Questão do IKEA está de volta

mas os socialistas de loulé não concordam

Segundo relata o jornal «Região Sul» online, “o PS acusou a Câmara de Loulé (PSD) de 'submissão' ao poder económico, ao querer permitir a instalação do IKEA num terreno rural, cedendo ao argumento ‘chantagista’ da cadeia sueca de que iria deslocar o investimento para Huelva, Espanha”.

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O jornal adianta que a autarquia aprovou, com os votos contra dos vereadores socialistas, a decisão de “iniciar os procedimentos de elaboração do Plano de Urbanização Caliços/Esteval, local previsto para a implantação da área comercial”.

Acrescenta o jornal que o PS de Loulé considerava mais apropriadas, “outras localizações, como a zona empresarial da cidade”.

Ora, o centro comercial Inter Ikea pretende abrir, em Loulé, até 2015 e, pelo menos, desde 10 de Março de 2009 que manifestou a decisão clara de se instalar na zona dos Caliços e não em qualquer outra localização. Para tal, começou, de imediato, a adquirir os respectivos terrenos, mantendo, na altura, uma cláusula de sigilo.

No entanto, o PS/Loulé, na opinião do respectivo presidente, segundo relata ainda o Região Sul, “diz que aquela localização implica a reconversão de espaços urbanos actualmente previstos Plano Director Municipal (PDM) em rurais.”

Acrescenta ainda a mesma fonte que a CCDR/Algarve afirma “que a elaboração do Plano de Urbanização (Caliços-Esteval) terá que ser feito num quadro de revisão do PDM no qual terão que ser reponderadas áreas já previstas naquele plano para usos empresariais”. Revisão que, como se sabe, está em curso.

Por isso, o presidente da secção louletana do Partido Socialista entende que “por contrapartida da aprovação do plano a autarquia terá que renaturalizar alguns espaços urbanos e conter a expansão de perímetros urbanos da cidade e de outras localidades”.

É uma afirmação no mínimo, conjecturada de que se entende como consonante com a posição do grupo que pretende estabelecer um centro comercial do Grupo Auchan, nos terrenos da antiga fábrica da cerveja – o que faz com que a afirmação de que a autarquia manifesta submissão ao poder económico se possa reflectir nas próprias posições do Partido Socialista de Loulé: é que o poder económico do Grupo IKEA deve estar equilibrado com o poder económico do Grupo Auchan.

O ‘Calçadão’ terá sido, possivelmente, quem, antes de mais alguém o referir, estranhou todo este imbróglio relacionado com a instalação do IKEA em terras de Loulé e, se por um lado, classificou como «bizarro» o procedimento de Miguel Júdice na aquisição dos terrenos, por outro, não pode deixar de considerar suspeita a forma como a «outra parte» tem «movido influências» no sentido aparente de partidarizar todo o processo.

Destas declarações do PS/Loulé parece inferir-se que, ao contrário do que afirma o respectivo presidente, este partido não está assim tanto empenhado na fixação do Inter Ikea no concelho.

O ‘Calçadão’, sim. Com a autoridade moral de quem foi dos que primeiro «levantou a lebre», nunca contribuirá para criar dificuldades à implantação de uma grande empresa no concelho – que não é o mesmo que pactuar com jogadas pouco limpas vindas de onde vierem, e mesmo da Câmara Municipal - e, por isso, continuará criticamente atento aos desenvolvimentos futuros.
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