O «caso Casa Pia», com a condenação dos principais culpados, para já, chegou a um termo que os «poderosos e influentes» tentarão prolongar.
O «caso Queiroz» não chega a ser caso, porque, «lá no fundo», ninguém o queria para treinador de uma selecção que, campeonato atrás de campeonato, pretende enganar os portugueses dizendo que «desta vez é que é».
O «caso da revisão constitucional» está praticamente arrumado, depois de se ter tornado evidente que o PS não a aprovará e depois do Presidente ter dito que «não é um oportuno nem prioritário».
O «caso do agravamento das condições de vida» já nem consegue prender a atenção do Zé-Povinho, conformado com a ideia de que, como sempre, será ele a pagar os estragos.
O Ronaldo continua «a meio gás» tanto nos relvados como nos lençóis e, por isso, já nem sequer é um «caso».
Perdidas as esperanças jornalísticas de inventarem «casos» a partir dos fogos, de cheias ou outras catástrofes naturais, políticos e jornalistas vêem-se, assim, na contingência de tirar da cartola qualquer coisa que faça títulos, qualquer coisa de que possam falar.
Com a habitual falta de imaginação, voltam aos temas antigos. O da «regionalização», por exemplo, um «caso» que interessa sobretudo aos políticos com «despedimento à vista», como se a criação de novos departamentos, institutos, gabinetes, direcções regionais e locais, parlamentos e governos regionais e outros tachos agregados fosse a solução de todos os problemas que nos afligem. Como se isso não correspondesse a um agravamento da despesa pública, contrária ao que reclamam (com justiça) os líderes de todos os partidos, o «governo europeu» e… o senso comum.
Vai daí, voltam-se as atenções para os liderezinhos locais, para que cada um deles deixe transparecer o que lhe vai na alma… e nos interesses pessoais ou de grupo.
E estes figurões não se fazem rogados: exultam e transbordam em declarações e pesporreia.
Esta semana, entre nós, foi assim:
Bota, o líder dos PSD algarvios aproveitou para, no seguimento da a proposta de Pedro Passos Coelho para "acabar com a palavra simultaneidade na Constituição", tornando o processo da regionalização mais flexível, dizer que é uma ideia «óptima» que é uma intenção «coerente».
Coerente com quê? Com as suas próprias ideias e ambições ou com a necessidade de cortar os gastos públicos?
Por sua vez, Freitas, o actual líder do PS/Algarve, numa entrevista concedida à Lusa, disse que continua a defender a ideia de que a regionalização deve ser feita em simultâneo, ou seja em todo o país ao mesmo tempo mas foi adiantando que, se assim não for, “o Algarve é a região mais bem preparada para avançar”.
Está-se mesmo a ver que este «pessoal» está preocupado com as finanças públicas, não está?
Têm é pressa. Medo de perder o comboio. Não lhes importa que o momento não seja o mais apropriado para as depauperadas finanças do país; precisam ganhar «posição» na linha de partida.
Atrevam-se a fazer outro referendo. Mas depois não se admirem, nem voltem a chamar estúpidos aos eleitores…
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