a moldura das rosas, mãe
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
.
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
.
ainda oiço a tua voz:
......... Era uma vez uma princesa
......... no meio de um laranjal...
.
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
.
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
.
Boa noite. Eu vou com as aves.
.
EUGÉNIO DE ANDRADE, in "Os Amantes Sem Dinheiro" (fragmento)
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
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ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
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ainda oiço a tua voz:
......... Era uma vez uma princesa
......... no meio de um laranjal...
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Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.
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Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
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Boa noite. Eu vou com as aves.
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EUGÉNIO DE ANDRADE, in "Os Amantes Sem Dinheiro" (fragmento)
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