lástimas e condolências
Imagem: Foto de Silvia Reis / EPA, retirada da Net
Ouvi Antímio de Azevedo dizer, ontem na TV, que era impossível prever quando uma «máquina» de nuvens com 12 ou 14 quilómetros de altura começa a deitar água cá para baixo. Isso pode acontecer em qualquer parte do mundo. Até no Algarve…
Ouvi Antímio de Azevedo dizer, ontem na TV, que era impossível prever quando uma «máquina» de nuvens com 12 ou 14 quilómetros de altura começa a deitar água cá para baixo. Isso pode acontecer em qualquer parte do mundo. Até no Algarve…
Mas o que está presente e nos dói é o momento presente, quando o número de mortos vítimas do mau tempo, que ontem assolou a Madeira, atinge já os 40, segundo o balanço mais recente, que aponta para mais de 120 feridos e cerca de 250 desalojados.
E ainda nada se sabe sobre o que se passa no Curral das Freiras, um lugar paradisíaco… para quem vai apreciar a paisagem.
O balanço, segundo as agências noticiosas, parece que será muito mais trágico que o da catástrofe de há 81 anos, quando morreram 32 madeirenses.
8 comentários:
CONTRA OS QUE SE APROVEITAM PARA DENEGRIR ESGRIMINDO OS SEUS TRISTES TRAUMATISMOS RECALCADOS, NESTA HORA DE DOR QUE SE REPETE CICLICAMENTE HÁ SÉCULOS: MADEIRA, UM PORTUGAL COM FUTURO, MAS, COM “UMA HISTÓRIA TAMBÉM DE TEMPESTADES!”- Sem precisar o dia e o mês, o Elucidário Madeirense indica que, no ano de 1611, terá havido uma grande tempestade no Funchal que, "entre os notáveis estragos que causou, se conta o de ter destruído em grande parte a igreja paroquial da freguesia de Santa Maria Maior que então ficava na rua que hoje tem o nome de Hospital Velho". Este é dos relatos mais antigos que existem em termos de temporais e enxurradas na Madeira, uma cronologia de má memória e que ontem voltou a registar mais um capítulo negro com a tempestade que terá causado, no mínimo, 32 mortos na Região e milhões de euros de prejuízos. Segundo dados do blogue 'Madeira, gentes e lugares', que faz uma cronologia detalhada dos desastres naturais na Madeira, há dois capítulos nefastos na História de temporais, o primeiro dos quais ocorrido a 9 de Outubro de 1803, tido como um dos piores de que há registo. Citemos pois o Elucidário Madeirense: "(…) A morte surpreendeu a muitos na fuga, arrastados pela violência das correntes ou atingidos pelas derrocadas das casas e paredes que se desmoronavam. Foi o bairro de Santa Maria Maior o mais sacrificado pela tempestade. A ribeira de João Gomes, com a abundância e violência das águas, rebentou em três diversos pontos, formando outras tantas impetuosas correntes que causaram os maiores estragos e vitimaram algumas dezenas de pessoas. Ruas inteiras e inúmeras casas de habitação e outros prédios foram arrastados para o mar, incluindo a igreja paroquial, conhecida pelo nome de Nossa Senhora do Calhau e que ficava na margem esquerda da ribeira, entre as actuais rua de Santa Maria e rua Nova de Santa Maria. Numa casa desta rua ficaram soterrados 21 indivíduos e num prédio do Pelourinho morreram um súbdito inglês e 15 pessoas de família. Calcula-se que só no bairro de Santa Maria Maior tivessem perecido cerca de 200 pessoas por ocasião da aluvião". Dois séculos depois, precisamente a 29 de Outubro de 1993, "uma aluvião atingiu a Madeira e afectou a cidade do Funchal em particular, que ficou irreconhecível e acordou com o balanço de cinco mortos, quatro desaparecidos e cerca de 400 desalojados, e com elevados prejuízos em infraestruturas públicas e instalações do sector privado". Eis, um curto historial de intempéries na Madeira: 1611 - Tempestade arrasou Funchal. 1707 - Aluvião em toda a ilha. 18 de Novembro de 1724 - Em Machico morreram 26 pessoas. 9 de Outubro de 1803 - Temporal mata centenas. 26 de Outubro de 1815 - Nova aluvião causa mortos e destruição. 7 de Janeiro de 1979 - Mau tempo matou 9 na Fajã do Penedo. 29 de Outubro de 1993 - Cinco mortos, quatro desaparecidos e centenas de desalojados. 6 de Março de 2001 - Temporal no Curral e S. Vicente causou dois mortos e dois desaparecidos.
Infelizmente a natureza provou uma vez mais que o homem pouco ou nada pode neste duelo...Infelizmente temos a lamentar vitimas mortais....Infelizmente neste país ha muitas mais localidades com um risco elevado de ser um novo Funchal...Infelizmente eu ate vivo numa delas...A furia com que as construcoes avancam nas encostas das nossas cidades deve merecer uns momentos de reflexao perante esta tragedia...Infelizmente so se aprende com tragedias..Espero que com a ajuda de todos a Madeira posso voltar o quanto antes á normalidade...Mas espero tambem que se tenha aprendido e nao se cometam os mesmos erros....Uma vida humana vale muito mais que tudo o resto....
Grandes Males, pequenos remédios (2)
Outra questão tem a ver com os pequenos ribeiros... São tão pequenos, os ribeiros... Resolveram escondê-los... Vejam o que aconteceu... O Ribeirinho da Pena, O Ribeiro da Rua do Comboio, da Rua do Pombal/Til, da Nora... Respeitemos os pequenos ribeiros, quando não chove... A ver se eles nos respeitam em dias de chuva intensa! TEm de haver uma discussão muito séria sobre o que aconteceu, o que foi feito de mal na ocupação do solo e, muito importante, que soluções para os problemas... Vai tornar a chover muito, garanto!
Quirino, Funchal
Pois!Já vai em 43 mortos e não me admiraria mesmo nada que esse numero pudesse vir a aumentar!Mas agora há que remover os cadáveres e preocupar com os sobreviventes!
Ouvi há pouco uma pessoa com responsabilidades (peço perdão não ter fixado a sua função) ser entrevistada a referir que em mil oitocentos e tal houve uma enxurrada grave na Madeira e que há escritos que apontam para mais de 800 mortos e outros que apontam para cima de mil mortos. E não nos esqueçamos a população da Madeira era menor em mil oitocentos e tal. Pergunto: os solos naquela época também estavam impermeabilizados? Também havia construções em leitos de rios? Também havia desordenamento territorial? Continuo a achar que, com aquela precipitação toda em tão pouco tempo, era inevitável a tragédia. Um bom ordenamento teria evitado ligeiramente as consequências. Nada mais. A pessoa entrevistada acabou com a seguinte frase: hoje, a Madeira cheira a morte, mas não tardará o dia em que voltará a cheirar a flores!
E se houvesse uma chuvada com esta intensidade no Continente (espero que nao aconteca), o que decerto causaria muito mais estragos, o que os senhores "entendidos pos-acontecimento" diriam? Mau planeamento e ordenamento do territorio?
Isto deve ser entendido por todos, não só pelos madeirenses: - é preciso e é urgente plantar árvores, florestar em grande escala!!! E isto, não apenas na Madeira mas particularmente no continente! A floresta é o melhor meio de reter e distribuir as águas para serem absorvidas e infiltradas no solo durante as grandes chuvadas! A floresta contém e impede as enxurradas! A floresta absorve o CO2, eliminando-o, o tal dióxido de carbono ou anidrido carbónico com que tanto se tem andado a alarmar as populações! Plantem árvores, muitas árvores,... muitas florestas! Em 5 anos se começarão a perceber os formidáveis resultados. E, mais uma coisa: - agarrem os incendiários e acabem com eles! Incendiar florestas é crime gravíssimo e assim a lei o deve considerar!
Não tiraram os crucifixos das escolas? Não propuseram o casamento de homosexuais? E quererão depois a Protecção Divina?? Não andam a brincar com Deus há uma data de tempo? Pois é, Ele às vezes também gosta de "brincar" um bocadinho. Só para se perceber quem é que de facto tem Poder (não vá por aí haver dúvidas).
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