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domingo, 11 de julho de 2010

Ah, campeão!…

recordação do campeonato do mundo de futebol
Tanto se me dava como se me deu quem ganharia a final do «Mundi-al». Achei que todo o campeonato foi falseado por avaliações incor-rectas ou por erros grosseiros da arbitragem, detestei as múltiplas agressões gratuitas a que tive oportunidade de assistir, «horrorizou-me» a falsa esperança que foi lançada sobre uma equipa portuguesa formada sobretudo por jogadores medianos e comandada por um treinador «sem olhos na cara» e capitaneada por um rapaz a quem as penas de pavão não lhe fornecem capacidades de liderança nem engenho para tirar um golo a sério de um frasco de ketchup.

Depois, as equipas que demonstraram um melhor futebol, tinham ficado pelo caminho e, na final, estavam frente a frente a equipa que, tendo passado a primeira fase, menos golos marcou (a espanhola), e a dos holandeses de quem nunca gostei desde que, na escola primária, tive por companheiro um moço vindo da terra das tulipas e que tratava os colegas portugueses como se estes não passassem de uma espécie de zulus de tons mais claros.

Não gostei do jogo, pronto, apesar de uma certa dinâmica interes-sante e de um punhado de boas jogadas e ainda que reconheça que, a ter de haver um vencedor, teria de ser a equipa que menos desmereceu: a de Espanha.

Para dizer a verdade, deste jogo persistirão duas imagens: a da expressão de desgosto daquele holandês sentado na relva com o desânimo a teimar em sair-lhe, húmido, dos olhos; e a da entrevista de Iker Casillas, no flash interview.

A entrevistadora era Sara Carbonero, jornalista da televisão espanhola Tele 5, e namorada do guarda-redes espanhol.

Casillas não se conteve e, interrompendo a entrevista, em directo e perante todo o mundo, beijou a namorada, que não foi capaz de disfarçar o espanto que o gesto provocou.

Casillas ganhou ali o seu Mundial, mostrando que o amor é qualquer coisa de tão belo que não deve andar escondido, e que a demonstra-ção da sensibilidade e sentimentos não podem envergonhar ninguém.
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