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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ciclismo em Loulé

um peditório sem esperança ?
O Clube de Ciclismo de Loulé não conseguiu arranjar patrocinador para assegurar, na nova época, o pagamento a profissionais que representem o clube.

Vai daí, decidiu-se pelo lançamento de uma campanha de angariação de fundos “para que a tradição possa continuar em Loulé”, e abriu um peditório público.

Num país onde o fosso ricos e pobres é cada vez maior, onde se acumulam desigualdades e injustiças sociais, a ideia não deixa de surpreender. Pelo desespero do gesto.

É verdade que Loulé já teve tradição ciclista. Quem se não lembra de vibrar com os nomes de Tenazinha, Perna Coelho, Valério, ou, melhor: o Chocolateira, o Besouro, o Tanazinha? Corriam “com sandes” e muito amor à camisola do Louletano, sem treinadores profissionais nem rodas de carbono, espalhado que fora, pelo padre Celatto e pelas camisas verdes da sua equipa, o entusiasmo pelo ciclismo na então vila de Loulé.

Hoje, o Louletano Desportos Clube só pensa em futebol. Abandonou o ciclismo, como abandonou o basquetebol e as outras modalidades amadoras que lhe deram nome. Segura-se a natação pelo entusiasmo do Luís Ferreira e perante as birras de personagens cinzentos que nem sabem o que significa desporto, amarfanhados que vivem entre as ambições políticas e o semi-analfabetismo.

Criado que foi o Clube de Ciclismo de Loulé para que os entusiastas da modalidade pudessem encontrar lenitivo para a saudade, o clube estava à partida marcado pelo ferrete do fim-a-prazo, numa época em que o desporto deu lugar à ganância empresarial. Pese embora o entusiasmo de Manuel Baptista, incansável Dom Quixote em luta contra moinhos de vento.

Em tempo de crise, não há patrocínios que valham e um peditório é um grito de alma.

Apenas.
..

4 comentários:

Anónimo disse...

Então porque deixaste de ser director do LDC e nunca mais voltaste? Podias por os semianalfabetos a andar...

Anónimo disse...

Pedir nao ofende.
O que pode ofender é dar para pagar a profissionais de ciclismo e ignorar as crianças que morrem em cada momento em África, vítimas da fome, da malária, da desidratação e da cxólera.

Anónimo disse...

Pedir às vezes ofende, amigo... ofende, sim.

Anónimo disse...

O que acontece é que aquilo que o meu povo quer são campos de futebol com relva sintética e/ou natural. Sem saber que a grande fatia da CML para apoiar o desporto vai para o futebol. Para as restantes modalidades ficam as migalhas.