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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O «freeport» de Cavaco

política pela negativa - um borrão nacional
Imagem: Primeira página do «Expresso de amanhã»
Não é do meu «pelouro» falar de política porque, no ‘Calçadão’ temos as nossas áreas demarcadas através de consensos. Fui eu mesma que escolhi nunca abordar temas de política, ficando-me apenas pelos espaços culturais.

Menos razão teria agora para me meter em assunto que não é da minha esfera de acção, nesta altura em que tudo e todos falam de eleições presidenciais. Até porque a minha «família política» não se revê em nenhuma das candidaturas.

Mas não é fácil ficar indiferente quando assistimos ao lamentável espectáculo que esta pré-campanha – ou deverei dizer «campanha»? – está a proporcionar ao povo português.

Uma questão de «cultura» levar-nos-á, forçosamente, em todos os sectores da vida nacional, a tentar arrastar na lama os nossos adversários, mesmo que perfeitamente inocentes?

A política recente, então, tem sido miserável nos seus procedimen-tos: tanto quanto tenho lido, já Sá Carneiro foi vítima de acusação de uso de dinheiros ilícitos com um familiar; mas tem sido recente-mente que tudo tem servido para «derrotar» ou simplesmente des-moralizar o adversário: um comissário em Bruxelas foi acusado de pedofilia, regressou a Portugal e retirou-se da política; de roubos e burla foram uns quantos; caiu um líder partidário no escândalo da rede pedófila; ministros social- democratas viram o seu nome enla-meado com casos de sobreiros e construções clandestinas; histórias de diplomas, Freeport e faces ocultas atirariam de pantanas um primeiro-ministro que não tivesse a tremenda persistência de Sócrates.

Chegou a vez dos candidatos presidenciais: o «inatacável» Cavaco Silva, que todos consideravam um marco da ética, vê-se a braços com a acusação de envolvimento na burla do BPN, colhendo lucros duvidosos da ordem de 140 por cento; enquanto não descobrirem coisa de mais peso, Alegre é acusado de ganhar mil e quinhentos euros por ter escrito um texto para outra instituição bancária - «pouco recomendável».

Onde irá isto parar? Qual será o próximo político de quem se fica a saber que roubou caramelos a um colega do infantário?

Um dia, no Brasil, alguém me dizia que o mal dos portugueses era a inveja. Eça já o dissera há muitas décadas. Temos a ciganice, o ódio e a inveja colados à pele?

Não teremos conserto?
*

5 comentários:

Anónimo disse...

Olá Ana Maria,

É só para relembrar que o Brasil é um dos países em que a corrupção nas altas esferas da política é um dos principais problemas da Nação. E afirmo isto sem inveja nem ódio. Provavelmente não vou votar em nenhum dos candidatos, mas exige a decência da vida democrática que quem exerce cargos públicos seja exemplarmente escurtinado. É assim que se faz nos EUA. E eu concordo. Eu quero saber com a maior exactidão possível a espécie de gente que governa os dinheiros públicos. Sem julgamentos à priori. O que não pode é haver honestidades autoatribuidas divinalmente.

Continuação de boas postagens
João Martins

Susana Meireles disse...

O problema a meu ver é este: enquanto falam em coisas dessas os candidatos não tem tempo para deixar perceber que não tem ideias para o País.
As únicas coisas que percebemos desses dois candidatos prioncipais são: o Cavaco está pronto a demitir o governo e dissolver a assembleia da República sde assim entender. O Alegre está disposto a vetar gtodasd as leis que ele ache que são contra o estado social. Mas de subestancial, não sabemos mais nada ou melhor, sabemos que não tem ideias para mais nada, Os outros candidatos estão lá só para enxer chouriços se calhar nem ideias tem.

António Pinto, Queluz disse...

Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele... neste caso não lhe arrecada o dinheiro. O Sr Silva sabia muito bem, porque não é burro e é informado, que estava a sacr dinheiro num "banco" D. Branca. Tenha vergonha.... A mesma vergonha que o Sr Alegre também não tem, desde Argel, quando insultou o General Humberto Delgado, com um grupo de capangas (Piteira e outros) e posteriormente ao seu assassinato lhe fez poemas laudatórios, no cúmulo da falta de carácter. O escrutínio do carácter dos homens, particularmente dos políticos faz-se sobre o seu passado que não se pode apagar... como o Sr Alegre faz sobre Argel e o Sr. Silva gostaria de fazer sobre as "negociatas". Gente desta na presidencia? Valha-nos Deus!

Anónimo disse...

Cavaco devia retirar a sua candidatura na sequência do processo bpn/slN em que está envolvido. Já são demasiadas contradições para que o comum dos portugueses não tenha já bases suficientes para desconfiar de quem quer continuar na cadeira de Belém. Veio Marques Mendes defender o chefe acerca do movimento das ações dizendo que, afinal, Cavaco até teria vendido abaixo do preço que outros venderam. Conversa para confundir o eleitorado. Esqueceu-se de dizer, intencionalmente, claro, que Cavaco adquiriu as suas ações a 1€ enquanto os outros as compraram entre 1,8 e 2,2€. Sem esquecer que o preço dessas ações era estabelecido pelo Oliveira e Costa, presidente vitalício do BPN, ex-secretário de estado do governo de Cavaco tendo já sido seu mandatário de campanha presidencial. Este processo gira à volta de amigos não esquecendo o Dias Loureiro. Apregoa agora Cavaco que só uma pessoa com a sua experiência na presidência pode fazer face às dificuldades do País. É caso para perguntar o que andou a fazer estes 5 anos já que diz ter esse poder... Parece-me bem que esta não é uma campanha suja como ele diz mas sim uma campanha de mãos sujas...

R. Assumpção disse...

Montanhas de NADA
Primeiro era a questão do contrato. Vem-se a saber que não houve nenhum. Depois o valor especulativo da venda. Veio-se a saber que houve outros que venderam mais caro antes e depois de Cavaco. Depois foi a quem se vendeu as acções. Veio-se a saber que Cavaco nem sabia, apenas deu uma ordem de venda, e foi a corretora que tratou da questão do comprador. Agora é o valor a que as acções foram compradas. Alguém se importa de explicar onde está a ilegalidade? Qual o problema de um particular oferecer acções com desconto a outro particular numa sociedade anónima? Quantas vezes isto não é feito todos os dias? O negócio não foi transparente? Declarado? Publicitado? Conhecido de todos desde há quase 10 anos? Os impostos não foram pagos? Houve alguém lesado? Queixas? Ilicitudes? Ilegalidades? Conflitos de interesses? Tudo o que temos sobre isto é uma montanha de NADA, e um fandango que vai durar até dia 23 apenas para tentar manchar o nome de gente honrada.