aqui a fazer? A perder tempo…

O resultado já se sabia: o Orçamento do Estado para 2010 e as Grandes Opções do Plano foram aprovados, em votação final global, com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD e do CDS-PP, e os votos contra de BE, PCP e Verdes.

Na sala, além de meia-dúzia de curiosos empoleirados nas galerias, e dos jornalistas impacientes pelo fim dos trabalhos, estiveram presentes 226 dos 230 deputados: 96 eram do PS, 79 do PSD, 20 do CDS-PP, 16 do BE, 13 do PCP e 2 dos Verdes. No meio daquela gente toda, só os funcionários do Parlamento parecem reais, com vida própria.

E pronto, chegou ao fim a tragédia do Orçamento 2010. Já percebi: este Orçamento irá custar a cada português 800 euros - 800 euros ao senhor Belmiro que goza com esta assembleia e este governo «de amadores»; 800 euros a mim que há semanas não tenho um cliente de jeito no estabelecimento; 800 euros ao meu filho que, depois de concluída a licenciatura, irá fazer um mestrado e depois um doutoramento, pela única razão de que não encontra quem lhe dê trabalho, e que nunca ganhou um tostão na vida; 800 euros ao arrumador do gorro que ainda desengonça o braço de tanto o abanar em frente do mercado de Quarteira… 800 euros a todos.

E como nem o meu filho nem o arrumador do Largo dos Cortes-Reais têm um chavo para pagar, lá vai custar mais uns cobres ao senhor Belmiro e mais uns quantos «ai minha Nossa Senhora» aos meus próprios desabafos e aos desabafos de todos os que têm de labutar para equilibrar o orçamento doméstico.

Afinal de que serviu assistir àquele pesadelo de discursos demagógi-cos e sem surpresas?

Ah, esperem sem surpresas, não: meia dúzia de deputados, entre os quais Mendes Bota e Antonieta Guerreiro, anunciaram a intenção de apresentar «declaração de voto». Estou curioso. Ate porque Bota não votou! Vocês não? Só se fosse uma «declaração de não voto»...

PS:

Já em Mafra, fomos informados que Bota fez declarações à Lusa e justificou o seu «não voto» porque o Algarve vive uma "situação inédita que não tem paralelo em nenhuma outra região do país", com uma "seca de investimento público" desde há cinco anos e "que se vai prolongar em 2010".

3 comentários:

Anónimo disse...

Está enganado Lourenço! O Belmiro NUNCA pagará nem pelo seu filho nem pelo arrumador!
Quem pagará por eles.... somos nós, os pequeninos.

Anónimo disse...

O Bota quer é lustro! Um toleirão tão disfarçado que nem tem a coragem de mostrar a careca!

Anónimo disse...

Show-off. Leandro