maior participação das mulheres nos órgãos do PS
Em conferência de imprensa a anteceder o Congresso Regional que se realiza no próximo fim-de-semana, Miguel Freitas disse que se propõe aumentar a participação das mulheres nos órgãos do PS.A conferência serviu para divulgar a moção estratégica que alicerça a sua recandidatura ao cargo de presidente da Federação Socialista.
Entre as “profundas mudanças” que se afirmou disposto a implemen-tar no partido, afirmou que uma das intenções que pretende introdu-zir na vida interna dos socialistas, é uma verdadeira paridade. Mas acrescentou que “vai ser muito complicado, porque há muitas resistências”.
O líder do PS/Algarve tem uma lista para a Comissão Política Distri-tal com 35 mulheres, número igual ao dos homens, “não por serem mulheres, mas pela competência”, e pretende que esta medida se vá estender a outros órgãos partidários, ao mesmo tempo, Freitas deixou a promessa de que “as mulheres passem a ter mais poderes” no aparelho partidário porque, em sua opinião, “os partidos não devem ir atrás dos acontecimentos, mas antecipar-se a eles”.
Outra novidade que Miguel Freitas anunciou para o congresso regional foi a sua proposta de que o referendo sobre a regionalização se realize em simultâneo com as autárquicas de 2013.
Na sua moção estratégica “Um projecto de mudança para ganhar o Algarve”, destacam-se também: o "projecto educativo regional", uma “boa política de habitação social", a central de biomassa em Monchique, a melhoria dos serviços de transporte de passageiros inter-urbanos e tornar o Algarve um "centro de referência europeu nas ciências do mar".
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11 comentários:
Razão tinha a Ana Maria quando fez o post sobre feminismo e movimentos de mulheres. Parece que Miguel de Freitas leu… Ainda bem. Mesmo assim, não podemos esquecer algum paternalismo na atitude. Ainda que dizendo que as mulheres estão na sua lista não por serem mulheres, mas pelas suas capacidades, parece que fez um favor em “meter” 50% de mulheres. Por acaso, saberá o Sr. Freitas se só metade dessa Comissão é competente? E sabe se os 50% dos homens que “meteu” nas suas listas são competentes? Tem um competentómetro?
De qualquer forma, louva-se a atitude “vanguardista”. Não se louva que transforme isso numa coroa de louros. Deveria encará-lo com mais modéstia, sem ser razão para ser “ponto nobre” de uma conferência de imprensa.
Apesar deste meu arrazoado, espero que o Sr. Miguel Freitas entenda que, pessoalmente, a sua iniciativa, que julgo que é inédita, me agrada muito. Romper contra o status-quo é sempre louvável. Reconhecer o que é e não é justo, também é louvável. Que, ao menos, o PS nos traga alguma coisa boa.
Para coisas más, basta o Primeiro Ministro, os Ministros das Finanças e da Educação e, sabe-se lá quem mais.
Muito boa a proposta deste dirigente socialista. Não podemos passar a vida a critícar a ausência de oportunidade dada às mulheres no campo político e depois quando há propostas que vão claramente no sentido de uma maior igualdade de géneros não reconhecê-las como boas. Esta parece-me uma excelente medida política. Esperemos para ver a sua concretização prática...
De toda a forma está de parabéns o líder da distrital do PS.
Abraço ao pessoal do Calçadão.
João Martins
Não sei se o comentador João Martins se referia ao que eu disse.
Devo esclarecer, para que não restem dúvidas, que eu aprovo, a 100 % a decisão do líder de Faro do PS.
Concordo com a iniciativa, com a mesma convicção com que discordo da Lei das Cotas. O meu menor entusiasmo com o que definiu o Sr. Freitas prende-se a dois aspectos – digamos – paralelos: por um lado, “definir” os 50/50 é um outro sistema de cotas. Mais alargado mas é de cotas. Se o número não estiver definido “por lei”, pode acontecer que em 100 pessoas, haja 51, 52 ou 60 homens mais capazes que no mesmo número de mulheres (ou 51, 52 ou 60 mulheres “melhores” que os homens). Tenho a consciência de que estou a usar uma linguagem confusa, mas também sei que o Sr. Martins me irá entender.
Por outro lado, se o líder Socialista entende que essa melhor paridade que definiu é preferível, não acho que fosse razão para usar o assunto como leit-motif para a sua conferência de imprensa. Deveria tê-lo feito como coisa natural. Assim pareceu (a mim, claro) que quis propagandear uma “esmola feita”. E não é bonito alardear a esmola que se deu: “Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; - a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. - (S. MATEUS, cap. VI, vv. 1 a 4.).
De resto, estamos de acordo, Sr. Martins: devemos ficar contentes com as intenções do líder Socialista do Algarve. Também a mim me parece uma excelente medida política. E, como o Sr. Martins, também fico à espera para ver a sua concretização prática. Ele próprio referiu que “vai ser muito complicado, porque há muitas resistências”. E a gente sabe muito bem como os políticos costumam manobrar para contornar as determinações legais.
Resta-me pedir ao Sr. João Martins mil desculpas se o seu “recado” não era para mim.
Acredite: eu também fiquei contente por saber desta decisão dos Socialistas.
E também quero mandar as minhas saudações ao Calçadão
Cara Lurdes,
Não era, mas ainda bem que pensou que fosse. Gostei bastante da sua resposta. Bom contributo para o debate.
Cumprimentos.
João Martins
Ora ainda bem, meu caro amigo. Afinal, pelo menos no essencial, estamos de acordo.
Quem não parece estar de acordo... é o próprio PS. Pelo menos, o de Loulé, a ser verdade o que me contaram hoje ao pequeno almoço na pastelaria da Campina, parece que a estrutura louletana (quase exclusivamente masculina, decidiu declarar guerra à estrutura de Quarteira porque é gerida por uma mulher.
Na pastelaria não se falava noutra coisa esta manhã. E parece que estva por lá gente muito bem informada, dada a riqueza de pormenores.
A ser verdade, acredida o Sr. João que o líder do Algarve vai puxar as orelhas aos lideres locais de Loulé?
Aqui vemos o que é a coerência dos homens.
Ou então, eu estava cheia de razão: uma conferência de imprensa para dizer que as listas são 50/50 % terá sido puro marketing político.
Está a ver a razão porque a gente não pode acreditar nestes politicos?
E ainda não começou a "campanha eleitoral"...
E a D. Lourdes acha que com essa candidata os socialistas iam derrotar o José Mendes ou o Catarino?
Isso é o que pensam os socialistas de Quarteira, tirando um ou dois que antes queriam voltar ao Ezequiel para a umilhação ser maior. Iam mas é levar uma abada maior que nas eleições anteriores.
O Sr. ou Sra. Anónima, não entendeu nada do que eu disse.
A mim e neste caso, não me interessam as pessoas que aliás nem conheço. Nem me interessam as políticas ou as eleições da vossa terra.
O que eu quis dizer é que as palavras dos políticos, tal como eles gostam de dizer, valem o que valem.
E eu acrescento: valem a hipocrisia de que se revestem.
Pois é, os numeros podem até ser iguais mas os "chefes", os "cabeças de lista", os "responsáveis" os "representantes" dos partidos, não percebo bem porquê, mas são em 90% dos casos, ocupados por homensa.
Tem razão a Lurdes: isto é tudo uma hipocrisia pegada.
"AS LEIS CIVIS NÃO PODEM IGNORAR AS LEIS NATURAIS [...] NÃO SOU FEMINISTA NEM MACHISTA. NÃO GOSTO DE QUOTAS PARA CARGOS DE DIRECÇÃO OU DE GOVERNO"
Quem escreveu isto foi, Sofia, rainha de Espanha, publicado num livro que acaba de ser publicado por ocasião do seu 70º aniversário.
Até uma rainha pode estar de acordo com o que escrevi no meu editorial de 2 de Novembro, que intitulei “Feminismo e Movimentos de Mulheres” e que mereceu o favor da concordância de alguns comentadores e dos que comentaram também este post.
É só demagogias!
Depois este Freitas vai ser o aquê? Ministro da condição feminina?
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