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- desde o dia 14 de Junho de 2007

domingo, 7 de outubro de 2007

EDITORIAL: A CENSURA

há liberdade de expressão e pensamento?

A propósito do nosso post «Reunião de Câmara» de 29 de Setembro, o nosso leitor Manuel Santos, para além de considerações elogiosas para o ‘Calçadão de Quarteira’, que muito agradecemos, em 6 de Outubro, comentou:

“[…] Lamento profundamente a tristeza de actuação da oposição (?) que se deixa manietar pelo presidente mais fraco de sempre do município de Loulé, e por um corpo técnico miserável e pobre de argumentos.
O PS tem sido uma absoluta desilusão, não tem estratégia e limita-se a justificar a sua permanente ausência de opinião e actuação. Deviam ser eles a provocar a verdadeira discussão do que importa para este concelho e liderar a voz da indignação dos louletanos em geral e dizer em voz alta e sem medos: "não queremos um concelho de festas e festarolas, mas sim um concelho com visão estratégica e projectos de futuro para as gerações vindouras".
Se calhar o PS contínua adormecido com a música que leva e de que parece gostar.
Desculpe o desabafo, mas há momentos na vida em que temos de mandar cá para fora o que nos vai na alma. […]”

Com toda a correcção, Manuel Santos deixou a sua opinião que pode ser discutível, é certo, mas que é seu direito exprimir.
Foi esse talvez o «legado» maior da «Revolução dos Cravos»; a liberdade de opinião, expressa com correcção, de forma a não colidir com a liberdade dos outros.

Ora, Manuel Santos, no dia seguinte sentiu-se na obrigação de comentar de novo, desta forma:

“Lamento estar a incomodar novamente os leitores deste blogue, mas o motivo que me traz a fazer novo comentário neste post, reside apenas na curiosidade do facto de, 30 minutos após colocar a minha opinião neste blogue, ter recebido uma mensagem na minha caixa de correio, onde me atribuem uns adjectivos absolutamente vergonhosos.
“Mea culpa”, porque, ingenuamente, deixei visível o meu e-mail: enfim, um lapso que deu para conhecer o calibre de alguns “democratas” deste concelho.
Para que não restem duvidas, não sou militante do PS, mas sempre fui um eleitor fiel e profundo admirador da esquerda socialista. Tenho no professor Vairinhos um exemplo de como deve actuar um político em defesa do seu concelho, seja da região ou do pais.
Precisamos de homens com a visão e o pragmatismo a que ele sempre nos habituou. Esta nova geração de políticos do PS ainda tem de aprender muito, para chegarem aos calcanhares de um político como o professor Varinhos […]”

Não é que sirva de consolo a ninguém, mas sempre revelamos que, infelizmente, mensagens semelhantes recebe o ‘Calçadão’ quase todos os dias na sua caixa de correio electrónico.

Normalmente, são mensagens anónimas (?) que, como tal, têm o destino merecido: o “lixo”.

É lamentável que, num país dito civilizado e democrata, ainda não seja possível a um cidadão exprimir a sua opinião sem que isso seja considerado pelos que não comungam das suas ideias como um pretexto para ataques reles e soezes.

A cidadania é um conceito que se adquire na prática democrática e esta, meu caro Manuel Santos, tem de começar a ser incutida no seio familiar, estimulada na escola e desenvolvida em sociedade.

Se falha um destes “degraus”, meus caros leitores… é o que se vê.
.

4 comentários:

Anónimo disse...

Em parte tem razão o Manuel, pois assistindo às reuniões camarárias denota-se que este executivo é dos mais pobrezinho que Loulé já teve. Dinheiro têm a rodos e é isso que os salva. Pois quando há dinheiro para gastar em propaganda diária é difícil a qualquer oposição fazer alguma coisa. É quase como pregar no deserto e certamente um desgaste que eu não imagino porque não tenho estofo político. É verdade que o PS como oposição devia ser mais combativo apesar do grande poder
que neste momento detêm os homens
do partido ganhador em Loulé. E depois eles já conseguiram infiltrar-se em práticamente quase tudo em Loulé. Já resta pouco onde não sejam eles a dirigir com batota, perdão com batuta. ´E muito díficil. Mas com os atentados e com o desplante que grassa na nossa terra, a oposição tem de unir fileiras e mostrar aos municipes o que está à vista mas que não querem ver. Nem sequer um jornal de linha
distanciada do PSD existe no concelho ! Pobre terra esta que podia ser com os meios que tem uma
das mais importantes em todos os aspectos, do sul do País. Boa semana de trabalho. TELMO

Anónimo disse...

Olha, Telmo, o concelho perdeu a "mecha" aquando deixou de ser "Terra de Loulé" e passou a "Loulé concelho"; Quando perdeu as cores alegres desse signo para o trocar pela cor triste do vinho tinto do banco Milénium!
Percebes o que estou a dizer?
A nossa gente é, temos de o reconhecer, basicamente... conservadora. Os termos "retrógrada" ou "montanheira" se calhar ficavam melhor mas repugnam-me. Esse conservadorismo tem sido difícil romper, já que não se verifica uma renovação de mentalidades antes vemos cada vez mais reroduzidos esquemas, procedimentos, atitudes.
Quando, no final do mandato de Cavaco e princípio do Vairinho esse conservadorismo começou a ser quebrado e a incutir-se algum espírito de orgulho de ser louletano, as forças mais... escolhe lá tu o termo, por favor, uniram-se para à volta de uma idiota intervenção de Vítor Aleixo a reproduzir uma quadra do avô para congraçar as vontades de velhos, beatas e burgueses...
E olha, Telmo: o pior é ver esses socialistas conformados com a sua sorte, desistindo de fazer política, de combater pelos seus ideais, de lutar pela vitória.
Aqui, nem os comunistas foram capazes de juntar esforços para fazer barulho...

Anónimo disse...

Fico grato pelo gesto que teve em dar especial relevo a uma situação menos feliz por parte de alguém que não conhece a importância da liberdade de expressão, em boa hora alertou para os perigos óbvios que situações destas e outras piores podem causar numa sociedade que se quer culta e participativa. Acrescento com algum pesar que a ser verdade a situação da Covilhã, teremos de reavaliar os valores (?) de esquerda deste governo – INADMISSIVEL.
Ao ler os comentadores acima fiquei com um arrepio na espinha, ambos parecem-me terrivelmente familiares, com aquele discurso de dúvida, insegurança e desculpas fáceis por parte de um, e outro com uns temos muito próprios de um vocabulário vivido e “provocador”, dando um ar de segurança e conhecimento certeiro de uma fase importante da política municipal… teremos tido a honra de termos lido dois antigos autarcas do concelho de Loulé?

Lourenço Anes disse...

P/ o Telmo:

Mesmo em relação a essa propaganda diária, de que fala, nem há a preocupação pela forma como é utilizada. Para ilustrar esta afirmação bastará o exemplo que lhe refiro: só ONTEM, 12 de Outubro, chegou à minha caixa de correio o «boletim municipal» nº 15, referente ao período Março/Setembro. As “notícias” são reveladoras da forma como actua o «ministério da propaganda» lá da casa, departamento gerido por um tal inefável Guerreiro.
Veja os temas seguintes, por exemplo: “1600 participantes no passeio/maratona de BTT dde Alte» (realizado em 25 de Abril); «Arte dramática promovida em Cenários» (realizado entre 3 de Março e 15 de Abril); «André Sardet animou Praça do Mar» (13 de Maio); «GenVerde trouxe o Manto do Mundo» (15 de Março): «Escola da Abelheira inaugurada» (5 de Março). Não me alongo, porque já perceberam, com certeza, a “actualidade” e “oportunidade” das notícias…
Mas que o dinheiro foi bem gasto com estes dezenas de milhar de exemplares do boletim eleitoral, perdão, municipal… lá isso foi. Raramente se tem visto material promocional de tão elevada qualidade.
Pena é que seja apenas material descartável que, como todos os restantes folhetos eleitorais… quase ninguém lê.
Portanto, para além de estarem instalados em todas as instituições, de dominarem toda a imprensa com esse “desplante” de que fala, podem ainda rir-se da falta de oposição credível…


P/ S.V:

Lá vêm outra vez as referências ao símbolo fálico impotente, mascarado de Milénium BCP! A verdade é que os tempos já passaram, meu caro. Agora temos de olhar para o futuro e esquecer “o que poderia ter sido”… Infelizmente, tudo o que refere tem um travo melancólico porque ressoa a um conformismo que é nosso, que se alojou e colou à nossa pele.
O que diz ao Telmo tem toda a razão de ser: “o pior é ver esses socialistas conformados com a sua sorte, desistindo de fazer política, de combater pelos seus ideais, de lutar pela vitória”.
Mas são apenas os socialistas os conformados? E os outros, os que nem têm partido ou que estão próximos do actual poder mas não concordam com o que se está a passar? Não estamos todos no “mesmo saco” de tolerância e indiferença?


P / o Manuel Santos:

O destaque que dei ao seu comentário foi o que a sua importância mereceu, meu caro. Assim procederei sempre que o entenda útil e necessário. Por isso, nada tem de agradecer.
Quanto ao que me diz sobre “os valores de esquerda”… meu caro Manuel Santos, eu interrogo-me: será que ainda há esquerda e direita? Ou seremos todos condenados ao ambidextrismo? Se o que se diz ter-se passado na Covilhã (apenas um exemplo seu) corresponde ou não a factos reais e significativos, aliando isso ao “quem não é por nós é contra nós” usado por quem quer que esteja no poder (autárquico ou nacional) e juntando-o ao argumento que “quem não é por nós é… comunista”, não faz recordar nada? O seu adjectivo é “inadmissível” o meu é “preocupante”!
E, para dar maior ênfase à minha dúvida se existe direita e esquerda, ou apenas calculismo e oportunismo, temos, “do outro lado” o elitista Mendes Bota, sempre prócer de ideais de direita quando não de extrema-direita, ex-administrador e braço direito de um dos indivíduos mais reaccionários que os últimos anos conheceram cá no concelho, a agitar a bandeira do anti-capitalismo. Só falta que o nosso Bota dissesse, como o Carvalho da Silva, que falava em nome dos… “direitos inalienáveis dos trabalhadores”!
Quanto à autoria dos outros comentários, nada posso acrescentar. As pessoas usam os seus nomes ou atavares. Estão no seu direito e, desde que o façam com correcção, aqui poderão sempre comentar e todas as opiniões serão bem vindas.
Não iremos pôr-nos a adivinhar, nem vamos alinhar do lado dos que usam o lápis azul da censura. Não acha, Manuel Santos?