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- desde o dia 14 de Junho de 2007

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O JUIZ MANDA; O PROCURADOR FAZ, MAS...

acta da vereação de loulé de 28 de Julho de 1403

Era de mil IIIIc R huum anos XXVIIIº do mês de Julho em Loulé nos Paaços do Concelho seendo hi Lourenc’Eannes scudeiro juiz do dicto logo e outrosi Johanne Airas e Joham Gonçallvez de Ludo e Joham Andaaiiz vereadores e Afonso Fernandez procurador do Concelho pera oolharem pella prol do dicto logo e logo o dicto juiz dise e mandou aos dictos oficeaaiis que se trabalhasse de mandar fazer e raiiparar o muro da dicta villa e terra e de o fazer todo caldar em guisa que non caise em caso que façom o contrairo que protestava que toda perda e dano que o Concelho recebese de o aver pellos bees dos sobredictos. E os dictos vereadores diseram requererom ao dicto procurador que se trabalhase de fazer a dicta obra. E o dicto procurador dise que el era prestes de o fazer dando lhe dinheiros para ello. E os dictos vereadores mandarom ao dicto procurador que constrangese os devedores do Concelho

Vou tentar “traduzir” em Português do século XXI esta curiosa acta da vereação louletana, dos primeiros anos do século XV.
Por eventuais lapsos, naturais numa não especialista como eu, desde já peço desculpa:

Na data de 28 de Julho de 1403, em Loulé, nos Paços do Concelho, estando aí Lourenço Eanes, escudeiro, juiz do dito Concelho, e também João Aires e João Gonçalves, do Ludo, e João Adais, vereadores, e Afonso Fernandes, procurador do Concelho, para olharem pelo interesse do dito (Concelho).
Logo o referido juiz mandou a esses oficiais que se tratasse mandar fazer e reparar o muro da vila e que o mandassem caldar(*) todo, de forma que não caísse e, caso façam o contrário, determinava que todos os danos e prejuízos que daí adviessem, o Concelho os ressarcisse através dos bens dos acima citados.
E os vereadores solicitaram ao procurador que fizesse a obra.
E o procurador afirmou que estava pronto para a fazer, desde que lhe dessem o dinheiro para isso.
Os vereadores mandaram que o procurador o cobrasse aos devedores do Concelho.
(*) caldar= rebocar com cal de obra, antecessora do actual cimento.

Ai se agora os executivos municipais tivessem de indemnizar o concelho pelos erros que cometem!!!...
Já agora: este escudeiro, juiz Lourenc’Eannes, seria algum avoengo do nosso “patrão” Lourenço?...

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6 comentários:

Anónimo disse...

Se o nosso executivo fosse obrigado
a mostrar às gentes como é que o dinheiro é gasto. Tanto e tanto dinheiro seria bom para eles e para nós. Quantos milhares de cartazes e papelinhos mais os papelotes foram mandados imprimir por este executivo só nestes dois anos ? Quanto se gastaram com os balhos, balharicos, balhações com gente que veio do Egipto e não sei de onde para cantar para meia dúzia que se dizem entendidos na matéria mas que da matéria sabem tanto como eu !
É um sem fim ! Bela acta essa para as gentes de hoje. Helder

Anónimo disse...

Aqui emLouçé passam-se coisas do arco do cego. Ontem num funeral as pessoas esperararm esperaram e o SNr. Padre resolveu não aparecer. Depois de muito tempo surgiu uma freira que certamente a mandado o Snr. Padre lá veio fazer a cerimónia. Depois no cemitério a dita senhora ainda se pôs a dar «charutadas» aos presentes por nao saberem responder ao que mesma ía dizendo. Uma vergonha para nós católicos, uns mais do que outros e muitos já afastados de todo. De quem é a culpa ? Coisas desta cidadezinha do ALgarve onde se passam coisas próprias da idade média. Maria Ana

Anónimo disse...

Ao passar agora por Vilamoura vi as luzes do campo pelado totalmente ligadas, mas...o campo estava deserto! No relvado estavam a treinar...Mas afinal quem paga? Não há aqui promiscuidade entre a CML e o futebol profissional?

Anónimo disse...

Já ouvi falar nesse funeral onde o padre de S. Clemente não compareceu e mandou uma freira com pezinhos de lã
fazer a experiência sobre como estava a contestação. Inadmissível! Estranham as seitas a surgir por todos os lados ? Quem pode estranhar
perante posições destas de quem devia dar o exemplo ? L.Álvaro

Anónimo disse...

Como querem cativar as pessoas para a Igreja? É desta maneira? E o respeito pelo defunto e seus familiares, Sr Padre?
As "manas" dão as hósteas, as freiras fazem os funerais e os padres fazem o quê?????????

Lourenço Anes disse...

P/ o Hélder

Meu caro... essa dos "entendidos em música egípcia" é das boas. Mas olhe, mesmo assim, eu até penso que essas noites árabes foram menos ridículas que as tentativas de "animar o comércio" com noites vbrancas ou mercadinhos...
Será que, desta vez, ainda aparece alguém a dizer-se "comerciante da rua das lojas" a defender que sim senhor, que fez uma pipa de massa à custa de tais eventos?
Sobre a publicidade... olhe, eu já deixei um comentário hoje mesmo aí como resposta a outro comentário de um leitor...
Nem me apetece "bater mais no ceguinho"...
Quanto aos "balhos"... já em Roma se sabia que o povo quer é divertir-se com pão e circo...


P/ a Maria Ana:

Pois... a gente fala em alhos e comentam-nos em bugalhos... Que é que posso fazer?!
A menos que o episódio que narra se inclua nos "espectáculos circenses", pois, realmente, parece uma paródia do palhaço-rico/palhaço-pobre...
Se bem que num funeral, palhaçadas não encaixam lá muito bem...
Mas não quero deixá-la sem resposta.
Sabe que não é por acaso que as novas seitas parecem nascer debaixo das pedras? É que são os próprios representantes da Igreja Católica que empurram as pessoas para essas situações...
O padre não faz mais que reproduzir os modelos que o rodeiam: o primeiro-ministro começa a culpar os comunistas pelas críticas que lhe dirigem; o presidente da câmara olha para os cidadãos do alto de uma soberba insuportável e trata os que não compartilham das suas opiniões com um desprezo inaudito. Os chefes de serviços autárquicos ou descentralizados do Estado tratam-nos como se não passássemos de lixo para os servir...
Que quer que faça o padre? É a sua forma de mostrar a sua "importância"! Com efeito, são os actos medievais que podem encaixar nas feiras medievais que se promovem por cá!


P/ o Anónimo de 11 de Outubro:

Esse espectáculo também o vejo muitas vezes, no meu regresso a casa. Só não sei quem é o responsável nem quem paga a factura (CML? Lusort? Inframoura? Quarteirense?) Só que isso é o que menos importa: quem paga. O que importa é que se trata de um desperdício que somos nós que... financiamos!


P/ o L. Álvaro e p/ o Carlos Gonçalves:

Respeito pelos outros é uma prerrogativa de esquerda. Padres nunca foram de esquerda e... esquerda parece que já não temos por cá!
Então como querem vocês que haja respeito? Nem pelos mortos!